Encontro Inevitável

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O principal escritório do palácio, reservado para (S/n), era um reflexo de seu bom gosto refinado. Qualquer um que entrasse ali notaria as imponentes estantes de madeira maciça, repletas de uma vasta coleção de romances, e as decorações predominantes em tons claros com detalhes dourados que conferiam um ar de sofisticação e elegância ao ambiente. O cheiro doce e floral que pairava no ar completava a atmosfera acolhedora e encantadora.

(S/n) estava sentada em sua confortável poltrona de veludo, seus dedos movendo-se com precisão pelos relatórios que precisava preencher. O foco nos papéis era um esforço consciente para se manter distraída das constantes perguntas de Elizabeth. A irmã mais nova andava de um lado para o outro no escritório, seu vestido branco esvoaçante, acompanhando o ritmo agitado dos seus passos.

— É sério que você não vai me contar nada sobre seu namorado? — Elizabeth insistiu, a voz carregada de curiosidade e um toque de frustração. Essa pergunta parecia ser uma constante desde que ela havia entrado no escritório.

Elizabeth parou de andar e olhou diretamente para (S/n), seus olhos brilhando com curiosidade e uma pitada de teimosia.

— Mas você não pode me dizer nem um pouquinho? — Elizabeth insistiu, cruzando os braços como se isso fosse algum tipo de truque mágico para fazer (S/n) revelar o que queria saber. — Você está saindo com ele há meses e nem sequer me revelou um pedacinho do que está acontecendo. Isso é cruel!

(S/n) revirou os olhos com a insistência da irmã, seu semblante revelando a exasperação que estava começando a se transformar em impaciência. Ela suspirou, largando a caneta e ajustando-se na poltrona com um gesto de cansaço.

— Eu já te disse mil vezes que não tenho namorado — ela respondeu, a voz tingida com uma mistura de frustração e resignação

Elizabeth franziu a testa e se aproximou mais, abaixando-se para estar mais perto de (S/n).

— Então, por que você fica tão evasiva quando o assunto é esse? — Elizabeth perguntou, sua voz baixando um tom, mas ainda carregada de preocupação. — Se você não tem ninguém, qual é o motivo de suas saídas noturnas todos os dias?

Elizabeth não era boba; ela havia notado a mudança no comportamento de (S/n). A irmã estava mais leve, feliz e confiante do que o habitual. Suas saídas noturnas frequentes não passaram despercebidas, e Elizabeth estava convencida de que alguém estava por trás dessas mudanças. O que a confundia era a razão pela qual (S/n) estava sendo tão cautelosa e reservada sobre o assunto. A persistência de Elizabeth em descobrir o motivo não vinha apenas da curiosidade, mas de um desejo genuíno de entender e apoiar a irmã em um momento que parecia significar muito para ela.

(S/n) sentiu um peso se instalar no peito ao ouvir a pergunta de Elizabeth.

Ela olhou para Elizabeth, notando a determinação e a preocupação nos olhos da irmã. A jovem estava realmente prestando atenção aos detalhes, e isso era algo que (S/n) não podia mais ignorar.

— Elizabeth, eu já te expliquei — (S/n) começou, sua voz tentando se manter calma. — Não há nada de mais. Minhas saídas são apenas parte da minha rotina. Nada de especial.

Elizabeth franziu a testa ainda mais, e seu olhar não se desviava de (S/n). A expressão de frustração estava clara em seu rosto, e ela não estava disposta a desistir tão facilmente.

— Não me engane — Elizabeth disse, a voz firme. — Eu percebi como você tem se comportado de forma diferente ultimamente. E você não pode simplesmente esperar que eu acredite que não há ninguém envolvido.

O silêncio que se seguiu foi pesado, e (S/n) sentiu o peso da verdade em suas palavras. A luta interna estava estampada em seu rosto, e ela sabia que precisava lidar com isso de uma vez por todas.

Destino - MeliodasOnde histórias criam vida. Descubra agora