Gabriela Rodriguez é uma jovem brasileira que, após a mãe solteira se casar, se vê forçada a deixar sua terra natal e recomeçar a vida nos Estados Unidos. Em sua nova escola, ela logo atrai a atenção dos Quatro Cavaleiros, os rapazes enigmáticos c...
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Encaro o escuro do meu quarto, que parece ainda mais frio à noite, com a brisa cortante entrando pela janela entreaberta. O vento sussurra do lado de fora, como se tentasse me contar segredos que eu não quero ouvir. Uma sensação de solidão me envolve, e me deixo levar mais uma vez por inúmeros pensamentos que giram na minha cabeça.
Entre eles, surge meu amado balé. O sussurro do meu desejo escapa dos meus lábios: __Balé... A palavra pesa como uma âncora no meu coração, e sinto uma pontada de dor no peito. Busco em minha memória quebrada os fragmentos das aulas, dos palcos iluminados e das músicas que costumavam dançar em minha mente. Faz tanto tempo que não danço...
Respiro fundo, mas a lembrança dos olhares críticos e das quedas constrangedoras me invade. Lembro-me da última apresentação em que falhei, quando a plateia ficou em silêncio e eu me senti invisível. __É melhor assim, murmuro como uma confirmação para mim mesma, mas as palavras soam vazias.
Levanto-me lentamente e vou até a mesinha ao lado da cama, onde pego três pílulas de remédio para dormir. O frasco é familiar, mas cada vez que abro, sinto um peso diferente. "Ok... agora é só relaxar," sussurro para mim mesma enquanto volto para a cama.
Deito-me novamente, fechando os olhos com força, tentando calar as vozes em minha mente que insistem em lembrar o que foi perdido. O frio do quarto parece penetrar nos meus ossos, intensificando a sensação de desamparo. A cada respiração, sinto o peso das lembranças se acumulando ao meu redor como um cobertor sufocante.
O silêncio é opressivo, e mesmo assim as memórias dançam em minha mente: os ensaios intermináveis, as risadas com as amigas e os momentos de pura alegria quando eu estava no palco. Mas tudo isso foi destruído por um único erro, um único olhar desaprovador que me fez acreditar que eu nunca seria boa o suficiente.
Finalmente, exausta emocionalmente, deixo os pensamentos se aquietarem e permito que o sono me envolva lentamente. A linha entre a dor e o alívio começa a se desfocar enquanto deslizo para um estado profundo de escuridão
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