Depois daquela situação, o dia se passou calmo, o treino de Dante terminou por volta de 8:30h, não eram treinos pesados por se tratarem de crianças de 7 anos. Rosamaria voltou para casa com Dante e preparou as coisas para levá-lo para a escola, preparando o almoço enquanto seu filho tomava banho. Enquanto cozinhava o arroz, Rosa lembrava dos momentos à sós com Maia, havia mexido com ela. Não costumava gaguejar e muito menos flertar com mulheres assim tão rápido.
Mas aquela mulher tinha algo em especial, ela sentia uma sensação familiar se tratando da mais velha. Claro que a beleza também mexeu com Rosamaria, reparou nos fios de cabelo que se soltaram do coque bagunçado, os lábios rosados da mais velha e suas mãos, reparou bastante em suas mãos...
Foi tirada de seus devaneios quando sentiu um cheiro de queimado...
"O arroz!! Meu Deus!!" – gritou desesperada, logo apagando o fogo. O arroz não tinha queimado por completo, apenas no fundo da panela. "Droga... mas que.." – ouviu seu filho sair do banheiro e respirou fundo antes de soltar um palavrão. Terminou de arrumar as coisas, chamou Dante e seguiram um almoço tranquilo e brincalhão, como todos os dias.
Deixou seu filho na escola e foi para a academia, ela mantia sua rotina saudável de treinos em dia, ainda ptaticava vôlei em alguns rachinhas vez ou outra. Chegando no estacionamento da academia, saiu do carro e deu dois passos à frente, quando viu um carro familiar. Uma BMW, carro aquele que já havia sido visto pela mesma horas antes, no estacionamento do ginásio. Ignorou aquilo e seguiu para começar o seu treino.
Fazia as últimas repetições do stiff, quando sentiu uma presença atrás de si, seguida de uma garrafinha sendo colocada no chão. Terminou o exercício e virou-se para verificar quem estava ali, se deparando com uma mulher, aquela que ocupava seus pensamentos ao passar do dia, aquela responsável por fazê-la queimar o arroz, Maia Calliope.
"Ah, olá Saad!" – disse Rosa simpática e ofegante, repousando suas mãos na cintura enquanto observava o olhar de desejo sob ela.
"Olá senhorita Montibeller, bom vê-la de novo..." – disse a mais velha enquanto fitava o corpo ofegante da mais baixa.
"Rosamaria, por favor!" – disse repreendendo em tom brincalhão, bebendo água em sua garrafa e vendo Maia dar um passo a frente em sua direção.
"Posso revezar com você, 𝑹𝒐𝒔𝒂?" – perguntou a mais velha enquanto apontava para os pesos ao lado de ambas, recebendo um olhar surpreso da mais baixa.
"Oh, claro que pode!" – Rosamaria disse com leve surpresa, sentiu novamente aquela corrente elétrica de mais cedo, desta vez indo em outra direção. Ouvir seu nome sendo dito pela mais velha foi algo que à afetou mais que o desejado.
Dali em diante, foram momentos de desespero sofridos por Rosamaria, observava Maia fazendo o stiff e precisava olhar para as grandes janelas de vidro para limpar seus pensamentos sujos. Por outro lado, Maia parecia apreciar a reação da mais nova.
Terminado seus respectivos treinos, ambas seguiram conversando até o elevador, onde entraram juntas e ficaram em silêncio.
"De onde veio a ideia de fazer fisioterapia?" – perguntou Rosamaria, quebrando o silêncio.
"Sempre fui apaixonada por medicina, desde criança, quando comecei a faculdade eu senti que estava fazendo a coisa certa... era como se eu tivesse nascido para isso!" – Maia respondeu animada, adorava comentar sobre sua carreira e como amava o que fazia. A conversa seguiu suave, piadas ali, flertes aqui. Quando a porta do elevador se abriu, ambas saíram e foram em direção aos seus carros, que estavam próximos.
"Até mais, Rosa! Espero que nos encontremos novamente." – disse Maia um pouco alto, por conta da distância, piscando levemente para a mais nova, que abria a porta do carro.
"Até mais, Maia! Se você vir sempre aqui, temos um ponto de encontro!" – disse entre risos, entrou em seu carro e observou a BMW sair do estacionamento. Rosa se encontrou rindo enquanto lembrava dos momentos na academia, aquela mulher realmente havia mexido com ela.
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Curando Corações
RomanceRosamaria Montibeller, uma mulher solteira, de 37 anos que aproveitava a vida de ex atleta. Aos 30 anos, adotou seu filho único, Dante Montibeller, adotou ele com 1 ano de idade, acompanhando seu crescimento e aprendendo a lidar com as dificuldades...