Capítulo 21

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(Thomás)

Dou um meio sorriso vendo Thiago quase explodir de tanta energia, andando de um lado para o outro na nossa sala de estar. Sinto o mesmo, por dentro estou uma bagunça de ansiedade, contando os segundos para o juiz de paz chegar. Tomo mais um longo gole do meu whisky e lanço um olhar para as escadas, esperando que a qualquer segundo a nossa mulher desça para cumprir a sua promessa.

Não consegui acreditar no que ela falou no carro, tão simplesmente aceitou se casar. Então como um babaca, fiz ela jurar que não mudaria de ideia até chegarmos em casa. Ela riu e prometeu, e ainda assim não me acalmei, então fiz o que qualquer homem apaixonado faria no meu lugar. Chamei o juiz de paz imediatamente para a nossa casa. De hoje não passa ela ter o nosso sobrenome.

- Que porra de demora! - Thiago se senta no sofá por um segundo e se levanta novamente para continuar a sua peregrinação - Quanto tempo tem que ligamos para o cartório?

Viro o meu braço olhando para o relógio de platina no meu pulso e sorrio.

- Dez minutos. - escuto o bufar de irritação do meu irmão com a resposta - Nossa boneca também não está pronta, se acalme.

Digo isso, mas a verdade é que estou no mesmo humor caótico do meu gêmeo. Sinto que se não fizermos isso nesse segundo, Sara vai dar para trás. Ou pior. Ela vai achar algum motivo para não ir em frente.

Passo as mãos pelo o meu cabelo, respirando fundo para me acalmar. Ela é nossa. Ela quer fazer isso e não há motivo para eu duvidar das suas intenções. Sara não é volátil, pelo contrário, quando ela se decide de alguma coisa é definitivo. Por sorte ela se decidiu por nós dois. E é uma benção saber que agora ela é nossa para sempre.

- Por que ela também está demorando tanto? - Thiago interrompe os meus pensamentos com a sua lamúria.

- Ela quer se arrumar, a deixe em paz. - dou um meio sorriso pensando em como ela gritou com nós dois dizendo que poderia até não termos uma festa de casamento, mas que ela pelo menos estaria bem vestida - Se continuar nervoso desse jeito, vai acabar infartando antes mesmo de assinar a certidão de casamento.

Thiago abre um sorriso presunçoso me fazendo revirar os olhos. No fim realmente não importa qual dos dois se casará no papel com a Sara, porque ela é nossa igualmente. Então, como os idiotas que somos, tiramos no par ou ímpar e Thiago venceu. É claro que o perturbado do meu irmão não vai deixar de me provocar sobre isso, ele não perde nenhuma oportunidade de ser irritante.

- Não se preocupe, maninho. - seu sorriso debochado é o retrato da superioridade - Não é porque a Sara vai ser oficialmente minha que ela será menos sua na realidade.

- Não me preocupo. - balanço a cabeça rindo para a sua tentativa de bullying - Você sendo oficialmente o marido me faz oficialmente o amante. O que te faz oficialmente um corno.

Seu sorriso morre imediatamente e ele cerra o seu olhar para mim, me fazendo gargalhar.

- Talvez seja melhor você assinar a certidão. - ele volta a sorrir abertamente - Brincar de amante pode ser gostoso.

Antes que eu possa irritá-lo com alguma retórica, escutamos uma batida na porta e Thiago corre para atender o juiz e o tabelião. Finalmente porra.

- Vou chamá-la. - falo já indo para as escadas.

Chego em frente ao nosso quarto e vejo que a porta ainda está fechada. Tento a maçaneta e está trancada. Franzo a testa odiando o pensamento de qualquer barreira entre nós.

- Boneca, por que trancou a porta?

- Porque vocês são dois intransigentes que não respeitam a minha privacidade. - ela grita de dentro do quarto - Já estou indo!

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