A Atraente Eleanor

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Antes de se tornar Lady Eleanor Whitmore, ela era apenas Eleanor Harrington, filha única de um conde abastado e de uma dama da corte de Londres. Sua infância foi marcada pelo luxo e pela disciplina rigorosa de seus pais, que esperavam que ela seguisse o caminho tradicional das mulheres da nobreza: um bom casamento que assegurasse a continuidade do prestígio familiar.

Ainda jovem, Eleanor destacava-se entre as outras meninas de sua idade. Sua beleza era evidente, mas era sua mente afiada que mais chamava a atenção dos que a cercavam. Diferente da maioria das moças da aristocracia, que focavam exclusivamente nas artes do comportamento e da etiqueta, Eleanor nutria um profundo interesse pelos livros de história e filosofia. Passava longas horas na biblioteca do castelo da família, absorvendo o máximo de conhecimento possível.

Com o passar dos anos, os convites para bailes e eventos começaram a chegar com mais frequência, e Eleanor logo se tornou uma das jovens mais desejadas nos salões de Londres. No entanto, ela sempre se sentia deslocada nesses ambientes. Embora soubesse como jogar o jogo da sociedade, sua mente frequentemente vagava para questões mais profundas do que vestidos e promessas vazias de casamento. Ela desejava um parceiro que pudesse desafiá-la intelectualmente e a tratasse como igual, e não apenas como um ornamento de status.

Foi em um desses eventos que Eleanor conheceu Lord Henry Whitmore. Ele era um homem charmoso, carismático e já reconhecido nos círculos sociais como um dos mais influentes e ricos de Londres. Diferente de outros pretendentes que a cortejavam apenas por sua beleza ou por seus dotes, Henry parecia genuinamente interessado em sua mente e suas opiniões, o que o fez se destacar aos olhos de Eleanor.

Após um breve período de corte, eles se casaram. Eleanor se mudou para a imponente Mansão Whitmore, onde, aos poucos, foi se ajustando à vida de Lady Whitmore. No entanto, ela logo começou a perceber que havia algo a mais no homem com quem havia se casado. Henry era atencioso e amoroso em público, mas nas noites em que ficavam a sós, ele se tornava enigmático e distante. Ele passava longos períodos fora de casa, envolvido em reuniões e viagens misteriosas, e embora Eleanor tentasse se envolver em seus negócios, Henry sempre a mantinha à distância.

Com o tempo, Eleanor foi obrigada a aceitar que seu casamento não era exatamente o que ela havia imaginado. Embora estivesse envolvida nas atividades sociais e filantrópicas da cidade, sentia-se cada vez mais solitária na mansão, um lugar imenso e vazio de afeto. Foi nesse contexto que conheceu Lady Beatrice Pennington, uma socialite vibrante que rapidamente se tornou sua confidente e amiga. Beatrice parecia compreender as frustrações de Eleanor e sempre estava disposta a distraí-la com histórias animadas e fofocas da alta sociedade.

Mesmo com o apoio de Beatrice, Eleanor começou a suspeitar que havia algo mais sombrio nos negócios de Henry. Embora ela tivesse sido criada para não questionar o marido, sua curiosidade inata e sua desconfiança crescente não lhe permitiam ignorar os sinais. Conversas abafadas atrás de portas fechadas, cartas que ele guardava com zelo e visitas inesperadas de figuras misteriosas começaram a levantar muitas perguntas.

Tudo atingiu seu ponto máximo no dia da morte de Henry. Embora o luto a tivesse envolvido completamente nas semanas seguintes, Eleanor logo percebeu que a morte de seu marido estava longe de ser o fim dos segredos que ele havia mantido durante toda a sua vida. Na verdade, parecia apenas o começo de uma nova fase de mistérios que agora recaíam sobre ela.

Agora, viúva, Lady Eleanor enfrentava não apenas a solidão e a perda de seu marido, mas também o peso das decisões que ele havia tomado em vida. A visita de Sir Alistair Rutherford e a carta misteriosa que havia recebido apenas aumentavam suas suspeitas. Ela sabia que Henry deixara um legado complicado, e que muitos dos negócios que ele havia tocado estavam enredados em teias perigosas.

Enquanto se deitava naquela noite, Eleanor pensava em sua própria trajetória. Desde a jovem inteligente e esperançosa que buscava um parceiro igual, até a mulher forte que agora se via em meio a uma trama de mentiras e conspirações. Sabia que não poderia confiar cegamente em ninguém, nem mesmo em Alistair ou Beatrice, que até então haviam sido seus maiores aliados.

Mais do que nunca, Eleanor estava determinada a descobrir a verdade sobre o legado de seu marido. Mas, acima de tudo, precisava proteger a si mesma e o que restava de sua família.

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