O Fim de Henry Whitmore

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Henry Whitmore estava sentado à sua mesa, no luxuoso escritório da mansão, cercado pelos papéis que sempre pareciam consumir sua vida. O relógio da parede indicava que já passava da meia-noite, e a única luz no ambiente era a bruxuleante chama de um candelabro. Ele estava sozinho ou assim pensava.

Do outro lado da sala, a porta se abriu com um rangido sutil. Henry, envolto em seus pensamentos, não percebeu a presença que se aproximava, os passos levemente abafados pelo tapete persa. Uma sombra passou por trás de sua cadeira. Uma figura se movia com precisão, calculando cada movimento.

De repente, tudo aconteceu rápido demais para Henry reagir. A lâmina de uma adaga brilhou à luz fraca do candelabro, cortando o ar com um sibilo mortal. O frio do metal penetrou nas costas de Henry, entre suas costelas, rasgando carne e perfurando o pulmão. Ele ofegou, seus olhos se arregalando com dor e choque. O sangue começou a manchar sua camisa branca, escorrendo rapidamente, tingindo o tecido de vermelho.

Antes que pudesse gritar, a adaga foi puxada de volta, apenas para ser cravada novamente, desta vez na lateral de seu torso, cortando vasos e músculos, causando uma dor lancinante que fez seu corpo tremer. Seus dedos tentaram agarrar a beirada da mesa, mas estavam fracos, sem força para segurar qualquer coisa. O gosto metálico do sangue invadiu sua boca, e ele tossiu, cuspindo gotas vermelhas no tampo de madeira.

Os olhos de Henry, já nebulosos, encontraram a figura que o atacava, mas ele mal conseguia ver o rosto de seu assassino. Tudo estava ficando escuro. O som do sangue jorrando de seus ferimentos parecia ensurdecedor. Ele tentou levantar-se, mas suas pernas falharam, e ele caiu pesadamente no chão, o impacto reverberando no ambiente silencioso.

Deitado de lado, sentia o frio do mármore abaixo de si, enquanto sua respiração tornava-se um gorgolejar angustiante. Cada vez que tentava respirar, o ar escapava de seus pulmões perfurados com dificuldade, misturado ao sangue. O candelabro tremeluzia acima de sua cabeça, seu brilho fraco como os últimos instantes de vida de Henry.

Com os olhos arregalados de terror e dor, ele tentou falar, mas apenas um sussurro rouco escapou de seus lábios. Seus pensamentos estavam se desfazendo, e uma única pergunta pairava em sua mente: "Por quê?"

Finalmente, a escuridão o engoliu por completo. O coração de Henry parou, e a mansão mergulhou em um silêncio profundo, quebrado apenas pelo gotejar do sangue que encharcava o tapete abaixo de seu corpo.

O Mistério WhitmoreOnde histórias criam vida. Descubra agora