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LIVRO 1 -
DARK ROMANCE +18
A minha vítima perfeita tem que ser tão perfeita, que me convencerá que não vale a pena matá-la. Ela deve ser obediente e dócil igual uma cadela com fome, ela fará tudo o que eu mandar em troca...
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Fritz foi mandado para longe de mim, a sensação era de que uma parte minha foi arrancada. Sem poder me levantar, incapacitada de me mover, largada a um beco escuro, eu sangrava...
Drenava meu fôlego e minhas forças, sendo engolida pelo escuro e pela morte.
Alguém sabia do ataque. Alguém esperava pela nossa separação, e assim que Fritz foi levado embora, eu fui socorrida.
(...)
Acordei horas depois com um ventilador pulmonar preso no rosto. Minha vista embaçada ardeu com a iluminação intensa e branca do quarto de hospital. Era o reconhecido quarto no apartamento de Henrike.
A imagem difusa de Olivia surgiu adiante de meus olhos. Ela disse algo que eu não entendi, sua voz estava calma e maternal, porém, não soou agradável aos meus ouvidos. Eu sentia, tinha algo errado... Onde estava Fritz?? Eu queria dizer que ele foi levado pelos Garcia, ele estava em perigo... Minha voz não saia, minha força minguava... O rosto de Olivia foi encoberto por sombras e logo desapareceu. Eu voltei à inconsciência.
(...)
Ao despertar novamente, não estava mais com o ventilador pulmonar na cara, mas haviam sondas presas por meu tórax e braços. Meu primeiro pensamento foi Fritz. A lembrança horrível de vê-lo sendo desacordado, enfiado no carro e levado sabe-se lá para onde.
Olhei para baixo, tentando enxergar a mim mesma. Usava uma camisola branca e meu ombro esquerdo estava coberto por curativo. Tentei me mexer e o local com curativo gritou em dor excruciante. Fiz uma careta e paralisei. Com certeza ali foi a área do tiro... No ombro.
- Chelsea! - alguém chamou, era Olivia. - Meu bem, graças a Deus você acordou, eu tava preocupada.
Ela parou ao meu lado na cama hospitalar e colocou a palma em minha testa para sentir a temperatura.
- Você levou um tiro no ombro, a pessoa com certeza pretendia acertar seu coração mas errou.
- Olivia... - tentei falar. - O Fritz....
- Shhh... Não fale. Você tem que se recuperar.
- Não... Não.... - eu estava prestes a chorar. Minha impotência e fraqueza me desesperava. Não era possível. Eu precisava, mais que tudo, alertar Olivia que Fritz corria perigo.
Vi a mulher injetando algo na sonda, o líquido invadiu minhas veias... A dormência me dominou... E contra minha vontade, com lágrimas escorrendo, meu desespero foi soterrado pelo escuro, mais uma vez.
(...)
Eu fiquei nesse ciclo entre acordar e dormir até perder a conta. Num desses despertares, eu estava sozinha - sem Olivia no quarto, e permaneci consciente por alguns minutos. Ponderei a respiração longamente, até estabilizar e ter certeza que estava bem o suficiente para me levantar. Não me sentia febril, com certeza estava cheia de medicação na veia, e não sentia dor.
