╔𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒

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"𝙴𝚕𝚊 𝚗𝚊𝚘 𝚟𝚊𝚒 𝚙𝚎𝚛𝚌𝚎𝚋𝚎𝚛"

"𝙴𝚕𝚊 𝚗𝚊𝚘 𝚟𝚊𝚒 𝚙𝚎𝚛𝚌𝚎𝚋𝚎𝚛"

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Sae Itoshi nunca foi alguém de se prender a detalhes que considerava insignificantes, como responder mensagens rapidamente ou manter conversas triviais. Contudo, desde que conheceu [Nome], isso havia mudado de forma tão sutil que ele mesmo demorou a perceber. As conversas frequentes com [Nome] através de mensagens eram algo que certamente surpreenderia qualquer um que conhecesse Sae. O Itoshi mais velho era conhecido por sua frieza e indiferença, características que o faziam ser admirado, mas também temido e isolado. Ele tinha o hábito de deixar mensagens sem resposta por dias, às vezes até semanas. Para Sae, o mundo girava em torno de seu próprio eixo, e todos os outros simplesmente orbitavam ao redor dele, sem importância real. Porém, com [Nome], as coisas eram diferentes.

Cada vez que o celular vibrava, indicando uma nova mensagem dela, Sae sentia um impulso quase automático de responder. Claro, ele sempre repetia para si mesmo que tudo fazia parte de seu plano – um mantra que recitava mentalmente sempre que uma ponta de dúvida surgia. Afinal, [Nome] era a chave para seu sucesso, a pessoa que o ajudaria a entrar no Royal Madrid, mesmo que ela ainda não soubesse disso.

Ainda assim, havia algo em suas conversas que o perturbava. Algo que fazia com que ele, mesmo sem admitir, buscasse seu celular com mais frequência. Algo que o fazia hesitar antes de fechar o chat, como se temesse perder um detalhe importante.

Até Rin, seu irmão mais novo, havia notado a mudança. Em uma tarde qualquer, enquanto ambos estavam em casa, Rin observou o irmão sentado no sofá, o celular em mãos, os olhos fixos na tela com uma intensidade incomum. Não era a primeira vez que via Sae assim, e aquilo começava a incomodá-lo. Ele sabia que algo estava diferente, mas ainda não havia confrontado o irmão sobre isso. Hoje, no entanto, decidiu que era hora de perguntar.

Cara, você não acha que está... Sei lá, meio obcecado?Rin perguntou, a voz carregada de uma preocupação genuína.

Sae levantou o olhar, um tanto surpreso pela pergunta direta, mas sua expressão permaneceu neutra. Ele e Rin sempre foram próximos, mas havia uma barreira que Sae mantinha entre si e o resto do mundo, e isso incluía seu próprio irmão.

Hm? Não, estamos só conversando. Só quero ficar com ela pelo plano respondeu Sae, sua voz inalterada, como se estivesse explicando algo óbvio.

Rin estreitou os olhos, claramente cético. Ele conhecia Sae o suficiente para saber quando ele estava escondendo algo, mas ao mesmo tempo, sabia que pressioná-lo poderia ser inútil.

Mesmo? Porque, sei lá, você não é do tipo que se importa em ficar de conversa fiada, muito menos em responder mensagens assim tão rápido. Rin insistiu, cruzando os braços.

Sae soltou um suspiro, desviando o olhar para o celular em suas mãos. Ele sabia que Rin tinha razão. Não era de seu feitio agir assim. Nunca havia sido. As palavras do irmão ressoaram em sua mente, ecoando uma dúvida que ele tentava desesperadamente suprimir.

Você está vendo coisas onde não tem, Rin. Ela só é... útil. As palavras saíram com mais convicção do que ele realmente sentia. Sae estava tentando convencer Rin, mas, no fundo, estava tentando se convencer também.

Útil? Rin repetiu, uma sobrancelha arqueada. Não é isso que parece. Eu até fiquei feliz de ver você se interessando por alguém, mas... sei lá, isso está começando a parecer estranho. Tipo, você realmente acha que "encontrá-la por acaso" três vezes é normal? E se ela começar a perceber?

Sae ficou em silêncio por um momento. Rin tinha razão, ele sabia disso. Aqueles encontros "casuais" não eram nada casuais, e ele estava ciente do risco de [Nome] perceber. No entanto, havia algo mais forte, uma força interior que o empurrava a vê-la, a estar perto dela, mesmo que isso fosse irracional.

Ela não vai perceber afirmou Sae finalmente, sua voz fria como de costume. Mas dessa vez, algo soava diferente, uma incerteza que ele não conseguia mascarar completamente.

Rin deu de ombros, sabendo que seria inútil continuar. Se Sae estava decidido a seguir com isso, não havia muito que ele pudesse fazer. No entanto, a preocupação ainda pesava em seus pensamentos.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, [Nome] vivia sua rotina normalmente, sem saber que estava se tornando o centro do mundo de alguém como Sae Itoshi. Ela não suspeitava que aqueles encontros eram premeditados, não tinha ideia de que, ao responder suas mensagens, estava alimentando uma obsessão que crescia silenciosamente.

Para ela, Sae era apenas um rapaz bonito e misterioso que, por algum motivo, havia demonstrado interesse em suas paixões, em seus livros favoritos, em sua visão de mundo. E aquilo a encantava. A gentileza que ele demonstrava, mesmo que um pouco distante, era algo que ela apreciava. Sentia que havia algo de especial em Sae, algo que o diferenciava dos outros, e isso a deixava curiosa.

[Nome] nunca foi uma garota de se apaixonar rapidamente, mas havia algo em Sae que fazia seu coração bater mais forte. Talvez fosse o jeito como ele parecia sempre saber o que dizer, ou o fato de que, apesar de seu olhar sério e reservado, ele a fazia se sentir compreendida de uma forma que poucos conseguiam.

Em uma dessas tardes em que estavam trocando mensagens, [Nome] sugeriu algo que a deixou levemente nervosa:

"Sae, o que acha de irmos a uma galeria de arte no próximo sábado? Eu estava pensando em ver uma exposição nova que chegou na cidade." Ela enviou, seus dedos hesitando por um segundo antes de apertar "enviar".

Sae, que até então estava analisando táticas de jogo, parou o que estava fazendo ao ver a mensagem. A ideia de passar mais tempo com [Nome] parecia tentadora, e ele sabia que aquilo era parte do plano. Era o que deveria fazer.

Mas, de repente, ele se deu conta de que não precisava se convencer disso dessa vez. Talvez, pela primeira vez, ele quisesse estar ali, com ela, não por necessidade ou estratégia, mas por um desejo genuíno, ainda que conflitante.

"Claro, me parece uma ótima ideia." Sae respondeu, sentindo um leve calor subir por seu peito. Algo que ele se recusava a nomear, algo que ele preferia ignorar.

Naquela noite, Sae se pegou pensando em como [Nome] reagiria ao encontrá-lo na galeria, em como seria ouvir a opinião dela sobre as obras de arte. Ele estava, de certa forma, ansioso por isso. Mas logo afastou esses pensamentos, recitando mentalmente seu mantra.

"É só parte do plano... é só parte do plano."

No entanto, quanto mais repetia, mais a dúvida se infiltrava em sua mente. Ele não sabia o que era amor, não sabia o que significava estar apaixonado, e, se fosse sincero consigo mesmo, não queria saber. Não queria estar preso a alguém, não queria correr o risco de se tornar vulnerável, de ser puxado para trás, ou de confiar em alguém e se decepcionar.

Rin estava certo – ele nunca quis relacionamentos, e não seria agora que isso mudaria... certo?

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𝙿𝚘𝚜𝚜𝚎𝚜𝚜𝚊𝚘 𝚒𝚗𝚎𝚟𝚒𝚝𝚊𝚟𝚎𝚕 - 𝚂𝚊𝚎 𝙸𝚝𝚘𝚜𝚑𝚒 𝚡 𝙻𝚎𝚒𝚝𝚘𝚛𝚊Onde histórias criam vida. Descubra agora