A Feiticeira da Ilha

08

Adrien avançava com fúria, sua espada brilhando ao refletir a luz do sol. O caçador de bruxas, com um sorriso malicioso, usava suas correntes de aço para bloquear cada golpe, fazendo um barulho ensurdecedor de metal contra metal. As correntes se moviam como se tivessem vida própria, girando em volta do caçador, criando uma barreira quase impenetrável.

— André! Proteja a Mily! — Adrien gritou, sua voz carregada de urgência, sem tirar os olhos do inimigo à sua frente.

André, embora abalado, assentiu e correu em direção à cabine onde sua neta estava, tentando garantir sua segurança.

O caçador de bruxas riu, lançando uma das correntes na direção de Adrien, que mal conseguiu desviar.

— Você está lutando por uma bruxa, Adrien? — ele zombou, girando as correntes em torno de si. — Não me diga que está apaixonado por ela! Por uma assassina! Você vai cair, igual a todos que se aproximam dela.

Adrien, ofegante, avançou novamente, mas o caçador o golpeou com força, empurrando-o para trás.

— Marinette vai te destruir, assim como destruiu a todos ao seu redor! — provocou o caçador, os olhos cheios de malícia. — Ela só está brincando com você, usando o que sobrou da sua mente fraca para escapar de sua punição!

— Cale a boca! — Adrien rosnou, avançando com uma fúria renovada, sua espada cortando o ar com uma velocidade mortal. 

O caçador bloqueou novamente com as correntes, mas Adrien conseguiu desviar o último golpe, acertando o ombro do inimigo com um corte profundo.

O caçador gritou de dor, mas manteve o sorriso cruel.

— Ela vai te trair, assim como fez com todos os outros... Você será só mais um tolo que caiu por seus encantos!

Adrien mal conseguia ouvir os sons ao seu redor enquanto a fúria dominava seus sentidos. As provocações do caçador de bruxas mexiam com ele de uma forma que poucos inimigos haviam conseguido antes. Ele lançou outro golpe com a espada, mas as correntes giraram e bloquearam o ataque.

— Você está perdendo tempo, Adrien! Enquanto você luta aqui, Marinette estará nas mãos de outros caçadores, que estão ansiosos para reivindicar a cabeça da bruxa... — o caçador riu, o sangue escorrendo de seu ombro. — Ou pior... talvez prefiram brincar com ela primeiro.

Os olhos de Adrien brilharam de raiva. Ele não podia permitir que isso acontecesse. Não com Marinette. Ele avançou com um rugido, movendo sua espada com precisão mortal, acertando outra vez o caçador. O impacto derrubou o homem por um instante, mas ele rapidamente se levantou, jogando as correntes em direção a Adrien.

— Adrien! Socorro! — Marinette gritou, a voz cheia de desespero, enquanto os caçadores amarravam correntes pesadas em suas pernas.

O coração de Adrien disparou ao ouvir o grito de Marinette ecoar pelo convés. O desespero se instalou em seu peito, apertando-o como um nó sufocante. Seus olhos arregalaram de puro pânico, imaginando o que poderia estar acontecendo com ela. Ele sabia que havia mais caçadores no navio, prontos para caçá-la, e essa ideia o fez perder o foco por um segundo.

— Parece que sua bruxa está se divertindo muito... — provocou o caçador, um sorriso malicioso em seus lábios ensanguentados. — Sabe como são esses homens, Adrien. Nem sempre se contentam em apenas matar uma bruxa... às vezes, gostam de brincar um pouco antes de terminar o serviço.

A visão de Marinette em perigo e a ameaça implícita fizeram algo explodir dentro de Adrien. A raiva borbulhou, transformando-se em uma fúria que o consumiu por completo. Ele não podia suportar a ideia de que alguém pudesse tocar nela, não depois de tudo que passaram. Seu corpo inteiro tremia, e ele avançou sobre o caçador com uma força renovada, quase selvagem.