Por quatro anos, Adrien tentou de todas as formas encontrar Marinette. Ele percorreu cidades inteiras, vasculhou vilarejos distantes, e até pediu ajuda à base aérea, utilizando helicópteros para sobrevoar as áreas mais remotas. Cada dia era uma mistura de esperança e desespero, mas ele se recusava a desistir.
— Alguma notícia? — ele perguntava diariamente aos oficiais, seus olhos revelando o cansaço de quem não dormia direito há meses.
— Nada, senhor. — era a resposta que ele temia, mas já esperava.
A cada novo relatório, Adrien sentia o peso da ausência dela crescer. Seu coração estava preso na última visão que tivera de Marinette, desaparecendo no mar com seus poderes, enquanto ele ficava para trás, impotente.
Cansado, Adrien se deixou cair no chão ao lado da cama, sentindo o peso de quatro anos de busca incessante. Ele pegou um cigarro, acendeu-o com mãos trêmulas e deu uma tragada profunda. A fumaça subiu lentamente, envolvendo o quarto em uma névoa leve, enquanto seus pensamentos se afogavam em memórias que ele não conseguia apagar.
— Marinette... — sussurrou, o nome dela ecoando na escuridão do quarto.
Ele fechou os olhos, imaginando o rosto dela, o sorriso que sempre o fazia esquecer das responsabilidades pesadas que carregava. Mas agora, tudo que restava eram fragmentos, lembranças diluídas pelo tempo e pela distância.
A fumaça escapava de seus lábios, mas a dor em seu peito continuava inabalável. "Será que ela está viva? Será que ainda pensa em mim?", ele se perguntava em silêncio, a solidão o consumindo cada vez mais.
Enquanto a fumaça se dissipava, uma batida leve na porta o tirou de seus pensamentos. Era Nino, com o olhar preocupado.
— Você precisa descansar, cara... — Nino disse suavemente. — Continuar assim não vai ajudar em nada.
Adrien suspirou, apagando o cigarro no chão de madeira. Ele sabia que seu amigo estava certo, mas como poderia descansar quando tudo o que importava para ele estava perdido?
— Eu não posso parar, Nino. Não até encontrá-la…
— Eu sei, Adrien, — Nino suspirou, fechando a porta atrás de si e se sentando ao lado do amigo. — Mas você precisa cuidar de si também. Do que adianta continuar assim? Se você desmoronar, quem vai encontrar a Marinette?
Adrien esfregou o rosto com as mãos, tentando afastar o cansaço que parecia ter se instalado em cada fibra de seu ser.
— Eu só... — ele balbuciou, sem saber como expressar o turbilhão de emoções que o consumiam. — Eu só queria saber se ela está bem. Quatro anos, Nino. Quatro anos sem uma pista. É como se ela tivesse... desaparecido.
Nino colocou a mão no ombro de Adrien, tentando transmitir algum conforto.
— Marinette é forte, Adrien. Se alguém pode sobreviver a tudo isso, é ela. E eu prometo.
Após a longa conversa, Nino deixou o quarto em silêncio, fechando a porta suavemente atrás de si. Adrien, exausto, deitou-se na cama, encarando o teto. O ambiente estava quieto, mas sua mente fervilhava com lembranças. Ele piscou, tentando relaxar, mas, a cada vez que fechava os olhos, a imagem de Marinette surgia de forma clara e perturbadora.
Ele podia vê-la ali, ao seu lado, como tantas vezes antes. O riso suave dela, o jeito como seus cabelos escuros se espalhavam sobre o travesseiro, e a sensação de seu corpo quente junto ao dele. O pensamento de Marinette deitada sobre seu peito, de mãos dadas, fez o coração de Adrien apertar com uma mistura de saudade e dor.
— Marinette... — sussurrou, a voz embargada, sentindo uma lágrima solitária deslizar por sua face.
Ele se virou de lado, abraçando o travesseiro como se pudesse, de alguma forma, sentir a presença dela ali. O vazio ao seu lado parecia ainda mais pesado agora, um constante lembrete do quanto ele a desejava de volta.

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A Feiticeira da Ilha
FanfictionAdrien Agreste, um líder militar, se depara com Marinette Dupain Cheng, uma bruxa acusada de matar seu marido e fugir da prisão.