Revelações dolorosas

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O ambiente dentro do carro era marcado por risadas e uma alegria quase palpável. Yoojin, com as mãos relaxadas no volante, guiava calmamente pelas ruas que a levariam à casa de Doyoung. Minho, sentado ao lado, não conseguia conter a animação, o sorriso escancarado no rosto enquanto falava sobre o aniversário de Minji. O caçula, sentado na cadeirinha, ria das palhaçadas do irmão, o que só aumentava a leveza do momento. Mas havia algo que perturbava Yoojin, uma sensação desconfortável que não conseguia ignorar. O que estava acontecendo com Minho na escola? A resposta parecia estar sempre fora de alcance, e mesmo que a situação fosse temporária, ela não conseguia afastar o aperto no peito.

Ao estacionar próximo à casa de Doyoung, o alívio por ter chegado foi interrompido pela impaciência de Minho, que já saltava do carro antes mesmo de ela desligar o motor. Do lado de fora, Minji, com seu pijama de gatinhos rosa, aguardava ansiosa. Os dois, sem dizer uma palavra, correram para dentro da casa, as risadas ecoando antes de desaparecerem ao passar pela porta.

Yoojin observou a cena por um momento, os pensamentos turvos. Estava tudo normal... não estava? Doyoung apareceu ao longe, caminhando em sua direção com um sorriso familiar.

— Você não quer entrar? — perguntou, inclinando-se para o carro. — O pessoal do bar já está todo aqui...

Hesitante, Yoojin concordou. Sentia uma leve ansiedade ao estar ali, mas não poderia recusar. Com a ajuda de Doyoung, tirou Felix da cadeirinha e pegou a sacola de presente que Minho havia esquecido. Caminharam até o quintal dos fundos, onde as vozes abafadas das crianças brincando na sala faziam eco, mas ela não conseguia afastar a tensão que crescia.

Haechan foi o primeiro a se aproximar, os olhos brilhando ao ver o pequeno Felix em seus braços.

— Achamos que você não ia entrar — comentou com uma risada, antes de pegar o bebê com delicadeza. — Ele é tão fofo! Então você deve ser o famoso Felix!

Yoojin observou enquanto Haechan se afastava, o coração apertado. Todos ali sabiam de seus filhos, mas ver Felix pessoalmente pela primeira vez parecia trazer uma nova camada de vulnerabilidade que a deixava desconfortável.

Enquanto ela ainda processava esses sentimentos, Mark se aproximou com um semblante sério, algo em sua expressão que a fez gelar.

— Tenho notícias — disse em voz baixa, estendendo um envelope amassado. — Recebi isso hoje pela manhã.

O coração de Yoojin disparou. Seus dedos hesitantes tocaram o papel frio, mas ela não o pegou imediatamente.

— Ele te respondeu? — a voz saiu quase como um sussurro.

Mark assentiu, e o olhar dela se encheu de lágrimas.

— Liguei para ele. Está tudo bem. Mas você precisa ler a carta… em casa. Vai ser melhor.

Mark se afastou, deixando Yoojin sozinha com o envelope nas mãos. O peso dele parecia crescer a cada segundo que passava. O que aquelas palavras guardavam? Com um último olhar para o pedaço de papel, ela soube que o que estava ali dentro poderia mudar tudo. Para sempre.

[...]

Felix chorava quase desesperado, sentado no chão atrás de Yoojin, enquanto ela lutava para preparar o almoço. Ao mesmo tempo, tentava ajudar Minho com a lição de casa, mas a pressão crescente em sua cabeça a deixava à beira do colapso.

— Mãe, eu ainda não entendi… — Minho insistiu, a voz dele carregada de frustração.

— Minho, por favor, só espera cinco minutos… — implorou Yoojin, tentando manter a calma, embora soubesse que estava à beira de perder o controle.

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