De volta aos 15! 【Fabrício】

#007 ☆○☆

E mais uma vez eu acordei sendo uma adolescente novamente, e eu devo admitir, é bom poder levantar mais tarde sem se preocupar com o que devo fazer no trabalho hoje. Na verdade, eu espero que eu nunca mais precise me preocupar com isso, se tudo der certo, no próximo futuro eu terei uma secretária e estarei rica! Quero poder dormir pelo menos até 9h00.

Me despertei dos meus pensamentos e me levantei da cama, me arrumei rapidamente e fui para escola, estava atrasada demais para me encontrar com Anita na casa dela, tão atrasada que precisei ir para escola tomando café da manhã no caminho.

– Você a viu hoje? Bom dia – Anita perguntou quando chegou perto de mim e eu sabia que ela estava falando da Carol.

Continuei mastigando e, sem conseguir falar, balancei a cabeça e murmurei um 'mm-mm' com a boca cheia, esperando que ela entendesse

– Eu dormi na casa dela ontem, mas quando eu acordei a tia disse que ela já tinha vindo para a escola. - Anita disse arrumando a mochila nas costas.

Antes que eu terminasse de engolir para a responder escuto uma voz atrás de mim, e eu automaticamente reviro os olhos.

– E aí salsicha e scooby-doo, tudo certo com o plano mirabolante?- Fabrício interrompeu nossa conversa rindo e esbarrou em mim, me fazendo derrubar o bolinho no chão.

Revirei os olhos enquanto me abaixava para pegar o bolinho, que agora estava todo esfarelado. 'Valeu, Fabrício', respondi, tentando não voar nele. Ele se encostou em uma mesa, ainda rindo, me acompanhando com os olhos enquanto eu ia até o lixo mais próximo jogar o que sobrou do meu bolinho.

– Minha mãe que fez, seu idiota. E estava muito bom! - Respondi cabisbaixa na última parte, fingindo estar triste.

Fabrício riu, cruzando os braços. 'Se estivesse tão bom assim, você não teria deixado cair no chão, né?' Ele me lançou um olhar provocador , e eu senti a raiva crescer.

– Talvez se você não tivesse esbarrado em mim, isso não teria acontecido! – Retruquei, mantendo aumentando a voz
–Ah, claro, agora é tudo minha culpa – ele respondeu com um sorriso arrogante. A tensão entre nós aumentava, e eu sabia que se eu não saísse dali agora aquela discussão ia longe.

Anita pigarreou, nos fazendo olhar para ela. Meu Deus, eu tinha até esquecido que minha prima estava aqui, assistindo esse show ridículo. Que vergonha...

–Vocês dois vão ser para sempre assim? – Ela perguntou, segurando o riso.

Eu rapidamente me levantei, ainda irritada, e puxei a mochila do chão. Não. Se tudo der certo depois do ensino médio a última vez que eu vou ver o Fabrício vai ser no casamento da minha irmã, e olhe lá também, vai que o futuro muda tanto que ele nem vai ser convidado.

–A gente tá atrasada pra aula, vamos logo! – falei, tentando mudar de assunto. Peguei Anita pelo braço e comecei a andar, sem nem olhar para trás. A última coisa que eu queria agora era prolongar aquela cena.

Fui puxando Anita pelos corredores, tentando afastar a lembrança do que acabara de acontecer. Quando entramos na sala, vi Carol sentada, conversando animadamente com o Henrique, como se nada tivesse rolado no dia anterior. 'Olha isso,' murmurei para a Anita.

Anita franziu a testa.

– É estranho, né? Como se estivesse tudo normal...– Eu queria ir até ela e perguntar como estava se sentindo, mas algo me impediu. – Deixa pra lá. Não é a sua briga – Anita sussurrou. Mas eu não conseguia me conter.

– Ela precisa falar sobre isso! É um término. Ela deve estar péssima.

– Calma, talvez ela esteja tentando seguir em frente. – Anita sugeriu, mas eu ainda estava em dúvida. Olhei para Carol, sorrindo com Henrique, e senti que, mesmo sabendo da traição, ela estava tentando fazer tudo parecer normal.