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De um modo tão particularSem muita coisa 'pra falarSó um silêncio e transmissão de pensamento

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De um modo tão particular
Sem muita coisa 'pra falar
Só um silêncio e transmissão de pensamento

Me juntaria pra te amar
Nos seus cabelos, me enrolar
Mais enrolado que eu já tô nesse momento

• • •

A música e o som alto faziam tudo ao redor desaparecer para Fabrício, como se só existissem ele e Maya naquele momento no mundo, e ele adorava a sensação, menos a fato dele perceber que não sabia explicar por que sentia aquilo. Mas ele não ia admitir isso tão fácil, não em voz alta.

- Você realmente precisa de um hobby. - Resolvi quebrar o silêncio que gerou por alguns segundos, fazendo Fabrício despertar do pensamento.

- E você precisa de um pouco mais de diversão na sua vida. - Fabrício se recompôs, pegando uma bebida na mesa ao lado.

Antes que eu pudesse responder, senti alguém puxar meu braço. Era minha prima Anita, com uma expressão divertida.

- Vocês dois juntos de novo? - ela perguntou, rindo.

- Que mania é essa de vocês de ficarem puxando meu braço, hein?! - Ignorei a pergunta me soltando de Anita.

Fabrício virou para ela, com um sorriso provocador.

- Sempre. Estou apenas tentando fazer a Maya rir, mas parece que é uma missão impossível.

- Uma missão impossível? Você ainda não viu nada, eu adoraria deixar vocês dois aqui como cão e gato, mas preciso da minha prima no momento.

- Viu? Precisam de mim, boa festa para você Fabrício. - Eu acenei e sorri provocando o rapaz, o sorriso que ele mantinha no rosto se desfez.

Fabrício não disse nada, apenas levantou o copo e acenou com a cabeça, saindo de perto sem se despedir, ele ficou bravo? Ué. Ai, esquece, quem liga?

- O que foi? - Perguntei quando Anita me levou para um canto.

- Você estava tão ocupada com o Fabrício que esqueceu o porque estamos aqui? Escuta, eu tenho um plano, tá vendo aquele palco ali perto da piscina? Precisamos fazer com que o Henrique toque ali. Acho que se ele perder a timidez agora vai dar tudo certo com ele no futuro. Entendeu?

Concordei com a cabeça, Anita fez com que Carol e o Cê nos ajudassem, mesmo sem eles entenderem o por quê. Minhas primas ficaram responsáveis por convencer o Henrique, enquanto eu e Cê ficamos responsáveis por montar o palco, por sorte a amiga da Carol deixou a maioria das coisas arrumadas, provavelmente imaginando que alguém fosse querer usar.

Ela é corajosa de deixar esse violão aqui, no meio de um monte de adolescentes alcoolizados, as chances de alguém quebrar isso aqui são altas.

Não sei que tipo de ameaça aquelas duas fizeram para que Henrique concordasse, mas em alguns minutos lá estava ele, em cima do palco. Eu percebia o quão nervoso ele estava, e olha que ninguém tinha notado a presença dele ainda.

Quando a música começou, deu para perceber como ele estava tenso, chegando até a errar algumas notas. Mas assim que ele começou a cantar, algo mudou. A voz dele ganhou força, e a insegurança foi desaparecendo. ESSE É MEU GAROTO!

As pessoas começaram a olhar, algumas até se viraram para ouvir melhor. Com o tempo, sorrisos foram surgindo, e alguns começaram a acompanhar a batida, dançado e se divertindo. Era incrível ver Henrique se soltando, como se aquela música estivesse fazendo algo mágico com ele.

No meio da apresentação, ele fez contato visual com a plateia e, de repente, a timidez sumiu. Ele sorriu, e parecia perceber que estava realmente ali, fazendo todo mundo GOSTAR da música. E, por um momento, tudo fez sentido: O lugar do Henrique era ali, em cima do palco, eu me esqueci completamente que quando éramos jovens esse era o sonho dele, sorte a minha que Anita não se esqueceu.

Aproveitamos a festa por mais ou menos 2h mas já era tarde e querendo ou não eu era uma adolescente que tinha horário para chegar em casa, Henrique me acompanhou já que era o mesmo caminho da casa dele, no caminho ficamos conversando em como ele foi incrível e em como todos o adoraram.

Anita ficou na festa por mais algumas horas, querendo aproveitar mais alguns momentos com nossos amigos antes de voltar para 2024. Me deitei na cama esperando ela chegar.

- E aí, demorei? - Anita pulou minha janela e eu me levantei para a abraçar e comemorar nossa vitória com o Henrique.

- Não muito, me mantive com a mente ocupada, preparada?

Fui em direção ao meu velho computador o ligando e acessando o floguinho.

- Vamos, que dessa vez dê tudo certo! - Anita se sentou na cadeira digitando seu nome de login.- Te encontro no futuro, prima.

E mais uma vez, tudo se escurece novamente.

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⏰ Última atualização: Sep 21 ⏰

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    De volta aos 15!   【Fabrício】Onde histórias criam vida. Descubra agora