#001 Piloto 🌥

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Quanto tempo já passou
E a gente nem se falou
Quanta coisa a gente faz
Depois quer voltar atrás」

2006
The past is the present

—Anita, eu não vou te chamar de novo, eu juro que se eu subir aí, eu vou te puxar pelos cabelos.– Luiza falou, impaciente.

Anita e Luiza são minhas duas primas, filhas do tio Pedro, Anita é da minha idade e Luiza um pouco mais velha.

—Eu já tô indo, espera! Maya, vem aqui! – Anita me chamou.

–Vou buscar ela, espera a gente. – Disse subindo as escadas correndo e Luiza bufou.– Você está mexendo no computador, maluca! Pensei que você estava se arrumando.

–Já me arrumei, já me arrumei, fala baixo, se não a Luiza vai escutar e reclamar, olha! –Ela apontou para o computador.

–Floguinho! Você está criando um? Eu também estou querendo criar um para mim.

Floguinho era a rede social do momento, um lugar para poder postar nossas fotos e compartilhar com nossos amigos, era um sucesso em 2006.

–Siiim! -Anita respondeu, animada.– Qual nome você vai colocar no seu? Vamos criar um "nick name" combinando!

-Hum... Já sei! –Sorri e me sentei no colo dela, para poder digitar.

  "Anitah_Malukah2006"

Anita começou a rir e concordou, mas só depois de me fazer jurar de dedinho que eu ia criar minha conta no Floguinho como
"Mayah_Malukah2006".

2024.

O despertador tocava incansavelmente,  com aquele incrível (só que não) som, que se eu fosse uma daquelas meninas ricas, o jogaria na janela do quinto andar, mas infelizmente, eu não sou.

—Mas que saco, ok, ok, já pode parar de tocar, eu já acordei! – Falei com o celular, como se ele fosse me responder.

Joana, minha gata, subiu na cama e me encarou, me julgando por estar conversando com um negócio quadrado que emitia som.

—O que foi, hein? São só oito da manhã e você já tá me julgando, vem boneca, vamos comer! – Me levantei, fiz minha higiene matinal, e fui dar comida para a Joana.

—Legal, o pão acabou! –Reclamo chorosa olhando para Joana comendo. – Queria ser um gato também, sabia? – Faço carinho nela por alguns instantes até que ouço meu telefone tocar.

Reviro os olhos, já imaginando que deve ser a Dalila, a dona da loja de roupas que eu trabalho.

–Que saco, hoje é o meu dia de folga, por favor que ela não me invente de mandar eu ir trabalhar hoje! – Reclamo indo em direção ao telefone, mas para minha surpresa é mamãe.

—Mãe? Está tudo bem? O que foi?

—Maya! Cadê você? Pensei que você chegaria aqui hoje.–Chegar lá??? Porque?

–Maya... Não vai me dizer que você esqueceu que amanhã é o casamento da sua prima Luiza, você e a Anita são idênticas, ainda bem que a mãe dela me mandou te avisar,  sabia que você ia esquecer, igual a Anita. –Mamãe riu, conhecendo a filha que tem, ela já esperava.– Você vai vir né?

–É... claro mãe! Chego de madrugada, tá? Beijos, preciso desligar! – Inventei uma desculpa e desliguei apressada.

Ok, temos um problema, Dalila vai ficar muito brava, mas, vou ter que faltar uns dias.

—Poxa, prima, não tinha um fim de mundo pior para se casar não?! Lá vai eu, voltar para aquele fim de mundo, com aquele povo que parece que parou no passado. – Falo sozinha.

    De volta aos 15!   【Fabrício】Onde histórias criam vida. Descubra agora