A vida não estava fácil para Juliette e Rodolffo.
Os dois conversavam quase todos os dias e Rodolffo fazia questão de se interessar por tudo o que dizia respeito aos filhos.- Não sei porque se tornaram assim rebeldes. Eles não são assim.
- Tenho medo que não me aceitem. No início o Santiago e eu tivemos uma conexão muito boa. Não sei o que mudou.
- Eles vão aceitar.
- Pensei sair com eles para jantar. Onde é que eles gostam de ir?
- Pizzaria. Adoram uma pizzaria e tem uma muito boa aqui perto.
Vou dizer-lhes.- A mamãe também vai?
- Hoje é só programa de pai e filhos.
- Ah mamãe, não vais deixar-nos sozinhos com ele?
- Ele é o vosso pai. Mais respeito que eu não vos eduquei assim. Desde quando vocês tratam assim as pessoas?
- Nunca falaste assim connosco.
- Falo agora e estão de castigo. Não há pizzaria para ninguém. Vão jantar em casa e eu vou convidar o Rodolffo.
Já tinham passado algumas semanas e Juliette achava que eles já tiveram tempo suficiente para aceitar.
A sua relação com ele ia muito bem. Embora não houvesse nada demais a troca de carinhos era frequente.
Rodolffo sugeriu comprar alguns presentes mas ela proibiu-o. Não queria os filhos comprados. Eles teriam que aceitar o pai naturalmente.
Eles ainda não conheciam a casa do pai. Apenas exteriormente.
Durante o jantar Rodolffo perguntou:
- Os meus filhos aceitam jantar lá em casa amanhã? Quero mostrar-vos a casa. Tem um quarto lá para vocês.
- Nós nunca vamos dormir lá. Já temos aqui o nosso quarto.
- Porque não? Se a mamãe precisar de viajar, dormem lá em casa.
- A mamãe nunca viajou sem nós.
- Mas vou começar a ir. Estão muito rebeldes e agora que eu tenho ajuda, preciso sair mais vezes.
- As duas pestinhas olharam uma para a outra.
- Queres ir sózinha para levares o Tiago. Não faz mal. Nós gostamos do Tiago.
- Quem é Tiago?
- O teu amigo que veio aqui naquele dia. Aquele que levou a gente num restaurante chique.
- Não conheço nenhum Tiago. Parem já com essa conversa.
- Desculpa mamãe. Era segredo, mas não é mais.
Rodolffo ouvia a conversa e de repente fechou a cara.
- O senhor Rodolffo tem uma namorada?
- Senhor Rodolffo? Não era só Rodolffo? Não, não tenho namorada.
- Ah! É que já estou a ver um padrasto e uma madrasta. O padrasto é legal, agora precisamos conhecer a madrasta. - disse Santiago.
- Vou embora, Juliette. Já está tarde.
- Pode ficar, senhor Rodolffo. Nós vamos subir e deixar vocês a conversar.
Juliette fez café e levou Rodolffo para o sofá.
- Não ligues. Não tem Tiago nenhum. Não sei onde eles foram inventar isso.
- De certeza? Na hora fiquei com ciúmes.
Os pirralhos que tinham subido voltaram a descer, descalços para não serem descobertos. Escondidos ouviam tudo.
- Ciúmes porquê? Não temos nada.
- Porque tu és teimosa. Eu nunca deixei de te amar e sei que tu também, senão porque estás sózinha desde que eu fui embora.
- Mas agora as coisas são mais complicadas. Os teus filhos não te aceitam.
- Comecemos por uma ponta. Aceitas namorar comigo, minha Ju?
- E dizemos a eles?
- Claro. Não quero nada escondido.
- Eu aceito.
Rodolffo puxou-a para o colo, abraçou-a pela cintura e beijou-a.
- Afffff! Finalmente. - disseram os gémeos em simultâneo.
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Meu amor-perfeito
FanfictionPor mais voltas que a vida dê, sempre haverá algo marcante que um dia há-de reaparecer para desestabilizar.