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Depois da partida de Mark os três nunca mais perderam o contacto.  Fosse por telefone ou nas redes sociais,  não havia um único dia que eles não  falassem.

10 anos depois

Já faz dois dias que Sofia não conseguia falar com Mark.  Chamou no wattsapp, mandou mensagem e ele nada.  Nem retornou nem visualizou.

Sofia cursava medicina e Santiago direito assim como Mark.
Na Austrália este era o período de férias e por isso Sofia estranhava o silêncio de Mark.

- Tu estás muito ansiosa, minha filha.  Pode ter algum problema com o telemóvel.  Eu sei que gostas dele, mas ficar assim nessa angústia?  O que se passa?

- Eu amo-o mãe.

- Não entendo esse amor. Não se vêm há 10 anos.  A última vez eram crianças.

- Eu vejo-o quase todos os dias. Não é porque está longe.

- Eu gosto do Mark, mas assusta-me que por causa do vosso amor ele te queira levar para longe de nós.

- Não mãe.  Eu nunca te vou deixar nem ao pai e ao mano.

- Dizes isso agora.  Se ele quiser levar-te?

- Ele que venha para o Brasil.   Os avós faleceram e só lhe resta o pai.  Pode muito bem vir com ele.

- É verdade.  O Stephen está aposentado e isso facilita.  A mãe nunca mais o contactou.
Onde está o teu irmão?

- Disse que ia sair.  Anda muito misterioso o meu irmão. Diz que ia sair com uma menina, mas eu sei que é mentira.

- Porque dizes isso?

- Porque ele namora a Estela e ela este final de semana ia com os pais para a fazenda.

- Espero que ele não ande a fazer disparates.

- Eu também.   A Estela é boa menina e gosta muito dele.

- E ele dela.

- Sim, mas então onde ele foi?

- Disse que voltava para o almoço, então não deve demorar.

Juliette voltou para a cozinha para terminar o almoço e Sofia seguiu-lhe os passos.

- Tanta comida?  Vamos ter visitas?

- Não,  porquê?  Eu sempre cozinho assim.

- Assim tanta não.

- Sabes é que amanhã eu preciso tratar de uns assuntos e não  vou poder cozinhar.   O que sobrar vão ter que comer.

- Ha!  Tudo bem.  Cá em casa não  temos o problema de comer restos.

- Não são restos.   Eu cozinho a mais para sobrar.  Depois é só aquecer.

- Onde está o papai?  Não sei porquê, mas hoje todo o mundo está estranho.

- É sábado Sofia.  Todos aproveitamos para fazer o que precisamos.  Mandei o pai ao mercado comprar algumas faltas da despensa.

- Estás a ver?  És tu sempre que fazes as compras.

- Mas hoje acordei indisposta e pedi para ele ir.

- E como estás agora?

- Ainda enjoada.  Acho que foi do cachorro quente que comi ontem à noite na feira.

- Todos comemos o mesmo!

Rodolffo chegou com a sacola das compras.   Colocou na mesa da cozinha e pegou na mão de Juliette arrastando-a até ao quarto.

- A mãe volta já.  Vai arrumando as compras, Sofia.

- Sim pai.

Fecharam a porta do quarto.

- Toma, vai fazer.

- Estou nervosa Rodolffo!  A esta altura?

- Vai lá que eu morro de ansiedade.

Cerca de 5 minutos depois Juliette saia do banheiro banhada em lágrimas com um teste de gravidez na mão.

- Positivo, amor.  Vamos ser pais de novo.

Rodolffo levantou-a no ar para depois a deitar na cama e cobri-la de beijos.   Levantou-lhe a blusa e deitou a cabeça na barriga dela começando a falar com o filho entre soluços.   Juliette não dizia nada, apenas lhe fazia festas no cabelo.



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