XVIII

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No dia seguinte ao procurarem Beth tiveram a maior surpresa da vida.

Bateram à porta e quem apareceu foi uma jovem que não teria mais de 20 anos.

- Bom dia.  Procuramos uma senhora  chamada Beth.

- Desculpem senhores.   Aqui moro eu e meu esposo.  Alugamos esta casa faz uma semana.

Rodolffo  e Stephen estavam atónitos.  Como é que Beth foi embora e nem procurou o filho?

Rodolffo ainda tinha o contacto da dona da casa.  Ligou e ficou a saber que Beth havia entregue a chave alegando que ia partir,  só não disse para onde.

Ficaram preocupados com a situação e sem saber o que fazer.

Stephen pediu para Rodolffo o acompanhar à polícia.  Ia expor a situação e informar que levaria a criança de regresso à Austrália.

- E sobre a senhora. O que devemos fazer? - perguntou Rodolffo ao policial.

- Nada.  Ela é adulta, aparentemente foi embora de livre vontade.  Se não houver nada que  prove o contrário disso, não podemos fazer nada.

Saíram dali e Stephen disse que ia resolver a viagem.  Rodolffo voltou à casa.

- Então,  falaram com ela? - perguntou Juliette.

- Desapareceu.  Deixou a casa.

- Foi embora e deixou o filho sózinho?  Vagabunda.

- Ela sabia que ele estava bem connosco.  Espero que não lhe aconteça nada.

- Estás com pena dela?  Serão saudades de tempos antigos?

- Não digas asneiras Juliette.   Ciúmes a esta hora?  E a maneira que olhaste para Stephen? 

- Eu...

- Não negues que eu vi muito bem.

- Não vou negar que ele é um homem charmoso.  Só fiquei admirada porque esperava alguém mais velho.

- Eu vi muito bem.  Era olhar de desejo.   Acaso eu já não te chego?

- Que é isso Rodolffo?  Estás a ofender-me.  Eu sou mulher, estou viva, posso olhar para outros homens.  Isso não significa que os desejo.  Para isso não estaria contigo.  Durante 11 anos, olhei, elogiei alguns homens e nem por isso transei com eles.
Não foi o teu caso que tiveste outras mulheres.

- Tive só a Beth.

- Tivesses mais.   Ninguém te impediu. - disse ela deixando-o sózinho e subindo para o quarto.

Rodolffo foi atrás dela e encontrou-a trancada no banheiro.

- Sai Ju.  Vamos conversar. - Rodolffo ouvia os soluços dela.

- Vai embora.  Não quero olhar para ti.

- Vá lá.  Desculpa tudo o que eu falei.

- Devias pensar antes de falar.  Não quero olhar para ti.

- Estou lá na sala á tua espera.  Saí daí e vamos conversar.

Rodolffo fingiu caminhar para fora do quarto e fechou a porta.  Deitou-se na cama e esperou.  Sabia que ela sairia do banheiro em seguida e precisavam conversar.

Ouviu a àgua correr e logo apareceu Juliette de cara lavada e olhos vermelhos.

Ia regressar ao banheiro quando viu Rodolffo,  mas este foi mais ligeiro e impediu-a.

- Não quero falar agora.

- Mas eu quero.  Preciso sair, mas quero resolver isto.
Juliette,  perdoa-me pelo que disse.  Tu sabes que eu sou ciumento e às vezes excedo-me.

- Ofendeste-me.

- Eu sei, desculpa. - Rodolffo puxou-a para si e ela não resistiu.  Ficou em silêncio até que ele tomou a iniciativa de um beijo.

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