XXI

40 11 9
                                    

Juliette pediu para Rodolffo não contar a ninguém por enquanto.  Hoje era um dia especial para Sofia e  não queria nada que tirasse o foco dela.

Mark tinha conversado com Juliette e Rodolffo e deu-lhes a saber que ia pedi-la em casamento.  Pediu que a sua chegada fosse surpresa e eles assim fizeram.  Regressaram por isso à cozinha, sorridentes e felizes.

- Eita!  Que cara de felicidade é essa?

- A mesma que um dia hás-de ter quando tiveres ao teu lado o teu grande amor.  - respondeu Rodolffo.

Juliette olhou-o nos olhos e deu-lhe um selinho.

- Ainda vai demorar.  Faltam dois anos para o Mark se formar.   Ele disse que vinha viver para cá nessa altura.

- Dois anos passam rápido.  Muita àgua vai correr debaixo da ponte.  Paixões vão e vêm e o que hoje é certo amanhã já não é.

- Não digas isso mãe.  Que pessimista!

- Não era de ti que falava.  Era no geral.  Ouvi o carro do mano.  Vamos por a mesa para o almoço.

Juliette arrumou os pratos e Sofia perguntou:

- 6 pratos, mãe?  Quem vem almoçar?

- Eu. - disse Mark que estava atrás dela com um enorme buquê de rosas.

- Mark!!!! - Sofia pulou no colo dele que teve dificuldade em segurá-la juntamente com as flores.

Stephen vinha logo atrás e cumprimentou Rodolffo e Juliette  com um abraço.

Sofia e Mark estavam tão encantados que simplesmente não existia mais ninguém naquela sala.

- Por isso estavas incomunicável?

- Foram muitas horas de voo.  Estou muito cansado.

- Sofia, mostra os quartos a Mark e Stephen para que eles possam refrescar-se se quiserem.

- No último andar?

- Sim, Sofia.  Onde são os quartos dos hóspedes?

- Estão prontos?  Ah, claro que devem estar.  Fizeram tudo nas minhas costas.  Até tu, Santi!  Traidor.

- Foi a pedido do teu namorado.  A ele é que deves cobrar.

- E vou.  Vamos que eu acompanho-os aos quartos.

Sofia subiu com os dois, deixou Stephen num dos  quartos e entrou no outro com Mark.  Este pousou a mala e tomou-a nos braços beijando-a, num beijo com sabor a saudades.

- Desculpa, queria fazer surpresa.

- Eu desculpo.  Estou tão feliz.   Quanto tempo vais ficar?

- Dois meses.  Quero muito aproveitar este tempo contigo.

- Nós ainda temos aulas.

- Não faz mal.  Estar a teu lado é sempre bom.  Vim fazer uma coisa especial.

- Conta.  Posso saber?

- Podes uma vez que és a principal interessada. -  casa comigo.

- O quê?

- Mark ajoelhou e mostrou o anel.  Quero ir embora noivo.  Casa comigo.

- Eu caso amanhã se for possível.  Era o que mais queria para não ter que me separar de ti.

Mark colocou o anel no dedo dela.

- Depois do almoço eu farei o pedido formal ao teu pai, mas tinha que fazer primeiro a ti e sózinhos.

- Ah! Dois anos, passem depressa.  Eu não vejo a hora de te ver regressar de vez.  Agora noiva ainda me vai custar mais.

- Tem um pouco de paciência.   As coisas hão-de arranjar-se.

Os dois ficaram abraçados durante alguns minutos, mas Sofia precisava voltar para a sala e deixar ele tomar banho.

- Amor vou guardar o anel.  Quero que seja surpresa para eles.  Depois voltas a colocá-lo.

- Ok, mas hoje eu quero comemorar contigo a sós.  Será que podemos passar a noite num hotel?

- Eu não sei como os meus pais vão reagir.

- O Santiago já tratou de tudo.  Já reservei um hotel lindo.

Sofia chegou à sala e abraçou os pais.

- Tenho a melhor família do mundo.
Pai, mãe, vocês iam ficar muito aborrecidos se eu fosse para um hotel com o Mark.  Hoje é um dia especial para nós e eu queria estar com ele.

- Mas... - Rodolffo ia falar quando Juliette tomou a dianteira.

- És adulta e ajuizada.  Tu sabes o que podes ou não fazer.

- Juliette!

- Rodolffo, pára de mimimi!
Tu fizeste o mesmo comigo.

- Mas ela é a minha...

- A tua filha.  Já uma mulher.

- Pai, o Mark pediu-me em casamento e também vai pedir a ti.  É por isso que quero comemorar a dois e não com todos.

- Claro que vais e o pai vai fazer cara alegre.   Um dia tinha que ser, Rodolffo.

- Sofia estava sentada no meio dos dois e abraçava-os em conjunto.

- Se te faz feliz eu abafo a dor no meu coração e finjo que não aconteceu.

- Quanto drama, Rodolffo!

- Não é drama.  Não estava preparado para este momento.

...

O almoço estava a terminar.  Juliette e Sofia retiravam toda a loiça e preparavam-se para o café.  Foi nesse momento que Mark segurou na mão da namorada e fez o pedido a Rodolffo.

- Claro que eu fico feliz por vós dois, mas não penses levar a minha menina para a Austrália.

- Quanto a isso, também é um tema que precisa ser esclarecido.  Quero casar o quanto antes, isto se Sofia estiver de acordo e para morar escolhi o Brasil.  Já não regresso.  Vou completar a minha formação aqui junto da minha amada.
Já tratei da transferência e de acordo com meu pai vamos mudar-nos para cá.  O meu pai talvez ainda precise viajar, mas eu fico cá de vez.

- Sofia bateu palmas e tinha um sorriso de orelha a orelha.

- Estamos velhos, Stephen. - disse Rodolffo.

- Só nos resta esperar pelos netos.

- Agora que já todos contaram as novidades, eu e Juliette também temos uma grande novidade.

- Não inventes pai.  Não venhas com as tuas ideias.

- Deixa-o falar filha.  Tínhamos acordado que daríamos a notícia mais tarde, mas o teu pai, boca de sacola não aguenta.

- Vem para aqui meu amor-perfeito.  A flor mais linda do jardim.  Vem cá para contarmos juntos.

- Eu já estou com medo. - disse Mark.

- E então eu?  Cada vez que ele ficam assim lá vêm bomba. - disse Sofia.

- Então!  Eu e a vossa mãe vamos ser PAIS DE NOVO.  A Ju está grávida!

- O quê????? - gritaram os dois em conjunto enquanto Mark e Stephen se mostravam surpreendidos.

Meu amor-perfeito Onde histórias criam vida. Descubra agora