Meu propósito

71 9 12
                                    

Já no porão, eu e FiddleFord admirávamos o portal, nossa maior criação. Estava parcialmente pronto, apenas faltando algumas peças e um pouco da carcaça metálica na parte inferior. Mas apesar de incompleto, ele era lindo.
Nosso projeto já estava avançado, gastei todo meu tempo pesquisando e correndo atrás de como fazê-lo funcionar, e agora sei que estamos no caminho certo.

Aquele era o propósito da minha vida, era tudo, minha alma, meus sangue, minha razão de estar vivo, era aquela invenção! Impecável, magnífica, perfeita, era minha invenção, era meu intelecto que tinha me levado até lá, mas tudo isso graças a minha musa, ele é o meu maior motivo, tudo isso vai pertencer a nós no final.

— É um belo trabalho em equipe — FiddleFord disse, dando um sorriso esbelto.

Retribui o sorriso, colocando a mão em seu ombro — Nada seria possível sem você.

Rimos, felizes com nossas conquistas, andamos até o elevador. Voltando para a sala principal, Mcgucket falava sem parar sobre sua última viagem, eu o ouvia atentamente, era tão intrigante e interessante, saber como outras pessoas viviam em sociedade, como as pessoas agiam entre si em outras relações. FiddleFord me contava sobre sua noiva, sobre como a amava e todas as suas novas conquistas juntos.
Eu ficava tão confuso e curioso, como funcionava uma relação amorosa entre duas pessoas? como agir? o que é bom de ser feito? Era tudo confuso, eu queria tanto poder viver um pouco daquilo...

— Stan... Tá sentindo esse cheiro?

Prestei atenção no aroma, então percebi o cheiro de queimado que exalava pela casa. Corremos em direção a cozinha, onde minha musa estava tirando uma travessa de alumínio do forno, enquanto saía um pouco de fumaça junto.

— Bill — Chamei, nervoso

— Senhor Bill! Está tudo bem aqui? — Perguntou FiddleFord, abrindo as janelas para a fumaça sair.

— Ah! Pessoal!— Minha musa nos encarou — Eu estava fazendo um lanchinho pra vocês, já que estão trabalhando muito desde ontem a noite! — Ele sorriu.

Era estranho. Ainda não tinha me acostumado a poder ver minha musa neste plano. Era mais estranho ainda o jeito que ele se apresentou a FiddleFord, dizendo ser "Um novo integrante" do grupo. Se autodenominou "Billy, um especialista em paranormalidade", ou algo assim.

— Parece queimado — comentei, dando uma pequeno riso.

Bill revirou o olho, se aproximando com a travessa, que por sua vez estava cheia de biscoitinhos que estavam um pouco queimados.
Mcgucket sorriu, pegou um biscoito e comeu, fazendo uma pequena cara engraçada, talvez o gosto não estivesse muito bom.

— Viu? Não está bom? — O loiro Sorriu.

— Uhm..... Eh... Bem... Estão só um pouquinho queimados, mas com certeza é um ótimo acompanhamento com uma boa xícara de café! — Respondeu, animado.

Ambos riram, enquanto eu apenas observava. Apesar de sermos apenas três, a conversa parecia difícil. Por que diabos qualquer coisa começou a ser difícil? Eu não era assim na faculdade, nem no ensino médio, muito menos na infância.Tudo pareceu se complicar no final da faculdade, depois disso, nada mais foi o mesmo.
Eu não conseguia conversar, não conseguia conviver com mais de uma pessoa, o que diabos eu poderia fazer? Eu queria uma resposta.

— Seis.... Digo, Stanford, não vai provar?

— Estou satisfeito, obrigado — Dei um riso.

— Bem, eu vou voltar pro porão — FiddleFord pegou mais alguns biscoitos e a jarra de café — Vamos fazer uma pausa de quinze minutos! Te encontro lá embaixo — disse com a boca cheia, enquanto saía da cozinha.

Na sua mente - BillfordOnde histórias criam vida. Descubra agora