Capítulo 6: '(Romanos 7:19-20:)'

25 5 4
                                    


"Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

(Romanos 7:19-20:)"


🐏Any:

De repente, ouvi a porta da cabine abrir-se, e antes que pudesse reagir, ele estava lá, diante de mim, com um olhar determinado. Minha mente estava um turbilhão de emoções, confusão e medo misturados com um desejo que eu mal conseguia entender. Ele me puxou para seus braços com uma firmeza que não deixava espaço para resistência, e eu me vi presa em seus braços.

O choque do contato direto com seu corpo me deixou tonta. Eu podia sentir o calor dele contra mim, seu cheiro, a textura de sua pele. Meu coração batia ainda mais forte, e minha respiração estava rápida e superficial. Olhei em seus olhos, aqueles olhos que pareciam ver direto através de mim, e me perdi neles.

-Any! -Ele murmurou, sua voz um sussurro sedutor que fez um arrepio percorrer minha espinha, -Você não pode fugir de seus próprios desejos.

As palavras ressoavam dentro de mim, quebrando minhas últimas defesas. Eu tentei lutar contra a onda de emoções, mas era inútil. Estava completamente enredada por ele. Seus dedos acariciaram meu rosto, cada toque enviando um novo tremor pelo meu corpo. Eu não podia mais negar o que estava sentindo.

Ele inclinou o rosto, aproximando seus lábios do meu ouvido.

-Você disse que me deseja, -Sussurrou, suas palavras eram como um feitiço que me envolvia. -Deixe-me te mostrar o que isso significa.

A reação de Poncho foi imediata. Um sorriso predador curvou seus lábios, e antes que eu pudesse processar, ele me puxou ainda mais para perto, nossos corpos colidindo de uma maneira que fez faíscas voarem. Sentir o calor dele, a firmeza de seu corpo contra o meu, era avassalador.

Segurando meu rosto entre suas mãos, ele forçou-me a olhar diretamente em seus olhos.

Minhas mãos tremiam levemente enquanto me agarrava a ele, sentindo a intensidade do momento. Não havia mais luta, apenas uma aceitação completa. Eu exalei um suspiro trêmulo, fechando os olhos por um breve momento antes de abri-los novamente, encarando-o com uma nova determinação.

Quando nossos lábios finalmente se encontraram, foi como se uma corrente elétrica percorre meu corpo. O beijo era profundo, ardente, e eu me entreguei completamente, meus braços envolvendo seu pescoço, puxando-o para mais perto. Cada toque, cada suspiro, só aumentava a intensidade do desejo que queimava dentro de mim.

Quando nos separamos, ofegantes, nossos olhares se encontraram mais uma vez.

O sorriso de triunfo em seus lábios fez meu coração disparar ainda mais. Ele me puxou para um novo beijo, mais profundo e apaixonado, e eu soube que a noite estava apenas começando. Havia perdido completamente a noção de onde estávamos e me entreguei ao beijo. Porque sempre sonhei em ser tocada e beijada por ele.

Poncho deslizou suas mãos para baixo, agarrando minhas coxas com firmeza. A sensação de suas mãos contra minha pele nua me fez arfar. Eu estava vestindo apenas um blusão de banda, e a forma como ele me segurava me fazia sentir incrivelmente vulnerável e desejada ao mesmo tempo. Suas mãos fortes exploravam minhas pernas, traçando linhas de fogo que faziam meu corpo se arquear involuntariamente em direção a ele.

Com um movimento decidido, ele me levantou ligeiramente, ajustando nosso posicionamento na cabine estreita. Minhas pernas envolveram sua cintura instintivamente, e eu podia sentir cada músculo de seu corpo trabalhando enquanto ele me segurava firmemente. A proximidade era sufocante e maravilhosa, nossos corpos praticamente colados um no outro.

Eu levantei uma das mãos, deslizando-a sobre o peito nu de Poncho. Seus músculos se contraem sob meu toque, e eu podia sentir a pulsação acelerada de seu coração. Meus dedos encontraram a estola que ele usava, e eu a agarrei, segurando-a com força fazendo nossos corpos ficaram totalmente colados.

-Any... -Rosnou ele entre o beijo.

Nosso beijo foi cessando ao pouco, porque ambos precisavam de ar e como um grande final mordi seu lábio inferior e dei um puxão com os dentes. Isso fez sua mão apertar a carne exposta da minha coxa.

Ele me soltou abruptamente, como se eu fosse uma doença contagiosa que ele precisava evitar a todo custo. Poncho deu um passo para trás, e a expressão em seu rosto mudou de intensidade para uma frieza calculada. Sem sequer olhar para mim, virou-se e saiu do confessionário com passos rápidos e decididos.

-Depois de se confessar vai se sentir melhor, Senhorita Anahí. -Disse ele- Boa noite!

Observei, atônita, enquanto ele se afastava. Seu movimento era rígido, quase como se estivesse tentando se afastar de algo que o repelia. A luz tênue das velas lançava sombras inquietantes em suas costas, tornando a cena ainda mais surreal.

Ele não olhou para trás nem uma vez, e a porta pesada do confessionário se fechou com um som surdo, deixando-me sozinha no silêncio opressor.

Fiquei ali, paralisada, tentando entender o que acabara de acontecer. Meu corpo ainda tremia, e o medo misturado com a confusão fazia meu coração bater descontrolado. As palavras dele ecoavam na minha mente, carregadas de um significado que eu ainda não conseguia compreender completamente.

A imagem de Poncho saindo apressadamente, como se fugir de mim fosse uma necessidade urgente, fez com o que realidade do que havia acabado de fazer viesse como um tapa na cara.

-Meu Deus, o que foi que eu fiz? -Minha voz saiu em total choque, ecoando no vazio do confessionário. Atordoada, levei uma das mãos ao lábio, que estava inchado e ardendo em consequência do beijo bruto. Meu corpo inteiro se acendeu em chamas, e um sorriso involuntário surgiu no meu rosto ao lembrar do nosso amasso.

As sensações contraditórias se misturavam dentro de mim. Havia o choque do tabu quebrado, a culpa pela transgressão cometida em um lugar sagrado, mas também uma faísca de excitação e desejo que eu não podia negar. O toque de Poncho ainda reverbera em minha pele, como se seu calor tivesse deixado uma marca indelével.

Ao sair do confessionário, meu coração ainda estava descompassado. Cada passo de volta ao meu quarto era uma luta interna entre o choque do que acontecera e a excitação que teimava em persistir. Tentava desesperadamente afastar os pensamentos do toque de seus lábios, da intensidade daquele momento proibido.

Fechei a porta atrás de mim com um suspiro profundo, apoiando-me contra ela por um instante. Meus lábios ainda estavam formigando com a lembrança do beijo, e uma mistura de nervosismo e desejo contido se agitava dentro de mim. Era uma sensação desconcertante, que eu lutava para entender.

Caminhei até a janela, observando o jardim do mosteiro banhado pela luz da lua. Minha mente, porém, estava em turbilhão, perdida nos labirintos dos sentimentos que Poncho despertara. A dúvida e a culpa me consumiam, mas também havia uma inegável sensação de vivacidade e excitação que eu não podia ignorar.

Então nossos olhos se encontravam, ele estava do outro lado da janela em seu quarto e com um suspiro, fechei as cortinas para obscurecer o mundo lá fora. Sentei-me na beira da cama, as mãos tremendo ligeiramente enquanto tentava acalmar meu coração tumultuado. Percebi que uma das minhas mãos agarrava sua estola, a levei até a minha narina me embriagando pelo seu cheiro.

-Céus! O que foi aquilo? -Exclamei me atirando na cama em total choque.

Sagrado Profano - PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora