Sagrado Profano - Ponny

Capítulo 1: Na Casa De Deus: 'O Senhor É Meu Refúgio.' (Salmo 91-2)

"Na Casa De Deus: 'O Senhor É Meu Refúgio.' 

(Salmo 91-2)"

🐏Any:

Respirei fundo, sentindo o peso da decisão enquanto me aproximava do portão antigo do monastério. A brisa fresca da noite acariciava meu rosto, trazendo um leve alívio para o nó de medo que se formava em minha garganta. O monastério erguia-se majestoso diante de mim, suas torres góticas se destacando contra o céu estrelado.

Cada passo que eu dava em direção ao portão de madeira era uma mistura de esperança e apreensão.

Ao bater na porta pesada do monastério, meu coração começou a bater ainda mais rápido. E se eles não me deixassem entrar? E se o perigo estivesse ainda mais próximo do que eu imaginava?

A porta rangeu ao se abrir, e meu coração parou por um segundo. Diante de mim estava Poncho. Meu coração saltou ao vê-lo. Ele estava mais maduro, mas era inconfundivelmente Poncho, o amor platônico da minha adolescência, não conseguia acreditar que ele ainda estava ali.

-Anahí! Seja muito bem-vinda de volta. -Disse ele.-

-Padre, Alfonso Herrera. -Digo surpresa.- Você ainda é padre aqui?

-Sim, essa cidade é a minha casa. -disse ele com um sorriso encantador.- Entra por favor. Deixa que eu te ajudo com isso.

Padre Alfonso pegou as alças das minhas malas com facilidade. Eu observei enquanto ele carregava o peso com uma força e graça que sempre me impressionaram.

Poncho era um homem de presença marcante. Seus cabelos escuros e bem penteados contrastavam com seus olhos profundos e esverdeados, sempre intensos e misteriosos. Seu rosto angular, com um maxilar forte e bem definido, e seus lábios finos. A pele clara destacava ainda mais sua beleza selvagem contra o colarinho preto do hábito que usava.

Fisicamente, Poncho era forte e imponente, com ombros largos e postura ereta. Seus braços musculosos, que agora seguravam minhas malas com facilidade, denunciavam uma força treinada ao longo dos anos. Ele exalava uma aura de autoridade e mistério, enchendo o ambiente com sua presença poderosa e enigmática.

-Vou te guiar até os seus aposentos. -Disse ele com sorriso misterioso- Esse lugar é um verdadeiro labirinto para pessoas novatas.

Seguimos pelos corredores silenciosos, as paredes de pedra ecoando nossos passos. A familiaridade dos lugares e a presença inesperada de Poncho me deixavam confusa. Ele parou em frente a uma porta de madeira maciça e a empurrou suavemente, revelando um quarto simples mas acolhedor.

-Você pode ficar aqui o tempo que precisar... -Ele disse, colocando minhas malas ao lado da cama. -Este monastério tem abrigado muitos que necessitam de refúgio. Você ajudou a igreja tantas vezes no passado, é hora de retribuirmos.

-Obrigada! -Murmurei, sentindo a exaustão finalmente me alcançar. Mas sou chamada de volta à realidade ao notar que só havia uma cama daquele quarto.

-Espera? Só tem uma cama? -Digo em um mix choque e confusão. -E outras pessoas?

-Como ver, aqui temos bastante espeço. -Ele explica tranquilo. - Então cada um tem seu quarto.

-Sempre achei que fosse compartilhando... -Digo em confusão.-

-Em alguns casos. -Disse ele.- Quando se noviça ou freira optámos por compartilhar para nos acostumar com a ideia de abdicar do luxo terreno. Mas não é o seu caso. Você está aqui como nossa hóspede e Professora.