Capítulo 11: '(Efésios 6-12)'

34 6 3
                                    


"Pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.

(Efésios 6-12)"

😈Poncho:

O som de passos firmes ecoou na sacristia, interrompendo o silêncio tenso que havia se instalado. Any e eu nos afastamos rapidamente, tentando recompor a compostura. O bispo, uma figura austera e imponente, entrou na sala com uma expressão severa.

— O que está acontecendo aqui? — Sua voz ressoou com autoridade. -Heresia! Heresia!

— Any, se recomponha. — Ordenei. — Vai para o seu quarto e só saia de lá quando eu ordenar.

Senti um frio na espinha. A situação já era delicada, e ser pego pelo bispo tornava tudo ainda mais complicado. Any estava visivelmente nervosa, suas mãos tremendo ligeiramente.

— Mas, Poncho... — Tentou argumentar.

— Agora!!! — Volto a ordenar com uma voz firme e autoritária.

Relutante, ela saiu da sala, lançando um último olhar preocupado na minha direção. Assim que a porta se fechou atrás dela, virei-me para o bispo, que parecia ainda mais furioso.

— Você acha que pode mandar nela? — Ele desafiou, dando um passo ameaçador na minha direção. — Você desonra tudo o que esta instituição representa!

Senti a mudança dentro de mim, a escuridão que sempre tentei suprimir emergindo. Não gostava de revelar a minha verdadeira face ali, porque esse lugar tem olhos, ouvidos e bocas.

— Bispo, você não entende o que está acontecendo aqui... — Falei orgulhoso. — Muito menos com quem está lidando.

— Eu entendo muito bem. — Ele retrucou. — Você é uma abominação, uma vergonha para a Igreja! Você é um profano!

Suas palavras desencadearam algo profundo em mim. Meus olhos arderam e minha visão mudou, tingida de vermelho. Eu podia sentir o poder demoníaco crescendo dentro de mim, um poder que sempre tentei esconder.

— Eu? Profano? — Gargalhei alto e em tom de ironia. — Você? só porque veste a batina acha que ficou livre dos seus demônios? O de todos aquele coroinha você estupra diariamente?

— Demônio!!! — Gritou ele.

-Sim! Sou demônio com orgulho, mas diferente de você não escondo minha verdadeira natureza com princípios hipócritas.

— O que você é...? — O bispo recuou, seus olhos arregalados de terror.

Pronunciei palavras antigas, uma língua esquecida e proibida, que ecoaram com um poder sinistro na sacristia. O bispo gritou, levando as mãos ao peito enquanto sua expressão mudava de raiva para puro pavor.

Ele caiu de joelhos, seu corpo tremendo violentamente enquanto o ataque cardíaco o dominava. Eu continuei recitando as palavras, sentindo o poder fluir através de mim, incontrolável e irresistível.

— Vai pro inferno! — Falei com um sorriso no rosto. — Meus homens de baixo vão adorar brincar com sua carne, pedofilo sujo!

O bispo tentou falar, mas as palavras ficaram presas na sua garganta. Seus olhos reviraram e ele caiu no chão, imóvel, o último suspiro escapando de seus lábios.

— Como dizer... Defunto não fala, né bispo. —Falei com uma gargalhada ao mesmo tempo que dou alguns tapas no rosto do cadáver do bispo.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Olhei para o corpo do bispo, ainda sentindo o eco do poder dentro de mim, antes de me recompor e sair rapidamente da sacristia. Precisava encontrar Any e garantir que ela não tivesse visto nada daquilo ou meu disfarce iria pelos ares.

Sagrado Profano - PonnyOnde histórias criam vida. Descubra agora