Capítulo 10: O Peso da Rejeição

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Sasuke começou a afrouxar sua rejeição com cuidado, como se estivesse desatando um nó apertado em seu peito. O peso esmagador da dor começou a se dissipar lentamente, como a neblina que se retira ao amanhecer. Mas a imagem de Naruto e Sakura com dor  o assombrava, uma ferida aberta em sua consciência.

Os braços quentes deles o cercavam, um abraço que desafiava todas as barreiras que ele havia construído ao longo dos anos. No entanto, a cena do deles gritando de dor  o paralisava. Como ele havia chegado a esse ponto? Quase havia matado a si mesmo e a eles, tudo por causa de um medo que não fazia sentido. Cada respiração era um lembrete cruel das palavras que havia proferido, e o peso da culpa começou a consumi-lo.

— Desculpem... — ele murmurou, a voz falhando, quase inaudível.

Naruto apertou o abraço, e a dor de sua presença se misturou com o alívio que começava a surgir.

— Não precisamos de desculpas, Sasuke. Estamos juntos nisso. — A determinação nos olhos de Naruto era como um farol em meio à escuridão.

Sakura, com um olhar suave e solidário, acrescentou:

— Precisamos entender um ao outro. Você não precisa carregar esse fardo sozinho.

As lágrimas ameaçaram cair dos olhos de Sasuke, e ele lutou contra a vulnerabilidade que a situação trazia. A ideia de se abrir diante deles o aterrorizava, mas a sinceridade em seus rostos começava a quebrar suas defesas.

— Eu não mereço vocês — disse ele, a dor cravada em sua voz.

— Isso não é verdade! — Naruto insistiu, olhando diretamente em seus olhos. — Você é uma parte de nós, Sasuke. Sempre foi.

O olhar determinado de Naruto e a ternura nos olhos de Sakura faziam seu coração balançar. A ideia de pertencimento, de ser amado, era aterrorizante, mas também reveladora. Era um poder que ele nunca havia conhecido.

— E se eu falhar? — Sasuke perguntou, a insegurança evidente. — E se eu magoá-los de novo?

Sakura se afastou um pouco, segurando seus braços com firmeza, seus olhos penetrantes.

— Então nós estaremos aqui para te ajudar a levantar. Sempre.

Sasuke sentiu um aperto no peito. A luta interna entre a dor que sempre conhecera e a promessa de um futuro diferente o consumia. A sensação de que poderia se abrir, de que poderia aceitar o amor deles, era avassaladora.

Ele respirou fundo, sabendo que um pedido de desculpas nunca seria suficiente. Não era apenas sobre as palavras, mas sobre as ações que precisaria tomar a seguir. Ele percebeu que precisava fazer mais do que se desculpar; precisava mostrar a Naruto e Sakura que estava disposto a lutar por eles, mesmo que isso significasse enfrentar seus próprios medos.

— Eu não posso prometer que não vou falhar — ele disse, a voz trêmula, mas com uma nova determinação. — Mas vou lutar para que vocês sintam meu amor.

Naruto e Sakura trocaram olhares, a compreensão e a esperança refletidas em seus rostos. Sasuke percebeu que, apesar de toda a dor que havia causado, havia uma oportunidade de redenção. Ele não queria que suas ações fossem definidas por seus medos, mas por sua vontade de se conectar, de ser parte de algo maior.

Sasuke fechou os olhos, permitindo que as lágrimas escorressem. A dor da rejeição ainda o atormentava, mas agora havia espaço para a luz.

— Vou tentar. Não apenas por mim, mas por vocês.

Os sorrisos de Naruto e Sakura brilharam como o sol após a tempestade. E assim, cercado pelo calor e amor incondicional que só eles podiam oferecer, Sasuke finalmente começou a entender que não precisava enfrentar o mundo sozinho. Essa nova verdade mudava tudo.

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