𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐 - 𝐋𝐞𝐦𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚𝐬

18 2 0
                                    

𝐔𝐦 𝐑𝐞𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨
𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐

"Entre traumas e esperanças, o amor é a ponte que nos conecta, mesmo quando o passado pesa."

S/N on

"Não!" Pela décima terceira vez, neguei o convite de Lucas, que insistia teimosamente em me levar para um encontro. Esse homem não se enxerga. Eu sempre recuso, mas parece que ele simplesmente não entende o significado da palavra "não".

- Qual é, S/N? Você mudou tanto. Antes, dava sinais, mostrava que queria a mesma coisa que eu - ele se aproximou perigosamente, seus olhos cravados nos meus. - Agora está aí, se fazendo de difícil! Esse comportamento seu só começou depois que aquele idiota entrou na empresa. O que ele fez com você? Por que não gosta dele?

- O que está insinuando? - levantei-me bruscamente, apoiando as mãos sobre a mesa, encarando-o. - Está dizendo que eu misturo o emocional com o profissional?

- Me diz você - ele avançou, ainda do outro lado da mesa, os olhos estreitos. - De onde conhece esse cara? E por que o despreza tanto?

- Isso não é da sua conta! Aqui dentro, você é apenas mais um funcionário. Então, faça o seu trabalho e cuide da sua vida. E quanto às suas investidas patéticas, deixe-me ser bem clara: eu não quero nada com você. Aceite isso de uma vez.

Sentei-me, pronta para ignorá-lo, mas o som dos papéis sendo arremessados no chão me fez saltar. O baque seco ecoou pela sala.

- NÃO OUSE ME DESRESPEITAR, S/N! - ele rugiu. - Se você está nessa droga de emprego, posando de chefe durona e toda essa fachada de "boa moça", é graças a mim! Tudo o que fiz por você, e nem sequer um obrigado? E sabe o que eu mais odeio? - ele se aproximou de mim, o rosto colado ao meu, seu hálito quente e ameaçador. Mas eu não recuei. Fitei-o com o mesmo fogo nos olhos, me recusando a abaixar a cabeça. - Ingratidão. É melhor você aprender a ficar no seu lugar.

- Seu idiota! - rosnei entre dentes. - Eu estou onde estou por mérito meu, não seu. Eu sei exatamente qual é o meu lugar, e é aqui, no controle. Você não passa de um peão no meu jogo. Esse seu teatrinho de homem machão não me intimida. Você não vai tirar nada de mim!

- Ah, é isso que você pensa, boneca - ele segurou meu queixo com força, me forçando a olhar para ele, e, antes que eu pudesse reagir, pressionou um beijo asqueroso em minha bochecha. - Te vejo às oito, no mesmo restaurante de sempre.

Soltou meu rosto bruscamente, e limpei minha bochecha com raiva, como se pudesse apagar o nojo que ele havia deixado ali.

- Pode esperar sentado, seu desgraçado! - gritei, assim que ele se virou. Ele parou, um sorriso cínico brotando em seus lábios, e me encarou de novo.

- Se você não aparecer, todos vão saber sobre o grande escândalo que você esconde. - Lucas saiu da sala, me deixando sem palavras.

Sozinha novamente, respirei fundo, tentando controlar o furacão que se formava dentro de mim. Fazia exatamente dois anos desde que Lucas descobrira meu segredo - algo que eu me esforçava para enterrar, até de mim mesma. Um pedaço sombrio da minha vida, marcado por arrependimento, medo e tortura emocional.Desde então, tudo desmoronou. Mas, mesmo assim, eu me ergui. Eu continuei.


Aeron on

A manhã começara com um leve nó no estômago. Heitor tinha ficado na empresa, e eu estava sozinho, enfrentando um dia que prometia ser qualquer coisa menos tranquilo. Ao chegar à escola, o clima estava carregado, e um aviso na porta me deixou apreensivo.

𝐔𝐦 𝐑𝐞𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora