𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑 - 𝐒𝐮𝐬𝐩𝐞𝐧𝐬𝐞

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𝐔𝐦 𝐑𝐞𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨
𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑

"Entre olhares e silêncios, o desejo era disfarçado, mas a noite prometia revelações que mudariam o destino de quem ousasse sentir."

S/N On

Eu estava concentrada em alguns papéis que precisava assinar quando ouvi batidas firmes na porta.

- Entre! - permiti, sem desviar os olhos dos documentos.

- Estou de volta. Apenas vim avisar e ver se a senhorita precisa de algo - a voz de Aeron soou à minha frente, calma, mas atenta. Olhei em sua direção, ainda com a caneta na mão, e o vi parado à minha frente, esperando.

- Só preciso de um café - respondi com tranquilidade, observando sua expressão mudar para uma leve confusão.

- A senhorita está bem? - ele perguntou, cuidadoso, me encarando. Parecia preocupado. Eu parecia estar tão mal assim?

- Por que não estaria? - rebati, tentando esconder o desconforto.

- A senhora sempre grita comigo ou faz um escândalo por qualquer coisa... Estranhei que está tão quieta hoje, só isso - explicou, e senti uma pontada no peito. Será que ele realmente se importa comigo? Eu queria que se importasse.

- Ao invés de ficar aí observando sua chefe, deveria fazer o que é pago para fazer, não acha? - retruquei, mais fria. - Acredito que não recebe para me questionar sobre meus comportamentos. Agora, traga meu café, por favor - voltei minha atenção para os papéis.

- Estava demorando... - Aeron murmurou com um tom de tédio que me fez erguer os olhos novamente. Ele caminhava em direção à porta quando me levantei rapidamente.

- Aeron! - chamei, e ele se virou, esperando que eu continuasse. - Eu... Bom, tem um jantar de negócios hoje à noite, às 20h, e você vai comigo.

- Jantar? Negócios? - ele arqueou uma sobrancelha, visivelmente desconfortável. - Perdão, senhorita, mas esse horário está fora do meu expediente, e...

- É uma ordem - cortei, firme. - Você, como meu secretário, deve me acompanhar. Preciso que esteja lá comigo.

- Já disse que não será possível. Se a senhora não entende, eu também tenho uma vida fora desta empresa. Não sou seu escravo - virou-se para sair, mas o chamei de novo, com mais urgência.

- Se for, aumento seu salário em 45%! - ofereci, quase desesperada. Ele parou, ainda de costas, sem me olhar.

- Sessenta por cento - Aeron contra-atacou com um sorriso ladino, finalmente se virando para me encarar. Desgraçado.

- Tudo isso por um jantar? É injusto! - murmurei, surpresa com sua audácia.

- Tudo bem então!- deu de ombros, satisfeito, virando-se para sair novamente.

- Espera... - suspirei, derrotada. - Está bem, sessenta por cento, mas só por um mês! - enfatizei, deixando claro que aquela vitória seria temporária. Ele sorriu, vitorioso. Maldito gostoso.

- Acordo feito! - respondeu antes de deixar a sala, com um brilho satisfeito no olhar.

Quando ele saiu, respirei fundo, tentando manter o controle.

- Ok, S/N, você consegue... - murmurei para mim mesma, preparando-me mentalmente para o que viria. Hoje à noite, eu levaria Aeron comigo ao jantar onde Lucas quer me encontrar. Tudo precisa sair conforme o planejado.

Corri até minha mesa, pegando meu celular e discando o número de alguém que sabia que seria crucial para o meu plano. Tom. Ele seria minha chave para garantir que as coisas seguissem como planejado, com ele, eu sabia que não sairia prejudicada.

𝐔𝐦 𝐑𝐞𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora