𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟓 - 𝐂𝐨𝐧𝐟𝐮𝐬𝐚̃𝐨

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𝐔𝐦 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨
𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 5

"Às vezes, o amor se revela em meio ao caos, e é nas palavras não ditas que encontramos as verdades mais profundas."


Aeron on

Entrei na empresa com uma dor de cabeça insuportável. A noite passada foi um desastre. A cada lembrança de como S/N descobriu tudo, a vergonha me consumia. Vergonha pelo que fiz, por ter cedido àquela proposta suja de Lucas. Eu precisava do dinheiro, não tinha outra escolha. Mas isso não apaga o fato de que aceitei.

Ainda assim, o que me surpreende é como S/N descobriu tudo. E, pior, como ela foi capaz de virar o jogo tão rápido, manipulando cada detalhe para me encurralar. Casamento... Eu vou ter que me casar com ela? Fala sério...

Mas até que não seria tão ruim... Ou seria?. Eu vou ficar doido...

E aquele beijo... Maldito seja aquele beijo. Foi uma jogada fria, uma armadilha para me deixar vulnerável. Maldita S/N. Ela sempre consegue o que quer, sempre faz as coisas girarem ao seu favor, como se o mundo inteiro fosse só uma peça no tabuleiro dela. Isso me deixa louco, o jeito como ela acredita que tem tudo sob controle.

Me sentei à minha mesa, ainda tenso, com a cabeça fervendo. Heitor, como sempre, se aproximou arrastando a cadeira até minha mesa, com aquele sorriso malicioso no rosto.

— E aí? — perguntou, com os olhos brilhando de curiosidade. — Como foi o jantar romântico com a bruxa? — sussurrou, e eu olhei para os lados, cauteloso antes de responder.

— Péssimo. Não faz ideia de como eu odeio ainda mais aquela mulher depois de ontem — resmunguei, apertando os dentes.

— Nossa! Foi tão ruim assim? — Heitor fingiu um ar dramático, levando a mão ao peito. — A chefinha beija mal, é isso?

Eu fiquei em silêncio, tentando não reagir, mas a lembrança dos lábios de S/N ainda estava fresca. Suspirei, sem perceber o que estava prestes a sair da minha boca.

— Pelo contrário... Ela beija bem demais. — A frase escapou antes que eu pudesse me segurar, e logo vi Heitor arregalar os olhos, soltando um grito.

— VOCÊS SE BEIJARAM?!

Em um movimento rápido, tampei a boca dele fazendo-o case cair da cadeira.

— Cala a boca, porra! — sussurrei, tentando parecer ameaçador. Ele assentiu com os olhos arregalados, e só então tirei minha mão. Me recostei na cadeira, tentando parecer tranquilo. — E foi bom...

— Então por que está com raiva dela? — perguntou Heitor, cruzando os braços, curioso.

Suspirei pesadamente. — Porque não passou de uma farsa.

— Farsa? — Ele se inclinou, claramente intrigado. — Ela te iludiu?

Senti meu sangue ferver com a insinuação. — Não! Ninguém me ilude, Heitor — retruquei, embora ele risse do meu tom defensivo. Me joguei para trás na cadeira, tentando afastar as memórias do beijo.

Tentei respirar fundo, mas a verdade era clara: trabalhar com S/N como se nada tivesse acontecido estava me corroendo por dentro. Como vou conseguir passar por isso sem enlouquecer?

— Aeron — a voz distante de Ji-wo me tirou dos pensamentos.

— Sim, senhor? — respondi prontamente, levantando a cabeça.

— Prepare a sala de reuniões para mim. Imagino que não esteja ocupado, já que S/N ainda não chegou, correto?

Assenti rapidamente, obedecendo suas ordens enquanto ele se afastava.

𝐔𝐦 𝐑𝐞𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora