9. Bem-vindo

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"Já não sinto nada apenas um deserto

As minhas falhas são a minha direção

E por mais que eu queria sair do trajeto

Não vejo nada para além da escuridão

E de repente tudo muda

Vejo o teu reflexo na água turva..."

— Água Turva, Diogo Piçarra

P.o.v. João

Acordei naquela manhã com a luz do sol incomodando meus olhos, o que já me causou estranhamento porque a primeira coisa que eu fiz quando me mudei foi colocar persianas, eu estava com uma puta dor de cabeça e quando abri os olhos, levantei em um pulo.

Eu não fazia a menor ideia de onde eu estava.

Tentei puxar da memória o que raios tinha acontecido na noite anterior, mas eu tinha bebido tanto que em algum momento minha mente parou de processar informações, só lembrava de estar naquela boate com o Pedro e a Malu.

Olho a minha volta, já entrando em desespero, logo noto que estou devidamente vestido, e não parecia que estivera o oposto em algum momento, o que de certa forma me tranquilizava, mas não tanto assim.

Me tranquilizou mais ver meu celular sobre uma mesa de cabeceira do lado da cama, peguei ele e parecia normal, notei que ele estava conectado a um carregador e agradeci por isso.

Olhei mais em volta e encontrei também minha bolsa, ao olhar dentro vi que tudo estava como antes, por fim decidi sair daquele quarto e descobrir onde eu estava afinal.

A porta dava pra um corredor, e ao seguir por ele ouvi uma conversa.

Em uma cozinha bem grande, vi Pedro atrás de uma bancada com os olhos em uma xícara concentrado enquanto conversava com alguém que estava sentado em uma mesa, igualmente enorme.

Pedro: — Então esse tempo todo ele, na verdade, era... — Pedro interrompe a fala ao me ver. — Finalmente acordou, hein, bela adormecida, tava a ponto de ir te chamar! — Diz no seu tom neutro de sempre, se aproximando de mim. — Toma! — Me entrega um copo com água e uma cartela de aspirinas.

Jão: — O que é isso?

Pedro: — Pra sua dor de cabeça? — Diz em tom óbvio, sem mais perguntas, eu destaco o comprimido e tomo com um gole de água. — Bebe a água toda, pra ajudar com a ressaca. — Ele ordena.

Eu apenas obedeço.

Pedro: — Agora vem, deixa eu apresentar vocês, João, esse é o Renan. — Ele aponta para o moço que estava na mesa. — E Renan, esse é o João, o irmão da Gi.

Renan: — Ei, João! — Ele vem até mim, sorrindo. — Um prazer finalmente te conhecer!

Jão: — Muito prazer... — Sorrio, meio sem graça. — E pode me chamar de Jão.

Renan: — Tudo bem, Jão, seja bem-vindo e, vem tomar café com a gente! — Chamou e voltou a se sentar.

Me sentei na mesa bastante constrangido por não fazer a mínima ideia de como acabei nessa situação.

Jão: — O que aconteceu ontem? — Pergunto, com vontade de cavar um buraco até o núcleo da terra e me enterrar lá. — Eu não lembro de quase nada...

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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Dádiva - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora