This Hollow Vessel

A Very Good Riddle

A reputação dos jardins Malfoy os precedeu.

Durante todo o tempo em Hogwarts, referências a eles eram onipresentes dentro da classe dominante bruxa. Era o local para muitos eventos sofisticados, frequentado por Ministros da Magia e Lordes das Trevas.

E ainda assim, os rumores não lhe fizeram justiça.

Hermione passou a mão sobre uma trepadeira de ervilha, observando os galhos entrelaçados se moverem ao redor de seu dedo ansiosamente, como se buscassem calor. Quando ela puxou a mão, a trepadeira fez uma série de estalos contra sua pele, como se centenas de pequenas ventosas fossem liberadas simultaneamente.

Abraxas ficou à frente deles, apontando para várias floras e anunciando: "Isto é uma flor." "Mais flores aqui." "Ali? Outro canteiro de flores." "Flores aqui também. Azuis." "Ali na curva, mais do mesmo."

Por fim, ele se deitou na beirada de uma fonte semicircular, equipada com o busto de um Malfoy há muito falecido. "Por favor, continuem sem mim. Não há como dizer o que vocês podem encontrar em seguida", ele disse e adormeceu profundamente.

Hermione abafou uma risada, sentindo-se à vontade enquanto uma nuvem de pólen dançava ao seu redor, capturando raios de sol. A umidade estava espessa no ar, e ela sentiu seus cachos crescendo selvagens enquanto se virava para explorar mais.

Orion e Hermione caminharam no mesmo passo por vários minutos, mantendo seus próprios pensamentos. Orion ocasionalmente apontava e nomeava uma planta que chamava sua atenção, embora parecesse mais focado em suas expressões de admiração do que no jardim em si.

"Stonecrop monteathiano", Orion notou enquanto passavam por uma série de pequenas pedras balançando em uma brisa leve. Esta área do jardim parecia distintamente o meio do verão. Ela imaginou que um Malfoy havia encantado uma cúpula de aquecimento sobre esta seção. Hermione se abaixou, colhendo uma flor da terra, e olhou para a pequena pedra. Parecia exatamente uma rocha, mas parecia a pele amanteigada de uma pétala de rosa.

Ela inalou, notando o cheiro profundo e frio da terra molhada. Quando ela abriu os olhos, uma pequena fada cinza colocou a cabeça sobre a plantação de pedras e olhou para ela rudemente. Com as asas variegadas de uma mariposa, ela arrastou a pequena flor para longe de seu dedo e xingou-a em um grito agudo antes de cair entre seus dedos e voar a meros centímetros da terra.

Orion riu ricamente atrás dela. Ela se virou e observou enquanto ele sorria, encostado em uma coluna de mármore perto de um riacho fresco. Pela décima segunda vez naquele dia, Hermione se maravilhou com a maneira preguiçosa e graciosa com que seu corpo ocupava o espaço. Era como se ele flutuasse por onde andasse; o ar parecia deslizar ao redor dele como um peixe deslizando por águas rasas.

Ele deu um passo para mais perto dela. Ela olhou para os olhos quentes e ocres dele e ele abriu a palma da mão dela, colocando uma flor roxa escura nela.

"Rainha do Prado", ele disse, envolvendo os dedos dela em volta do broto escuro e esmagando-o entre os punhos.

"Oh!" Hermione prendeu a respiração com as ações dele, quando ele soltou seus dedos.

"É indomável," ele respirou, olhando de volta para a mão dela. A flor se desfez como se não tivesse sido tocada. Perfeita e inteira. "Só uma lâmina de prata pode penetrar o caule. E a flor escolhe sua própria hora de morte—" Orion olhou nos olhos de Hermione, e ela sentiu suas bochechas corarem. "Não é decidido por mais ninguém."

Hermione engoliu em seco, observando-o levar a flor até a boca enquanto inalava.

"Posso?" Ele estendeu a mão para ela em questionamento, e depois de um momento, ela assentiu.