CAPÍTULO DOIS. CHARLIE DALTON É UM ÓTIMO LADRÃO.

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❝ Ajude-me a decidir

Ajude-me a aproveitar o máximo 

Da liberdade e do prazer

Nada dura para sempre ❞

A noite era um resquício poente, onde os citadinos de Vermont, o convidativo estado menos populoso dos Estados Unidos da América, repousavam em suas residências confortáveis e aconchegantes, afastando-se dos apreensivos temores do dia a dia enquanto velava o sono daqueles que importavam, ao ler uma história de dormir para uma o filho ou cobrir o marido que acabara de despencar no sono com a voz escaldante que ecoa do rádio, mas também palco para que Jude acometesse o percurso que ainda relembrava-se das memórias enevoadas dos passos que percorreu para o colégio quando despediu-se de seu irmão, assim como quando o trouxe de volta para casa.

Seus cabelos castanhos corriam livremente sua face alva à medida que a brisa partia em um futuro ulterior ou em paisagens ainda não vislumbradas e descobertas. O vento leva consigo o confortável clima da manhã para os pontinhos brilhantes que nunca abandonaram a Lua, desde que ela existira pela primeira vez. O que era engraçado, cômico até, já que sua comparação remetia-se à um objetivo celestial que não possui a capacidade de gerar sua própria luminosidade e necessitava de outro para tal fenômeno, era o alento que confortava a negritude que beirava o céu.

Poesia em fatos científicos. Jude sorriu, John com certeza estaria orgulhoso de seu raciocínio. Mesmo que muitas vezes sonhamos com poesias e poesias, muitas vezes não a conhecemos, e se não a conhecemos não a amamos, e se não a amamos não conseguimos alcançar a completa felicidade. Então, a nossa poeta Jude, ainda permeia em uma longa caminhada para desbravar sobre seus sentimentos, entretanto, acima de tudo sobre os momentos em que o âmago de sua alma penetra em tudo que envolve sua capacidade de compreender, e então enxergar, o que necessitava.

São os fragmentos importantes de pequenas histórias como sua busca que levarão para grandes conquistas, mesmo que a conquista refere-se à histórias de seu tempo de sempre jovem para os netinhos, ou então, nada de netinhos e sim contar para velhinhos que foram abandonados em um asilo por seus familiares e agora compartilham histórias entre si.

Jude suspira. Retire o orgulho que John sentira, por favor.

Próxima às escalas que levavam para os gloriosos portões cerrados da esplêndida escultura do colégio, que sem dúvidas expressava o sentimentalismo dos homens que construíram e levaram cada pedra para alcançar aquilo que podemos chamar de perfeição em cada medida e centímetro da conferência do tradicionalismo e ousadia.

A Welton Academy desempenha um papel crucial no estado de Vermont, sendo um dos principais pontos turísticos, como também passe-livre para formar homens de sucesso, independente da área escolhida, desde que carregavam em seu peito direito o emblema do colégio.

Jude não poderia esquecer o fator congruente, de maneira alguma escolhida aleatoriamente ou apenas por reverência e referência de que Eugene Pearson obtivesse sua formação digna assim como todos os homens de sua família paterna e de orgulho assim como os da materna, mas sim, claramente os princípios religiosos estão ligados à constante influência de seus pais em sua decisão final.

Nomeada Episcopal, é de suma relevância compreender que os conceitos seguidos pela academia são principalmente baseados na Igreja Anglicana, seguida por grande parte dos nativos ingleses, como também pelos membros da família real assim que fora fundada por Henrique VIII séculos atrás, quando Roma não permitiu que ele conseguisse sua anulação com a ex-esposa Catarina de Aragão. O homem então negou a autoridade do papa e do catolicismo.

A família Pearson é devota fervorosa ao anglicanismo, seguindo os padrões estabelecidos por seu rei, bom… as mulheres da família o seguem, ao menos. Eugene, Lucky e Sebastian Pearson ─ Mesmo que Lucky já não possui mais o apodo, assim que casou-se com Elizabeth Ross ─ adquiriram o título de libertinos, o que é reprovado pelos seguidores da religião. Sempre dormiam nas missas e mostravam constantemente o descontentamento, mesmo quando serviam. Divergentemente de Judith, Celine, Victoria e Jane, estas que outorgam ao nascer do Sol, para orar o terço com sua estimada mãe, e dormem tarde para também rezar o terço, dessa vez sozinhas e acometidas em pró da reflexão de seus pecados e erros. Jude ainda lograva recordar-se dos dias fúnebres em que não era permitido deglutir em seu estômago nada além de água. Dizia sua benquista mãe que o jejum era associado ao sacramento da reconciliação e que Deus a conceberia e a perdoaria por ser uma menina malvada, embora, seus pais também tenham sido bastantes malfeitores quando a aprisionavam na cave.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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𝖣𝖤𝖠𝖱 𝖱𝖤𝖠𝖣𝖤𝖱ㅤ🖋️ㅤCharlie DaltonOnde histórias criam vida. Descubra agora