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narradora

Donflamingo, ao entrar no escritório de Crocodile, o avistou olhando para a paisagem do lado de fora.
sem saber oque dizer ou como alertá-lo de que havia chegado, Donflamingo apenas fechou a porta logo atrás dele.

— não esperava ter que escutar aquilo de Luan. — disse Crocodile, já sabendo da presença de Donflamingo, tirou seu charuto dentre os lábios virando-se para onde Donflamingo se encontrava.
Crocodile apagou seu charuto o pressionando contra a mesa, logo, voltou o foco para o menor.

— eu não queria envolver seu filho nisso, não foi minha intenção, realmen— Donflamingo se explicava até Crocodile o interromper.
— Luan me contou por livre árbitro. tanto que me forçou a.. ficar calado enquanto contava oque havia acontecido aquela noite. — disse Crocodile, com sua mão e gancho apoiados na mesa, constrangido em ter sido repreendido pelo próprio filho.


— de qualquer forma, Doflamingo ..  — Crocodile virou o rosto cerrando os olhos, tomando coragem para dizer oque não dizia a mais de década.

ele pode contar nos dedos quantas vezes pediu desculpas durante toda sua vida, e pode ter certeza que não se passa de meia dúzia de vezes. mas, agora ele se sentia na obrigação de se desculpar, por mais bruto e insensível que seja, ele sente um fardo de culpa em suas costas pelo ocorrido.

— ... merda. — murmurou Crocodile, ao perceber que não conseguiria falar tão facilmente uma palavra de apenas três sílabas.

um homem tão bruto e orgulhoso, é óbvio que não pediria desculpas com tanta facilidade, afinal, independente da situação, seu orgulho sempre o dizia que estava certo.

Donflamingo percebendo oque estava acontecendo, sentiu oque Crocodile estava sentindo, ele não via necessidade de Crocodile pedir desculpas, afinal, Crocodile não tinha culpa do que havia acontecido.
— por que está fazendo isso? é desnecessário. — disse Donflamingo, para evitar o encômodo de Crocodile, pois apenas a intenção de Crocodile pedir desculpas já valeu para o loiro.

— cale a boca, é culpa minha, óbvio que preciso. — Crocodile afirmou falando entredentes, ainda lutando consigo mesmo.

Crocodile se sentia culpado? Donflamingo não entendeu o motivo, mas foi isso que se deu a entender.

— eu me contento com a intenção. — disse Donflamingo, aproximando-se do mais velho.

mas, não era o suficiente.
e se Crocodile tivesse feito Donflamingo ficar aquela noite? e se tivesse deixado o trabalho de lado por um momento e aproveitar um dia de folga? e se?

— você se contenta com uma mísera intenção? que irritante. — reclamou Crocodile, erguendo o rosto novamente, para sua supresa, dando de cara com Donflamingo.

Donflamingo não se incomodou com a fala do mais velho, muito pelo contrário, isso significava que Crocodile estava com o humor normalizado, uma notícia mais do que ótima.

— irritante mesmo é saber que você se culpa pelo que aconteceu. — disse Donflamingo com certa sinceridade. através dos seus óculos, passou a analisar o mais velho disfarçadamente de perto. fazia tempo que ele não o via tão próximo assim, para ele, era ótimo.

mas, Crocodile tinha certa culpa por tudo aquilo.
— é com razão que me culpo. afinal, se eu fosse junto eu poderia .. — Crocodile hesitou, repensando nas próximas palavras.

𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐀𝐃𝐎𝐒 |𝐂𝐑𝐎𝐂𝐎𝐃𝐎𝐅𝐅𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora