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São Luís 📍
27/02/2024

No dia seguinte, Dielly acordou com uma sensação de ansiedade misturada com uma tênue esperança. Ela sabia que as coisas com Márcio estavam insustentáveis, mas não tinha certeza se estava pronta para lidar com as consequências de qualquer mudança. Ao olhar para o espelho, tentou se convencer de que estava fazendo o certo. "É só um trabalho de história", repetia para si mesma.

Na escola, as horas passaram lentamente até a última aula. Dielly evitava o olhar de Márcio sempre que possível, mas sabia que ele a estava vigiando. Assim que o sino tocou, ela rapidamente pegou suas coisas e saiu antes que ele pudesse se aproximar. Tinha combinado de encontrar Benjamin em frente à escola, e ele estava lá, segurando sua mochila e olhando distraído para o celular.

— Oi, Dielly! — Benjamin sorriu, seu rosto iluminado por um alívio tímido, como se estivesse feliz que ela realmente tivesse vindo.

Ela devolveu o sorriso, sentindo-se um pouco mais tranquila. — Oi, Benjamin. Podemos ir?

Caminharam lado a lado, o silêncio entre eles era confortável, quase acolhedor. Benjamin não parecia preocupado em falar sem parar, e Dielly agradecia por isso. Era bom estar com alguém que não exigia nada além de sua presença.

Chegaram à casa de Benjamin, uma casa simples e acolhedora, com um jardim pequeno e bem cuidado. A mãe dele os recebeu com um sorriso gentil antes de se retirar, dando espaço para que eles pudessem trabalhar em paz. O quarto de Benjamin era organizado, cheio de livros e pôsteres de filmes antigos.

— Senta aí — ele disse, apontando para a cadeira ao lado da mesa. — A gente pode começar pelo roteiro, se você quiser. Eu já dei uma olhada no tema do projeto.

— Parece ótimo. — Dielly sentou-se, aliviada com o quão natural tudo parecia estar fluindo.

Eles começaram a discutir o projeto, e Benjamin demonstrava um conhecimento impressionante sobre história. O jeito apaixonado com que ele falava era contagiante, e Dielly se viu cada vez mais interessada, mesmo em algo que normalmente acharia monótono. Pela primeira vez, ela estava se divertindo de verdade em um trabalho de escola.

Mas então, seu celular vibrou. O nome de Márcio brilhou na tela, e o peso familiar de medo caiu sobre seus ombros. Ela ignorou a primeira mensagem, tentando focar no trabalho, mas em poucos minutos vieram outras.

“Onde você está?”

“Com quem você tá?”

“Eu sei que você tá com aquele nerd.”

Dielly sentiu o estômago revirar. O medo tomou conta dela, e Benjamin percebeu a mudança em seu rosto.

— Tá tudo bem? — perguntou ele, preocupado.

— É o Márcio... — disse ela baixinho, os dedos trêmulos segurando o celular. — Ele não vai gostar disso.

Benjamin ficou em silêncio por um momento, claramente pensando no que dizer. Então, suavemente, ele perguntou:

— Didi, por que você ainda está com ele? —chamou Dielly com um apelido carinhoso que o mesmo tinha lhe dado minutos antes enquanto caminhavam

A pergunta pegou Dielly de surpresa. Ela nunca tinha ouvido ninguém perguntar isso de forma tão direta. Engolindo em seco, ela tentou encontrar uma resposta, mas todas as justificativas pareciam vazias naquele momento.

— Eu... acho que é porque eu tenho medo — admitiu ela, a voz vacilante. — Medo de ficar sozinha, medo de como ele pode reagir. Às vezes acho que ele só age assim porque me ama.

Benjamin olhou para ela com uma mistura de compaixão e seriedade.

— Isso não é amor, Dielly. Se alguém te faz ter medo, te controla... isso não é amor. Ninguém deve te fazer sentir assim.

As palavras de Benjamin a atingiram com força. Ela sabia que ele estava certo, mas admitir isso era aterrorizante. No entanto, enquanto ele falava, Dielly sentiu uma pequena faísca de coragem crescer dentro dela. Talvez fosse o momento de parar de se esconder atrás do medo.

— Talvez eu precise de um tempo... longe dele — disse ela, quase para si mesma.

Benjamin assentiu. — Se você precisar de alguém, pra conversar ou qualquer coisa, pode contar comigo, tá?

Dielly sorriu, sentindo uma onda de alívio que não sentia há muito tempo. — Obrigada, Benjamin. Eu acho que vou precisar de muita ajuda.

Os dois voltaram ao trabalho, mas dessa vez, Dielly sentia algo diferente. Pela primeira vez, ela começou a acreditar que talvez, só talvez, pudesse encontrar uma maneira de sair daquele labirinto de controle e insegurança que era seu relacionamento com Márcio.

Mas enquanto isso, o celular vibrou mais uma vez, e o nome de Márcio piscou na tela. Ela sabia que não poderia ignorá-lo para sempre, mas agora, pela primeira vez, sentia que talvez pudesse enfrentar o que estava por vir.

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Oiii gente🙈
Da uma ⭐ pra nois aí vai

Isso é uma história de Ficção , nenhum fato dela é verídico na vida real 😁
É apenas uma brincadeira de amigas bem mal feita😍

new chancesOnde histórias criam vida. Descubra agora