João
Enquanto nos abraçávamos no meio do jardim, senti que estávamos a começar algo novo. Algo que, até ali, parecia sempre adiado por causa dos nossos medos e dúvidas. A ligação que sempre tivemos agora não era só amizade, não era só proximidade... era algo mais.
Afastei-me um bocado, o suficiente para poder olhar para ela nos olhos, e vi a mesma mistura de emoção que sentia. Ali, em silêncio, tudo parecia fazer sentido.
"Sabes, Leonor..." comecei, a sorrir, "...acho que devíamos celebrar isto. O que estamos a começar. O que achas de termos um date? Um oficial."
Ela piscou os olhos, surpresa, e depois riu-se, descontraída. "Um date? Para oficializarmos o início... de nós?"
"Sim," respondi, ainda com aquele sorriso. "Se é para começarmos algo, que seja como deve ser, com direito a jantar e tudo."
Ela parou um momento, pensativa, e depois assentiu. "Sabes que mais? Acho uma ótima ideia."
Leonor
A ideia de termos um 'date' oficial deixou-me surpreendida, mas de uma maneira boa. Era como se, de repente, o João e eu estivéssemos a dar um passo em frente, a deixar para trás todas aquelas incertezas e medos que tínhamos acumulado. Um jantar, um momento só nosso, sem pressões, parecia perfeito para o que estava a começar.
"E onde é que achas que devemos ir?" perguntei, sorrindo e tentando não demonstrar o nervosismo que ainda sentia por dentro.
Ele pensou por um momento, com um ar sério que me fez rir. Parecia estar a planear algo super elaborado, o que era muito a cara do João.
"Hmmm, acho que não tem de ser nada de extravagante. Podíamos ir àquele restaurante que adoramos. Sabes, o que tem a vista para o rio e aquele pôr do sol incrível," sugeriu ele, com os olhos a brilharem, claramente animado com a ideia.
"Oh, já estás a tentar impressionar-me com a paisagem? Que cliché, João," provoquei, rindo, mas na verdade adorava a ideia. Aquele lugar sempre tinha sido especial para nós, mesmo nos tempos em que éramos "só" amigos.
Ele riu-se, sacudindo a cabeça. "Estou a jogar pelo seguro! Não quero estragar o nosso primeiro date oficial. Quero que seja perfeito."
A forma como ele disse isso, com aquele sorriso maroto, fez-me sentir leve, quase como se não estivéssemos a entrar num território novo e um pouco assustador. Afinal, estávamos os dois na mesma página, prontos para descobrir o que significava sermos mais do que amigos. E, pela primeira vez, senti que podia deixar o medo de lado.
"Então está combinado," disse, com mais confiança na voz do que esperava. "Um jantar com vista para o rio e... sem pressões. Só nós."
Ele assentiu, e por um breve momento, o silêncio entre nós foi confortável, como se não fosse necessário dizer mais nada.
João
Ouvir a Leonor a aceitar a ideia com aquele entusiasmo todo fez-me perceber o quanto tínhamos crescido juntos. Agora estávamos a preparar-nos para explorar algo novo, algo que sempre esteve ali, mas que, até agora, não tínhamos tido coragem de enfrentar.
"Então... amanhã à noite? Eu trato de tudo," sugeri, esperando que ela não notasse o quanto estava ansioso.
Ela sorriu. "Amanhã à noite parece perfeito."
Ficámos em silêncio de novo, mas desta vez era um silêncio confortável, de quem finalmente se entende. A minha mão continuava entrelaçada na dela, e senti que, pela primeira vez em muito tempo, o mundo estava exatamente como devia estar.
No entanto, sabia que havia algo que ainda não tínhamos falado. Algo que podia mudar tudo.
"Leonor, preciso de falar contigo sobre outra coisa," disse, tentando não deixar a ansiedade transparecer na minha voz.
Ela olhou-me, de repente mais atenta. "O que foi?"
Respirei fundo. "Sabes que recebi aquela proposta para jogar no Paris Saint-Germain. E... estou a pensar aceitá-la."
Vi a surpresa nos olhos dela, seguida de um ligeiro pânico. Era óbvio que ela não esperava que eu falasse sobre isto agora, logo depois do que acabámos de partilhar. Mas não podia adiar mais. Precisávamos de ser honestos um com o outro desde o início.
"João... quando?" A sua voz tremeu ligeiramente.
"Em algumas semanas," respondi. "Ainda estou a considerar, mas... é uma oportunidade única."
Leonor
O meu coração parou por um segundo. O João tinha recebido aquela oferta de que tanto se falava. Sabia que era importante para ele, mas não estava preparada para a realidade de o ver partir tão cedo, ainda mais agora que tínhamos finalmente admitido os nossos sentimentos.
"Mas... e nós?" A pergunta saiu antes que pudesse controlá-la. "Como é que isso vai funcionar se tu fores para Paris?"
Ele apertou mais as minhas mãos, como se tentasse garantir-me que tudo ia ficar bem. "Nós vamos descobrir uma forma, Leonor. Podemos fazer isto funcionar. Só quero que saibas o que estou a considerar."
Respirei fundo, tentando não deixar o pânico tomar conta de mim. Claro que queria o melhor para o João, e ir para o PSG era um sonho para ele. Mas agora, com tudo tão recente entre nós, a ideia de ficarmos separados era assustadora.
"Eu... eu quero que vás," disse finalmente, embora o meu coração doesse ao dizer aquelas palavras. "Se isso é o que queres, João, então eu vou apoiar-te."
O alívio nos olhos dele era claro. Ele sorriu, aquele sorriso que me fez apaixonar-me ainda mais. "Obrigado. Mas quero que saibas que, independentemente de para onde eu vá, o que temos não vai desaparecer. Eu vou fazer isto funcionar, Leonor. Não importa a distância."
Assenti, tentando acreditar nisso. A distância era algo que me dava muito medo, mas sabia que, se não o deixasse seguir o seu sonho, iria arrepender-me para sempre. E não queria ser essa pessoa.
Ele inclinou-se e beijou-me de novo, um beijo mais profundo desta vez, cheio de promessas silenciosas. Quando nos afastámos, o medo ainda estava lá, mas também havia esperança. E talvez, só talvez, isso fosse suficiente.
João
Enquanto a beijava, senti a mistura de emoções dentro de mim. Estava tão aliviado por finalmente ter falado sobre o PSG, e ainda mais por ela ter reagido com tanta compreensão. Sabia que não ia ser fácil. A distância sempre seria um obstáculo. Mas também sabia que o que sentíamos um pelo outro era forte o suficiente para enfrentar isso.
"Eu prometo," disse-lhe, baixinho, olhando nos seus olhos. "Eu prometo que isto vai funcionar."
Ela sorriu, mas vi a preocupação ainda ali. Não a culpava. Também eu tinha dúvidas e medos. Mas naquele momento, senti que tínhamos algo especial, algo que valia a pena lutar. E isso, para mim, era o mais importante.
"Vamos viver um dia de cada vez, tal como disseste," respondeu ela, apertando a minha mão. "Mas não quero perder-te, João. Não agora."
"Não vais perder-me," assegurei, sem sombra de dúvida. "Isto é só o começo, Leonor."
E assim ficámos ali, juntos, no jardim, a observar as estrelas no céu enquanto o som da festa continuava ao longe. O futuro ainda era incerto, mas, pela primeira vez, senti que estávamos prontos para o enfrentar. Juntos.
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Eu são tão boa a escrever fanfics q vou estragar tudo com o João a ir po psg, ou não 😏 É lidar, espero que gostem 🫶🏻Amanhã já é sexta 💪🏻💪🏻💪🏻
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Where paths cross - João Neves
RomanceLeonor, uma rapariga que embarca num avião rumo a uma nova vida, nunca pensou que estar no lugar errado pudesse dar certo.