Capítulo 8

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Marina pov.

Acordei na manhã seguinte com o som suave da risada de Emma e decidi levantar. Ela parecia estar contando alguma coisa animada para Rosa por telefone em vídeo chamada, o que aqueceu meu coração. Apesar de todas as nossas dificuldades, momentos como esse me lembravam por que estávamos tentando fazer isso dar certo.

— Bom dia, meninas — cumprimentei, dando um beijo em Emma e acenando para Rosa

— Bom dia, mamãe! — Emma respondeu, com aquele brilho contagiante nos olhos. — Hoje é o jogo de vôlei da mamãe Rosa!

Rosa sorriu na tela, e eu retribuí o gesto, sentindo que, apesar de tudo, estávamos nos esforçando para criar algo saudável para Emma.

— Então, como foi ontem com a sua mãe Rosa no treino? — perguntei, me sentando ao lado dela na cama.

Emma abriu um sorriso largo, mal conseguindo conter a empolgação.

— Foi muito legal, mamãe! Eu joguei com as bolas grandes, e a mamãe Rosa disse que eu tô ficando forte, igual a ela! — Emma gesticulava com as mãos, demonstrando como havia tentado levantar as bolas de vôlei.

Eu ri da animação dela, mas logo olhei para Rosa, querendo entender como realmente tinha sido o dia, além da perspectiva de uma criança cheia de energia.

— E o que mais? Você se divertiu?

— Sim! E a mamãe Rosa me ensinou como pular alto para acertar a bola! — Emma levantou da cama me entregando o celular e fez uma pequena demonstração, pulando no ar e "batendo" em uma bola imaginária.

— Você está quase virando uma atleta profissional, hein? — brinquei, orgulhosa ao ver o quanto ela estava se divertindo.

— Eu quero ser igual à mamãe Rosa quando crescer! — ela declarou, cheia de convicção.

Aquela frase bateu fundo, tanto em mim quanto em Rosa. Trocamos olhares rápidos, e eu soube que ambas sentíamos o impacto das palavras de Emma. Por mais que nossas vidas estivessem entrelaçadas de forma complexa, uma coisa era clara, Emma tinha um profundo amor e admiração por nós duas.

— Tenho certeza de que você vai ser incrível, do seu próprio jeito — respondi, suavemente, acariciando o rosto dela.

Rosa, que havia ficado em silêncio observando nossa interação, falou

— E pode contar com a gente para te apoiar, não importa o que você escolha fazer, Emma.

Eu observei enquanto Emma continuava a pular animada, repetindo os movimentos que tinha aprendido com Rosa. Era impossível não sorrir. Ela estava cheia de energia, e isso enchia o quarto com uma vibração leve e alegre.

— Mamãe, você acha que um dia eu posso jogar igual a mamãe Rosa? — Emma perguntou, com os olhos brilhando de expectativa.

Rosa, ainda na chamada de vídeo, respondeu antes que eu pudesse dizer algo.

— Você já está no caminho, meu amor. Mas não precisa ser igual a ninguém, só precisa ser a melhor versão de você mesma. — Rosa piscou, e eu percebi o quanto ela tinha aprendido a lidar com as expectativas que a carreira de atleta trazia. Era importante que Emma crescesse com essa mesma noção.

— Isso mesmo, filha. O mais importante é que você se divirta e faça o que ama — completei, sentindo que estávamos, mais uma vez, em sintonia.

Emma assentiu, mas logo se virou para mim com outra pergunta.

— Mamãe, vamos assistir ao jogo hoje? — A esperança no tom de voz dela era evidente, e aquilo me fez respirar fundo por um momento.

Eu sabia o quanto isso significava para Emma, e também sabia que assistir ao jogo de Rosa traria à tona muitas emoções que ainda estavam em processo de cura para nós duas. Mas, por Emma, eu estava disposta a enfrentar esse desafio.

Segredos do passado - RosamariaOnde histórias criam vida. Descubra agora