Capítulo 11

443 54 12
                                    


Rosa pov.

Após dois meses longe, eu finalmente voltei para Los Angeles. A saudade de Emma pesava em meu coração. Quando pisei na casa onde elas viviam, um misto de alegria e ansiedade me envolveu. Era hora de reparar as promessas quebradas e de ser a mãe que Emma merecia.

— Mamãe Rosa! — Emma gritou quando me viu na porta. A alegria na voz dela era contagiante. Abracei-a com toda a força, sentindo que, finalmente, tudo estava certo novamente.

— Eu senti tanto a sua falta, meu amor! — respondi, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Emma me olhou com aquele brilho especial nos olhos, e naquele momento, percebi que precisava estar presente de verdade.

Nos dias seguintes, a vida começou a se reconfigurar. Eu estava determinada a aproveitar cada momento ao lado da minha filha. Víamos desenhos, jogávamos no quintal e a cada risada, a conexão entre nós se fortalecia. Mas havia algo que ainda precisava ser resolvido entre mim e Marina.

— Marina, você tem um momento? — perguntei, nervosa, enquanto observávamos Emma brincar com outras crianças.

Ela olhou para mim, e eu pude ver uma mistura de expectativa e receio em seu olhar.

— Claro, o que aconteceu? — respondeu, sua voz carregada de curiosidade.

Respirei fundo. Era agora ou nunca.

— Quero me comprometer de verdade com a Emma... e com você. Mas para isso, eu tenho que te falar uma coisa, eu irei assinar com um time da Itália, aqui não tem uma liga forte e eu sei que vocês tem uma vida aqui, mas eu quero que você saiba que eu serei presente, só vou começar daqui 2 meses, enquanto isso eu irei ficar aqui em Los Angeles, já vi um hotel aqui perto e irei ver Emma todos os dias — comecei, buscando a sinceridade nos meus olhos.

O silêncio pairou por um instante. Então, Marina respondeu.

— Eu quero que você seja uma parte ativa da vida dela, Rosa. Mas precisamos estabelecer limites e expectativas. Não quero que você sinta que precisa ser perfeita, eu sei o quanto sua carreira é importante e Emma também. Quando conseguirmos também podemos ir para te ver jogar. E você pode ficar aqui, o quarto de hospede está disponível e Emma não me perdoaria se eu fizesse a mamãe dela ficar em hotel — ela disse, clara e direta.

A tensão entre nós era palpável, mas percebi que estávamos dando um passo importante. Eu não estava mais sozinha nessa jornada. Nós estávamos juntas.

— Eu entendo. E, por favor, sinta-se à vontade para me dizer quando eu errar ou estiver muito ocupada. Quero que você saiba que posso mudar — disse, sentindo uma onda de determinação.

Conforme a conversa avançava, a conexão que antes parecia tão distante começou a se solidificar. Marina e eu estávamos finalmente nos entendendo, e isso me trouxe uma esperança renovada.

Os dias se transformaram em semanas, e nossa nova rotina começou a tomar forma. A alegria que Emma emanava era contagiante, e eu queria que ela soubesse que sempre poderia contar comigo. Planejamos o aniversário dela juntas, e enquanto falávamos sobre os detalhes, a empolgação era palpável.

Naquela noite, enquanto revisava algumas informações no caderno, ouvi os passos de Marina se aproximando.

— O que você está fazendo? — ela perguntou, curiosa.

— Estou planejando algumas coisas. Quero que Emma tenha um aniversário incrível. O que você acha? — respondi, sorrindo.

O sorriso de Marina se iluminou, e enquanto discutíamos as ideias, a leveza na sala me trazia paz. Estávamos finalmente começando a criar novas memórias juntas, como mãe, desde quem beijei ela por impulso não falamos sobre, eu gostaria, mas não sabia como iniciar esse assunto.

Segredos do passado - RosamariaOnde histórias criam vida. Descubra agora