Capítulo 12

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Marina pov.

A ligação se encerrou abruptamente, e o silêncio foi ensurdecedor. Eu fiquei olhando para a tela do celular, sentindo uma mistura de frustração e tristeza. Rosa havia desligado antes que eu pudesse esclarecer tudo, e a expressão no seu rosto ainda estava gravada em minha mente.

Emma, percebendo a tensão, se aproximou e olhou para mim com curiosidade.

— Mamãe, por que você desligou? Eu queria falar mais com a mamãe Rosa! — disse ela, um tom de descontentamento na voz.

Eu me agachei na frente dela, tentando manter a calma.

— Eu sei, meu amor. Às vezes, as pessoas precisam de um tempo para pensar. Vamos jantar e depois ligamos de novo, tá? — sugeri, tentando desviar a atenção dela do clima pesado.

Ela assentiu, mas eu percebia que a pequena ainda estava confusa. Terminamos de comer e nos despedimos de Laura, no caminho para casa eu fiquei pensando em como poderia explicar a situação para Emma sem causar mais angústia?

Assim que nos sentamos no sofá da sala, Emma começou a falar sobre a escola e seus amigos, e eu tentava me concentrar nas suas palavras. No entanto, minha mente estava longe, presa na conversa não resolvida com Rosa.

— Mamãe, você vai se encontrar com a mamãe Rosa de novo? — perguntou Emma, com um olhar esperançoso.

— Eu espero que sim, querida. — Tentei sorrir, mas a incerteza me consumia. — Às vezes, as pessoas precisam de um tempo para resolver as coisas.

Emma franziu a testa, como se tentasse entender.

— Mas a mamãe Rosa me ama, né? — Sua pergunta foi direta e cheia de inocência.

— Claro que sim, Emma. Ela te ama muito. — Respondi, sentindo uma pontada no peito. — E eu também.

Emma logo ficou animada com um desenho que queria fazer e começou a rabiscar no papel. Isso me deu um tempo para refletir, eu precisava conversar com Rosa novamente, e rapidamente. O que estava acontecendo entre nós não poderia ser decidido por mal entendidos.

Após o jantar, levantei e peguei meu celular, o coração acelerado, escrevi uma mensagem para Rosa:

"Rosa, eu sei que você precisa de um tempo, mas quero que saiba que estou aqui. Vamos conversar quando você se sentir pronta. Emma precisa de nós duas, e eu também. ❤️"

Mandei a mensagem e fui me sentar com Emma, observando ela desenhar. O que poderia ser um momento de tranquilidade se tornava pesado por causa da incerteza sobre o futuro, o que eu mais queria era que Rosa entendesse que eu não tinha nada com Laura. O encontro tinha sido apenas um acaso, um mal entendido que não podia se transformar em uma barreira entre nós.

Enquanto Emma terminava seu desenho, percebi que o amor que eu sentia por Rosa e por nossa família era maior do que qualquer confusão. Precisávamos enfrentar isso e não permitir que o passado nos definisse.

Deitei ao lado de Emma, acariciando seu cabelo enquanto ela falava sobre como queria fazer um cartão para a mamãe Rosa, Emma era definitivamente uma miniatura da Rosa.

— Você pode me ajudar a fazer um cartão? — perguntou, os olhos brilhando.

— Claro, vamos fazer um lindo cartão! — respondi, começando a sentir um pouco mais de esperança.

Começamos a trabalhar no cartão, e a alegria de Emma contagiou o ambiente. A cada desenho e cada palavra que escrevíamos juntas, eu percebia que, independentemente das dificuldades, a nossa família ainda tinha um amor inabalável. E eu sabia que era isso que Rosa e eu precisaríamos reforçar quando nos encontrássemos novamente.

Segredos do passado - RosamariaOnde histórias criam vida. Descubra agora