Capítulo 18: A Busca pela Redenção

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Após alguns dias em que se dedicou a cuidar de Yara, Benício sentiu que precisava fazer o que era certo: buscar Clara e seus filhos. O peso da culpa o acompanhava, e ele sabia que não poderia continuar sua vida sem enfrentar as consequências de suas ações. Pediu a Vicente que cuidasse da pequena enquanto estivesse fora, e com um coração apertado, partiu em direção à casa dos pais de Clara.

A viagem foi marcada por lembranças dolorosas, mas também por uma esperança renovada. Ao chegar, Benício encontrou a casa envolta em um silêncio pesado. Assim que entrou, o clima logo se tornou tenso. Seu sogro, um homem de porte imponente e expressão severa, se aproximou com raiva. As palavras afiadas do pai de Clara cortaram o ar.

— Você destruiu a vida da minha filha! — gritou o homem, os olhos flamejantes de indignação. — O que tem a dizer por si mesmo, Benício?

Benício, ciente de que tinha provocado aquela situação, respirou fundo. Ele se lembrou de sua filha em casa, e isso lhe deu coragem.

— Estou aqui para pedir perdão — começou, tentando manter a calma. — Sei que errei profundamente, mas vim para resolver as coisas. Clara e os meus filhos merecem saber que estou disposto a fazer o que for necessário para recuperar a confiança deles.

O olhar de Clara, que estava na sala ao fundo, ainda refletia dor, mas também uma leve esperança. Ela sabia que seus filhos sentiam falta do pai, e isso a fazia repensar sua decisão.

— Você não pode esperar que tudo seja fácil, Benício — ela disse, sua voz trêmula. — Eu ainda estou muito machucada.

Mas a sinceridade dele parecia tocar algo dentro dela. Com um esforço visível, Clara finalmente concordou em voltar para casa com os filhos. Ana, a mais nova, correu para os braços do pai assim que teve a chance, abraçando-o com força. Os outros também se aproximaram, trazendo um pouco de calor àquele reencontro tenso. Ana, em particular, parecia reluzente ao lado de Benício, como se ele fosse o seu sol.

Enquanto Clara organizava as coisas, seu pai observava tudo em silêncio, mas a fúria ainda queimava dentro dele. Quando todos estavam prontos para sair, ele chamou Benício de lado.

— Escute-me bem — disse o sogro, sua voz baixa, mas firme. — Se você fizer Clara sofrer novamente, juro que acabarei com a sua vida. Não estou brincando.

Benício assentiu, sabendo que as palavras eram uma advertência mais do que uma ameaça. Ele sentiu o peso da responsabilidade sobre seus ombros, mas também uma determinação renovada. Ele não poderia falhar novamente. Com Clara e as crianças ao seu lado, Benício se comprometeu a fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para curar as feridas do passado e reconstruir a família que ele havia quase destruído.

Saíram da casa dos pais de Clara, cada um levando consigo as suas próprias emoções, mas com a esperança de que, juntos, poderiam encontrar um caminho para a redenção.

Yara Elisa: Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora