Entre jogos e Temperos | Gabi Guimarães

Capítulo 7 - Brunch

Oi gente, voltei com mais! 💕

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Sofia sempre acordava cedo, antes do nascer do sol, aproveitando a quietude das primeiras horas do dia. O quarto era iluminado apenas pela luz suave das ruas de Conegliano, que atravessava as grandes janelas de vidro, realçando os tons neutros da decoração. Desde que se mudara para o apartamento, cada detalhe havia sido cuidadosamente planejado por ela.

O quarto de Sofia era simples, mas com toques sofisticados que falavam muito sobre a italiana. Uma cabeceira de madeira clara, lençois de linho perfeitamente alinhados e a sua estante de livros que era um tesouro pessoal, repleta de edições raras e bem cuidadas, algumas delas herdadas da mãe. Entre as capas de couro envelhecido, destacavam-se volumes de gastronomia de autoria de chefs renomados, além de obras literárias brasileiras clássicas e modernas que ela colecionava com carinho. A italiana calçou seus chinelos macios e se dirigiu à sala de estar, onde a luz do dia já começava a atravessar as cortinas levemente entreabertas.

Na sala de estar, que se conectava à cozinha sem divisórias, o estilo continuava o mesmo: tudo em seu devido lugar, cuidadosamente organizado. As plantas em vasos, dispostas cuidadosamente ao redor da sala, pareciam saudar o amanhecer. Não era uma casa cheia de coisas caras por ostentação, mas cada item parecia ter sido escolhido com carinho, como os utensílios que Sofia fazia questão de manter impecáveis. Desde que se mudou para seu próprio apartamento, aquele espaço tornou-se seu refúgio, onde controlava cada detalhe.

Sofia sempre começava o dia com uma rotina bem estabelecida. Vestiu seu conjunto de yoga — um top e leggings em tons neutros de rosa — e estendeu o tapete macio em frente às grandes janelas da sala. A luz suave da manhã preenchia o ambiente, enquanto ela se concentrava nos movimentos fluidos, respirando fundo a cada postura. Yoga era a maneira que a italiana encontrava para equilibrar corpo e mente, e aquela paz matinal sempre lhe dava o ânimo necessário para o restante do dia.

Depois de sua prática de yoga, Sofia se dirigiu à cozinha, o seu lugar favorito no apartamento. A cozinha era moderna, equipada com tudo o que uma chef como ela poderia desejar: eletrodomésticos de última geração, uma bancada de mármore branco e prateleiras organizadas com precisão. Nada estava fora do lugar. Ela fazia questão de manter tudo impecável, e não permitia que ninguém mexesse em sua cozinha — seus pais, de vez em quando, quando a visitavam, ainda conseguiam se aventurar ali, mas ela sempre ficava de olho para garantir que tudo permanecesse impecável.

Sofia preparou o café da manhã com a mesma atenção aos detalhes que aplicava no trabalho. Começou com um café expresso, o aroma preenchendo a cozinha enquanto ela preparava o resto da refeição. Quebrou os ovos com precisão, mexendo-os na frigideira com um toque de queijo pecorino. Na torradeira, fatias de pão artesanal dourada, e uma pequena porção de abacate com um fio de azeite extravirgem aguardavam para ser servidas. Ao lado, uma tigela de frutas vermelhas frescas. Mesmo em algo tão simples quanto seu café da manhã, a jovem chef não deixava de lado o cuidado estético: ela montava o prato como se estivesse servindo a si mesma em um dos melhores restaurantes de Conegliano.

Sentada à mesa, com a vista panorâmica da cidade ao fundo, Sofia saboreava cada mordida. Mas sua mente estava inquieta. Desde que havia mandado a mensagem para Gabriela, uma parte dela não conseguia parar de pensar na brasileira. Aquela decisão, tomada após algumas taças de vinho, havia sido completamente impulsiva. Se estivesse sóbria, será que teria coragem de chamar Gabi para sair? Provavelmente não. "Foi o vinho, definitivamente o vinho", pensou, sorrindo para si mesma. Mas, para ser sincera, ela não estava nem um pouco arrependida.