Capítulo 8 - Therapy

179 31 2
                                    

Oii gente, voltei!!! 🙈

Capítulo curtinho mas muito importante pro desenvolvimento da história!

Espero que gostem, e boa leitura! Não esqueçam de comentar e deixar estrelinha 🌟💕

[🏐🍅]

Uma semana se passou desde o encontro com Sofia. Gabi estava se adaptando cada vez mais à sua nova rotina na Itália. O time era incrível, a cidade linda como um cartão-postal, mas havia uma inquietação que insistia em rondar seu pensamento. Sua estreia estava a poucos dias de acontecer, e enquanto a ansiedade por esse momento crescia, outra sensação se enraizou: uma insegurança silenciosa, quase como uma sombra, que não a deixava em paz.

Nas últimas noites, Gabi e Sofia vinham trocando mensagens. Nada demais — apenas conversas casuais, brincadeiras sobre a comida que cada uma comia, sobre o ritmo dos treinos ou o trabalho no restaurante. Mesmo assim, a cada nova mensagem, Gabi se pegava sorrindo sozinha. Tinha até considerado convidar Sofia para seu jogo de estreia, mas hesitava. Havia algo que não conseguia identificar, algo que a segurava, e esse incômodo já começava a interferir em sua rotina.

Naquela manhã, ao acordar, Gabi sabia que o dia não seria fácil. A ansiedade pela estreia, que antes era empolgante, agora parecia pesar. Sentiu a respiração mais rápida, os ombros mais tensos, como se um peso invisível estivesse sobre eles. Tentou sacudir essa sensação enquanto vestia a roupa de treino, mas sabia que estava diferente. Mesmo sem querer, suas novas companheiras de equipe perceberam seu silêncio mais intenso do que o normal, e Bella, sempre perceptiva, notou de imediato.

Quando o treino terminou, a oposta foi ao encontro de sua amiga verificar se estava tudo bem. Ela parecia cansada,  o treino foi pesado, mas não era de cansaço físico que Bella estava falando.

"Tá tudo bem?" Bella perguntou enquanto elas caminhavam juntas de volta para o vestiário, após o treino. O olhar da amiga era suave, mas carregava uma preocupação sincera.

Gabi deu um sorriso fraco, o tipo de sorriso que não chega aos olhos.

"Não muito, pra ser sincera. Mas... não estou pronta pra falar sobre isso ainda". A ponteira falou em um tom de voz fraco, quase sussurrando.

Bella assentiu devagar. Ela conhecia Gabi o suficiente para saber que a amiga só falava quando se sentia pronta. Desde que a ponteira chegou em Conegliano, a mais alta notou que Gabriela estava mais fechada, distante de vez em quando. A jogadora sabia, de forma superficial, o que tinha acontecido antes, mas não pressionava. Sabia que a ponteira precisava de tempo.

"Tudo bem" respondeu Bella, com um olhar compreensivo que dizia mais do que qualquer palavra poderia. Era esse tipo de apoio silencioso que Gabi sempre apreciava na amiga.

De volta em casa, Gabriela se jogou no sofá, os músculos ainda doloridos do treino puxado. A estreia se aproximava, e os treinos estavam cada vez mais intensos. Fechou os olhos por um momento, tentando acalmar a mente, mas a inquietação permanecia ali, como uma batida constante que ela não conseguia ignorar.

Quando finalmente abriu os olhos, lembrou-se de algo importante: sua sessão com a psicóloga estava marcada para o dia seguinte. Um nó se formou em seu estômago. A última coisa que queria era revisitar tudo o que vinha evitando. Mesmo assim, sabia que precisava. Fugir daquilo não a estava ajudando, e Gabriela tinha plena consciência de que se continuasse assim, não conseguiria se curar de verdade. E acima de tudo, estava cansada. Cansada de carregar aquela dor e o medo que vinham junto com ela, ela merecia superar e seguir em frente. Ela merecia deixar de carregar uma culpa que não era sua.

A ponteira suspirou profundamente, levantando-se para ir tomar um banho. Deixou a água quente escorrer pelo corpo, e permitiu-se ficar ali mais tempo do que o habitual. O calor relaxava seus músculos, mas sua mente continuava agitada. "Será que consigo falar sobre isso amanhã?", pensou enquanto a água caía sobre seus ombros. Sabia que a terapia era um passo necessário, mas o medo de encarar a realidade fazia com que o peito apertasse.

Entre jogos e Temperos | Gabi GuimarãesOnde histórias criam vida. Descubra agora