CAPÍTULO SEIS | OS ECOS DAS SOMBRAS

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O som dos golpes ecoava pelas paredes sujas e úmidas do ginásio clandestino, uma mistura de metal e concreto que fazia o lugar parecer uma prisão improvisada

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O som dos golpes ecoava pelas paredes sujas e úmidas do ginásio clandestino, uma mistura de metal e concreto que fazia o lugar parecer uma prisão improvisada.

Cada impacto fazia os rostos ao redor se contorcerem em uma expressão mista de dor e adrenalina. O cheiro de suor e sangue era quase tangível no ar, e o público se amontoava em volta do ringue, sedento por mais violência.

Dante estava no centro do caos. Seus punhos voavam com precisão, e seu corpo se movia como se fosse uma extensão natural da escuridão ao seu redor.

A cada estalar de seus dedos antes dos golpes, era como se ele estivesse ligando um interruptor interno, pronto para o combate. Seus olhos permaneciam focados, frios, sem qualquer indício de hesitação ou misericórdia.

Porém, ao lado do ringue, Lucian observava com um sorriso cínico. Ele era a única pessoa que, no caos daquela cena, parecia confortável e relaxada.

Lucian era um contraste claro a Dante.

Embora também fosse um lutador temido e mortal, havia algo nele que deixava as pessoas desconfiadas.

Seus olhos sempre tinham um brilho traiçoeiro, e o sorriso quase constante em seus lábios dava a impressão de que ele sabia de algo que ninguém mais sabia. Ele tinha a pele clara, quase pálida, com o cabelo escuro desgrenhado, e sempre usava uma jaqueta de couro surrada, que parecia ter visto mais lutas do que os próprios donos dos punhos que ele enfrentava.

Havia um certo charme perigoso em Lucian, algo que o fazia ser tão atraente quanto letal.

Lucian e Dante compartilhavam mais do que a amizade; eles tinham um pacto silencioso, algo forjado nos becos e nas ruas escuras de Raven Heights.

Bons amigos de copo.

Diferente de Dante, que era mais reservado e introspectivo, Lucian era um provocador nato.

Ele vivia para o momento, para o caos, para as noites longas em que o álcool e a violência se misturavam até que tudo virasse um borrão indistinto.

— O que foi, Cross? — Lucian gritou, enquanto Dante derrubava mais um oponente. — Está ficando lento? Ou esse cuzão só está te distraindo?

Dante lançou um olhar breve, mas carregado, em sua direção. — Continue enchendo a porra do meu saco, Lucian, e você será o próximo a apanhar.

Lucian riu, uma risada baixa e maliciosa. — Talvez seja isso que eu estou esperando. Ainda não tivemos um confronto, serei o primeiro a acabar com essa sua faminha de merda.

O público aplaudiu quando o árbitro improvisado declarou a vitória de Dante, que não parecia impressionado.

Ele saiu do ringue, limpando o sangue do lábio e pegando uma toalha. Enquanto isso, Lucian se aproximou com uma garrafa de cerveja em uma das mãos, girando-a preguiçosamente entre os dedos, como se estivesse brincando com o tempo.

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