Evelyn Thorn sempre foi a filha perfeita, herdeira de uma fortuna inestimável e com uma reputação impecável. Cercada por seguranças e uma vida de luxo, sua existência parecia intocável - até que tudo desmorona. Quando seu pai, o homem mais poderoso...
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Na manhã que precedeu sua descida ao submundo, Evelyn estava na varanda da mansão Thorn, observando o céu nublado que parecia refletir a tempestade em seu interior. Com uma xícara de café nas mãos, ela tentava aquecer a alma, contudo a lembrança da noite anterior ainda a envolvia como um véu sombrio. A presença de Dante Cross a assombrava, e o eco de sua brutalidade dançava em sua mente.
Luna, sua única amiga de longa data, estava sentada ao seu lado, as mãos delicadas nervosamente brincando com a barra da saia de linho. Seu olhar denunciava a preocupação.
— Evelyn, você não pode fazer isso — disse Luna, a voz suave, mas firme, como um aviso em meio à neblina. — Não é o que seu pai desejava para você. Ele queria que você tivesse uma vida normal, cheia de felicidade.
Evelyn virou-se, um olhar determinado em seu rosto. — E eu quero descobrir quem matou meu pai, Luna. Não posso ficar parada enquanto eles permanecem livres, — suspirou baixo. — Estou sendo perseguida por onde vou. Tem gente querendo me engolir com toda essa herança, alguém traiu meu pai. E irá fazer o mesmo comigo, eu não posso ficar quieta esperando.
A amiga suspirou, o cabelo castanho-claro caindo sobre os olhos. — O submundo não é um lugar para você. É arriscado e violento, tente com a polícia — Luna mostrou seu sorriso calmo e gentil, a garota um pouco mais nova que Evelyn com apenas 19 anos era o próprio amor em pessoa.
Evelyn deixou escapar um sorriso amargo. — Polícia? Meu pai era delegado e isso resolveu alguma coisa? — sentiu seus ombros pesados como se estivesse com um fardo. — Eu sei disso melhor do que você imagina. Ontem à noite, estive cara a cara com Dante. Ele é perigoso, sim, mas há algo nele... algo que me faz querer arriscar.
O rosto de Luna se contorceu em preocupação. — Ele é um monstro, Evelyn. O que você vai fazer? Transformá-lo em seu carrasco? — riu. — Está vendo muito filme não acha? Criminosos na vida real são diferentes Evy.
— Exatamente isso, ele será meu carrasco, não me importo se ele é um criminoso. — A adrenalina pulsava em suas veias. — Ele pode ser a chave para descobrir a verdade. Olha — ela gesticulou com o celular, mostrando os dados que recebeu de seus informantes. — Ele tem 27 anos, não tem família, mas é considerado filho de consideração do dono do submundo além de ter 1,93 de altura, e chegou à cidade há cerca de um mês. Ele nunca perdeu uma luta — piscou intrigada. — Ele também já morou aqui quando criança então conhece tudo.
Luna balançou a cabeça, a frustração crescendo. — E você acha que pode brincar com ele? Você não conhece o lado mais obscuro dele.
— É justamente isso que eu quero. — Evelyn respondeu, a determinação ardendo em seus olhos. — Depois do que vivi com ele ontem, estou mais disposta do que nunca. Ele pode ser o único que vai servir pra me ajudar.
A amiga olhou para o horizonte, como se as nuvens pudessem oferecer uma solução. — Você realmente vai se jogar nesse abismo?
— Vou. — A decisão ecoou em seu peito como um tambor de guerra. — E nada vai me impedir.
