Está frio, escuro e chuvoso a floresta na qual eu me encontro, sinto que todos os meus sentidos me traem, sinto que a qualquer momento eu vou cair e quando isso acontecer a coisa obscura e alta que está me perseguindo vai olhar em minha alma e sorrir, e esse sorriso será o meu fim assim como quando a lua beija o sol e o dia tem o seu fim. Mas diferente do dia que ao badalar das cinco já está de volta, eu não estarei, estarei gritando em agonia, pedindo por socorro na esperança de que alguém e algum lugar desse mundo torto e agonizante vai vir e me salvar, me salvar do meu perseguidor e salvar a mim de mim mesma.Corro, corro e corro o mais rápido que posso, meus pés sangram e em meu rosto sinto o vento frio e as lágrimas escorrendo desesperadas, olho para trás e lá está ele o homem cujo não vejo seu rosto mais sinto em meus ossos que devo ter medo, pois se eu não o temer eu não fujo e se eu não fugir ele me alcança. Quanto estou prestes a fugir da floresta mãos fortes e frias me agarram, garras enormes cortam meus braços e a dor é insuportável, olho para a figura sem rosto e um cheiro horrível me atinge assim como as garras que perfuram meu peito e arrancam o meu coração.
Acordo assustada como de costume às 06 da manhã, virou rotina ter esses pesadelos todas as noites desde que completei 18 anos há 5 anos atrás, levantei-me e depois de uns 10 minutos enrolando na cama enquanto me preparava psicologicamente para mais um dia de luta e zero dias de glória, escovei meus dentes, troquei de roupa e fui tomar café para dar uma energia antes de sair para caçar um emprego. Quando eu digo caçar é caçar mesmo, pois se tem uma coisa mais difícil que conseguir um emprego é ter um emprego e receber um salário de merda que mal dá para sobreviver o mês, mais ainda sim continuamos dando o nosso melhor na esperança de um dia mudarmos de vida.
— Bom dia—disse minha mãe
— Oi, bom dia só se eu conseguir um emprego
— Não seja tão negativa, você vai conseguir—deu um sorriso—toma seu café que eu vou sair daqui a pouco pra fazer uma faxina e te dou uma carona.
— Okay, obrigada mãe.
Mamãe vulgo dona Sofia é a mulher mais doce, forte e batalhadora que conheço, depois que se separou do pai da Aurora, ela agarrou com unhas e dentes a oportunidade que surgiu para trabalhar como faxineira aqui na Inglaterra, juntou cada centavo que conseguiu para trazer a mim e a minha irmã para morarmos com ela. Aurora por sua vez é 2 anos mais velha, linda, inteligente, gentil e por onde passa todos ficam admirados com sua beleza e gentileza, tem quem diz que somos gêmeas pois nossos cabelos castanhos claros e olhos verdes são características que herdamos de nossa mãe, a única coisa que nos difere além da personalidade e de nossa idade é que Aurora tem uma pequena cicatriz no queixo, que foi causada por um baita tombo de bicicleta quando eu fiz 10 anos e o fato de que não temos o mesmo pai. Se me perguntarem sobre o meu progenitor e não saberei responder absolutamente nenhuma pergunta, afinal se tem uma coisa que dona Sofia odeia do fundo de sua alma, odeia mais do que louça suja e a casa bagunçada, é falar sobre o meu pai biológico, me lembro como se fosse ontem, pedi de presente de aniversário de doze anos que ela me falasse sobre o meu pai, depois de ter ficado furiosa comigo e com minha curiosidade mamãe se sentou ao meu lado na cama e disse que a única coisa que ela podia dizer de meu pai é que ele simplesmente havia sumido sem ao menos saber que ela estava grávida, então ela nunca mais soube dele. Claro que na época eu fiquei frustrada e chateada, mais deixei de lado da mesma forma que faço agora que sou adulta, até por que depois de passar toda a sua vida sem conhecer alguém não faria sentido algum ir atrás da pessoa que em todos os meus anos de vida sequer sabia que eu existia.
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Abençoada pela lua 🌙
FantasyPoderia em um mundo completamente monótono ser o lar da magia reencarnada? Poderia uma humana que vive normalmente e passa pelas dificuldades da vida, salvar a si mesma e ao mundo? Lynn é uma humana prestes a completar 23 anos, ela vive no mundo r...