Capítulo 17 ''Crazy''

340 34 7
                                    

Beatriz Toretto

Rio de janeiro

''Loucura''

Foram os seus beijos que me acordaram, seus lábios rasparam pelo meu rosto enquanto ele sussurrava que estava na hora de acordar. Sorri um pouco sonolenta, me sentindo feliz por acordar em seus braços, apertei meus braços em volta de sua cintura e inspirei seu cheiro gostoso. 

- Bom dia, linda - ele sussurrou, a voz rouca pelo sono. 

- Bom dia, anjo - olhei em seus olhos, o azul brilhante me encaravam e eu me perdi neles. 

- Temos que ir - ele  lembrou, foi o bastante para me trazer de volta a realidade. 

- A gente precisa conversar - falei séria, ele me encarou preocupado. - Eu sei que você e Dom se juntaram para me deixar de fora. 

- A gente não se juntou. 

- Eu sei que sim, acho legal que vocês se preocupam comigo, mas não quero mais ser deixada de fora. Eu estou dentro do plano como todos aqui e vou fazer tudo igual aos outros aqui. 

- Você não é como todos os outros aqui - ele falou, tão serio e sincero que me assustou. - Você é tudo para mim e o que eu puder fazer para impedir que você se coloque em risco.

- Brian, eu gosto disso tanto quanto você. A adrenalina, o perigo e os riscos, tudo isso me atrai e eu sei que com você é assim também. - Ele não respondeu, mas não precisou porque a resposta estava em seus olhos, era verdade e nós dois sabemos disso. - E é por isso que você sabe que não pode me deixar longe de tudo isso, nós dois sabemos que é impossível. 

- Não gosto da ideia de você correndo perigo. - Isso estava claro em seu rosto, eu sorri. 

- Eu também não gosto de você correndo perigo, então se eu fico de fora você também fica - a minha fala fez ele cerrar os olhos. 

- Triz... 

- É o único jeito de me fazer desistir e ficar aqui no galpão, com a Mia. 

- Você sabe que isso não vai acontecer. 

- Então estamos combinados - apoiei as mão em seu peito e me levantei. 

- Ei, - ele segurou o meu braço e me puxou para o seu peito novamente - tudo bem, eu vou parar de impedir você de ir junto com a gente, mas se alguma coisa acontecer eu abandono todo esse plano e nós dois vamos embora. 

Sorri para ele, selando nossos lábios em um selinho carinhoso. 

- Por favor, - ele nos afastou um pouco - promete que vai tomar cuidado. 

- Eu prometo, anjo. 

E com isso, ele me beijou de novo, mas quando tentou aprofundar o beijo eu me afastei. Ele me olhou confujo. 

- Eu não escovei os dentes - falei, me levantando novamente. 

- O que? Não importa,  vem aqui - tentou me pegar de novo, mas eu não deixei. 

- Não, não - dei risada. - Temos que sair, lembra? 

Ele murmurou algumas reclamações e eu ri, pegando minha coisas para me arrumar e poder começar o dia, que seria muito cansativo. 

[...]

- Então você e o Brian estão juntos de novo - Roman perguntou enquanto comíamos. 

- Parece que sim - respondi com um sorriso. 

- Ih, olha aí, você está toda apaixonada por ele - tirou onda da minha cara. 

Revirei os olhos. 

- Cala a boca - mandei, comendo mais um pouco da comida. - Ai, o carro tá saindo - avisei, observando os homens enchendo o porta-malas de bolsas, claramente cheias de dinheiro. 

Roman avisou no rádio, e esperamos um pouco antes levantarmos e seguirmos o carro, Roman dirigia com calma, para que não percebessem que estavam sendo seguidos. 

- Para onde eles vão levar esse dinheiro? - Perguntei confusa. 

Quando eu vi aonde os carros estavam entrando eu xinguei. 

- Você tá vendo a mesma coisa que eu? - Perguntei, apenas para ter certeza de que não estou ficando louca. 

- Eles estão entrando no batalhão de policia.

Estamos todos juntos em cima do telhado de um prédio perto do batalhão, olhando a grande merda que Reyes fez. Todos os carros entraram na delegacia, um por um, mostrando bem na nossa cara que esse homem tem todos na palma da mão, inclusive a policia.  

- É, agora as coisas complicaram um pouco - Brian murmurou.

- Se ele mandou a grana para o batalhão de policia, significa que ele tem todos esses caras no caderninho. 

Os irmãos falaram algo que eu não entendi, na sua língua. 

- Com certeza não dá para a gente. 

- Não dá? Não tem nem como tentar! 

- Isso não muda nada - Dom falou, ainda olhando para o batalhão. - Vamos seguir com o plano. 

- Como é que é? - Roman perguntou. - Agora passou de missão impossível, para missão loucura total? Você que sabe irmão, - virou as costas e começou a ir embora - eu não tenho medo não, eu só quero que vocês saibam que entrar lá é loucura. 

- Deixa ele comigo - Brian falou, correndo atrás do amigo. 

[...] 

De volta ao galpão, estávamos pensando em como iremos invadir a porra do batalhão de policia. Mia conseguiu a planta do prédio. 

- A vantagem dos prédios públicos? São arquivos públicos. - Esticou a planta do lugar na mesa. 

- O dinheiro está no cofre - Brian apontou - na sala das evidências. 

- Ok, - Tej falou, olhando para todos nós. - Posso falar um coisa, só um instante. A gente está falando de invadir o batalhão da policia militar, vocês ouviram bem essas palavrinhas? Ouviram? Os homi', os caras', os meganha', os tiras'. São esses caras aí. 

- O batalhão da policia foi feito para não deixar ninguém sair, entrar é fácil - Han falou. 

- Por isso, temos que fazer na surdina, entramos e saímos sem que eles percebam. 

- Vamos precisar de um olheiro lá, alguém para nos dizer, pelo menos, como é esse cofre. 

- Beleza, o cofre, que loucura. Quem é o maluco que vai fazer isso? - Roman perguntou, automaticamente, todos nós o encaramos, e ao perceber o que isso significava ele falou - Como assim? Porque eu? 

- Porque você é o que tem mais lábia. 

- Isso aí é verdade. 


Running For Love ~Brian O'connerOnde histórias criam vida. Descubra agora