Onde um policial disfarçado se apaixona pela irmã do criminoso que ele investiga.
Beatriz Torreto é o terror do ciumento e protetor Dominic, sendo sua cópia feminina, ela roda pelas ruas de Los Angeles com seus amigos.
Envolvida em rachas ilegais...
É como uma droga. Sim, Beatriz Torreto é a minha droga e eu sou um viciado, daqueles tipos que faz a reabilitação e pensa que está curado, mas quando vê está tendo outra recaída.
Apenas o cheiro dela me enlouquece e saber que ela está na minha casa, mesmo que por motivos que não tem nada a ver comigo, me deixa maluco.
Eu estou parecendo um adolescente que não consegue ver a barra de uma saia e fica fissurado. A cada movimento dela, seja ele mínimo, como quando ela tira os fios de seu cabelo que caem no rosto, eu sinto meu corpo reagindo a ela.
E receber a sua rejeição a cada segundo parece me matar, como se a cada fala ácida fosse uma pequena agulha perfurando o meu coração, mas eu não me importo, porque como um viciado, qualquer mínima migalha de atenção que ela me dá é o bastante para me deixar feliz.
Mesmo que essas migalhas sejam ela me xingando.
- Eu tenho um plano - ela falou, me obrigando a tirar meus olhos de lábios e me concentrar no assunto. - Sabemos que ele vai ser condenado, isso é certeza, então devemos pegar ele no caminho até o presídio.
- Provavelmente vão mandar para Lompoc.
- E o caminho para lá não é nada mais do que ruas e mais ruas desertas, provavelmente não terá mais ninguém.
- Mas como vamos tirar ele do ônibus?
- Isso é fácil - ela sorriu - vamos fazer o motorista perder o controle e tombamos no caminhão.
- Vamos precisar de carros velozes.
- E nós sabemos onde encontrar.
Com alguns telefonemas, foi fácil descobrir aonde seria o racha de hoje a noite, Triz pareceu animada e eu sorri com isso.
Quando anoiteceu, estávamos em seu carro e a caminho do local. Não deixei de sorrir ao ver ela dirigir o seu Skyline rosa, não falei, mas Triz fica ainda mais atraente atrás de um volante.
Alguns comentários foram ouvidos quando Triz desceu de seu carro, mesmo sem o peso do sobrenome, apenas a confiança que ela exala faz com que as pessoas fiquem intimidadas. Triz é linda, consegue ser simpática e mostrar confiança sem se esforçar.
- Vai correr hoje, Torreto? - O homem responsável por organizar o racha se aproximou.
- Hoje eu só vim para observar.
- E você, Brian? Pensei que fosse um 'cana' agora.
- Deixa isso quieto - falei simples. Ele ergueu as mãos, deixando claro que não tocaria mais no assunto. Me aproximei de Triz.
- Precisamos de um carro discreto - ela murmurou, assim como eu, passando os olhos por todos os veículos ali.
- Um? - olhei confuso.
- Eu já tenho o meu.
- Então, o que acha daquele ali? - Apontei com a cabeça.
Foi uma corrida fácil, provocar o idiota até ele concordar em apostar o seu carro e ganhar dele no processo foi simples, Triz até mesmo me elogiou o que deixou a minha noite ainda melhor.
- Vamos sair daqui - ela falou quando o barulho das sirenes foram ouvidas. Ela entrou em seu carro e eu no carro que ganhei a pouco, disparando pelas ruas seguimos até o meu apartamento novamente.
- Podemos conversar? - Sussurrei, tão baixo que senti medo dela não ouvir.
- Não temos nada para falar, Brian - ela respondeu. Tão baixo quando eu.
- Triz...
- Já conversamos sobre tudo na noite em que você foi até mim.
- Mas não chegamos a nenhuma conclusão.
- Não vamos chegar aonde você quer.
- Porque você não quer ou porque você não tem coragem?
- Coragem? - Bom, eu consegui a atenção dela, a expressão furiosa não era o que eu esperava, mas tudo bem. - Você é um idiota! Eu acreditei em você, eu realmente acreditei que você e eu tínhamos alguma coisa, mas era tudo uma grande mentira.
- Eu estava disfarçado, mas isso nunca envolveu você, não era parte do trabalho ficar com você.
- Isso torna tudo ainda pior. Você sabia que estava trabalhando, sabia que estava investigando o meu irmão e ainda sim deixou as coisas entre nós acontecerem. Por que, Brian?
- Eu não pude evitar. - Ela riu tristemente, as portas do elevador abriram e ela saiu antes que eu pudesse impedir. Novamente a alcancei e segurei seu braço ante que fugisse de mim de novo. - Quando eu vi você naquela lanchonete, foi como se o trabalho, seu irmão...tudo aquilo deixou de ser importante. Algo em você me atraiu e eu não pude evitar me aproximar.
Eu estava tão perto dela, com os olhos marrons tão concentrados em mim que eu perdi o ar por um momento.
- Algo te atraiu? - Ela sussurrou e eu sorri, deslizando meu dedo pelo seu rosto para tirar os fios dali.
- Talvez tenha sido os seus olhos ou o seu sorriso. Não...não, com certeza foi a forma sem filtro que você deu em cima de mim.
Ela revirou os olhos.
- Não dei em cima de você, você que deu em cima de mim.
- É, eu dei sim. - Ela sorriu, meu coração disparou. - Todos os momentos que passamos juntos foi real, foram porque eu quis...porque nós dois quisemos e o meu trabalho não tinha nada a ver com nós dois.
O sorriso dela se desfez e eu me perguntei o que eu falei de errado.
- Então você está me dizendo, que você nunca usou nada do que eu falei sobre mim e sobre o meu irmão no seu trabalho? Olha nos meus olhos e diz que em nenhum dos momentos que tivemos juntos você não pegou informações. - Eu não respondi, porque não poderia mentir novamente para ela. Triz tocou meu peito e me empurrou para trás. - Eu nem conheço você, até onde sei tudo o que me contou era mentira e você sabe tudo sobre mim, porque me estudou, porque era um trabalho para você.
Com isso ela se afastou, parou em frente a minha porta e esperou até que eu destrancasse.
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