Capítulo 3: Sombras do Esquecido.

10 5 2
                                    

"Entre o real e o imaginário, as sombras de uma verdade esquecida pairam sobre cada palavra

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Entre o real e o imaginário, as sombras de uma verdade esquecida pairam sobre cada palavra."

02/10/2085, terça-feira

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

02/10/2085, terça-feira.

A tarde foi descoberta por um céu cinza, refletindo o clima sempre pesado do Hospital Dymphna. Rebecca caminhou com passos desorientados em direção à sala de terapia, onde sua primeira sessão com Martha Hargrove estava prestes a acontecer. A ficha de Martha não fornecia muitos detalhes, mas o suficiente para instigar a curiosidade de Rebecca. Paciente internada há vários anos, com um histórico de episódios psicóticos graves e alucinações recorrentes. Uma figura isolada, que raramente se comunicava de forma clara.

Às 14h em ponto, Rebecca abriu a porta da pequena sala. Martha já estava lá, sentada à mesa de terapia, encolhida em uma cadeira próxima à janela. Seus cabelos castanhos desgrenhados pendiam sobre o rosto, cobrindo parcialmente seus olhos fundos e cansados. As mãos estavam pousadas no colo, apertando a barra de sua camisola, como se tentasse se ancorar à realidade.

Rebecca entrou e se acomodou em frente a Martha, procurando manter um ar acolhedor.

— Boa tarde, Martha — começou Rebecca, usando um tom suave e tranquilo, tentando não intimidar a paciente. — Como você está se sentindo hoje?

Martha desviou os olhos da janela para olhar Rebecca pela primeira vez. Havia algo de perturbador na intensidade com que ela observava, como se quisesse decifrar a pessoa à sua frente, certificar-se de que ela era real antes de responder.

— Ele... está por perto, então... nada bem... — murmurou Martha, quase inaudível.

—Ele? — Rebecca franziu o cenho levemente, inclinando-se um pouco para frente. — Você pode me contar mais sobre quem é 'ele'?

Martha abriu os lábios, como se hesitasse em falar. Seu olhar vagou de volta para a janela, enquanto os dedos tremiam e tamborilavam no tecido da camisola.

— Ele está aqui... ele nunca foi embora — disse ela, com uma voz vacilante. — Anda pelos corredores... está sempre me observando.

Rebecca parou em silêncio por um momento, deixando Martha falar no seu próprio ritmo. Sabia que não deveria forçar, principalmente em uma primeira sessão. Martha precisava de espaço para se abrir.

Doce Como Jack Daniel's.Onde histórias criam vida. Descubra agora