Iᴍᴀɢɪɴᴇsˣ ᵐᵃˡᵉ ʳᵉᵃᵈᵉʳ

Umemiya

Hajime Umemiya - Wind Breaker
Nome do Leitor : Yuno
Pedido de: @Miyuki-Kamado

“And it was
Enchanting to meet you
All I can say is I was
Enchanted to meet you”
-By Taylor Swift.
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Eu nunca imaginei que meus pensamentos pudessem ficar tão bagunçados por causa de alguém. Não, isso não faz sentido... eu, Hajime Umemiya, sempre fui tão claro sobre quem sou e o que quero. Mas desde que Yuno apareceu, tudo parece mais complicado. Ele está sempre lá, com aquele jeito relaxado, como se nada o abalasse, e ao mesmo tempo, como se ele pudesse ver através de todas as minhas máscaras.

Eu o admiro, claro. Ele é forte, determinado, e há algo nele que me faz querer estar por perto... algo que eu não consigo explicar. Talvez seja a forma como ele sempre me desafia, sempre me tira da minha zona de conforto, ou talvez seja a tranquilidade nos olhos dele, que eu invejo e temo ao mesmo tempo.

Mas ultimamente, eu me pego pensando nele mais do que deveria. Quando estamos pedalando, quando estamos em silêncio, até mesmo quando ele não está por perto. E isso me irrita. Irrita porque não faz sentido. Yuno é um amigo, apenas isso, certo? Então por que eu estou tão incomodado quando ele sorri para os outros? Por que eu sinto esse aperto no peito quando ele não está ao meu lado?

Eu não sei o que isso significa, e eu odeio não saber.
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Estamos neste momento sentados no sofá da sala de estar da casa de Yuno, e o silêncio entre nós é pesado. Após mais uma briga por invadirem nosso território. Ele está aqui, ajoelhado ao meu lado, limpando as feridas que eu mesmo causei por pura teimosia. Suas mãos são precisas, quase impacientes, como se ele quisesse acabar logo com isso e voltar para o que quer que estivesse fazendo antes.

"Fica quieto, Umemiya," ele rosna, franzindo o cenho. "Você vai acabar piorando isso se continuar se mexendo."

O pavio curto de Yuno nunca mudou. Ele não tem paciência para tolices, e a minha inquietação parece estar testando seus limites. Mas eu não consigo evitar. Há algo na ponta da minha língua, algo que venho tentando enterrar desde... bem, desde o início. E agora, com ele tão perto, tão focado em mim, as palavras estão prontas para sair, mas travam.

"Isso vai doer," ele avisa, mal me dando tempo para reagir antes de pressionar o algodão com força demais no meu braço.

Eu estremeço, não só pela dor, mas pela proximidade dele. Ele é meu subordinado, e ainda assim, aqui está ele, cuidando de mim com uma mistura de raiva e preocupação. Yuno sempre foi assim – direto, sem rodeios, nunca hesitando em dizer o que pensa ou mostrar como se sente, mesmo que isso signifique uma explosão.

"Você é um idiota, sabia?" ele solta de repente, sem tirar os olhos dos meus machucados. "Se tivesse me escutado, nada disso teria acontecido."

Eu deveria responder, jogar a culpa de volta, como sempre faço, mas não consigo. Tudo o que consigo fazer é encará-lo, meu estômago se revirando com um peso que eu não compreendo. A verdade é que eu não parei de pensar no que sinto por ele desde a última vez que brigamos. Eu sinto essa necessidade de estar perto dele, mas também o medo que vem com isso.

"Yuno..." As palavras estão tão perto agora, e eu sei que, se não disser logo, vou me arrepender. "Eu... preciso te dizer uma coisa."

Ele para de mexer no meu braço por um segundo, seus olhos se estreitando em suspeita. "O que foi agora? Se vai falar mais besteira, eu juro que—"

"Não é isso," eu o interrompo, antes que ele possa disparar mais uma de suas respostas afiadas. "Eu só... droga, isso é difícil."

Eu nunca me senti tão vulnerável. Ele está ali, esperando, e a pressão no meu peito só aumenta. O silêncio que se segue é insuportável, mas eu sei que, se não abrir a boca, vou explodir.