Iᴍᴀɢɪɴᴇsˣ ᵐᵃˡᵉ ʳᵉᵃᵈᵉʳ

Toya Todoroki

Toya Todoroki - Dabi

"Just trust me, you'll be fine"

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Meus dedos batiam freneticamente na madeira do batente da porta enquanto meus olhos observavam atentamente o garoto que estava deitado na cama, as queimaduras em seu corpo já estavam melhores, considerando o estado em que nos encontramos o garoto na floresta.
Meu único dever ali era garantir que ele ficasse vivo, mesmo que as chances de sobrevivência fossem de 0,001%, considerando que 89% de seu corpo foi carbonizado, isso incluía os canais lacrimais dele e metade dos órgãos internos praticamente cozinhados.

Desvio meu olhar para a janela, observo como o tempo estava fechado, nuvens carregadas sinalizavam a chuva que viria ao começo da tarde, as folhas balançando nos galhos das árvores por conta da ventania, um suspiro calmo deixa minhas narinas assim que volto a olhar para o garoto adormecido. Me pergunto o que havia lhe acontecido para que ele estivesse daquela forma, era óbvio que ele foi a causa do incêndio na floresta, mas por que?
São perguntas que não obterei respostas, afinal, ele é quase um cadáver que por pura sorte ainda tem um coração que bate, passo a mão no rosto ao pensar que o Mestre All For One deve ter planos para este garoto, afinal ele não o salvaria se não tivesse um propósito em sua mente lunática. Mas ainda assim, é intrigante o quão pouco eu ganho de informação, mesmo estando trabalhando para o Mestre AFO a quase nove anos, ele nunca me diz muita coisa, ele apenas chega em meu consultório com crianças machucadas a beira da morte e me pede para salvá-las.
Isso me deixa frustrado, mas ainda assim, eu faço isso, eu salvo as crianças, eu cuido delas, eu as dou uma esperança de vida melhor e em seguida eu as jogo nas ruas para que possam aprender a se virar, as vezes me comparo com uma tartaruga, que bota os ovinhos, cuida deles e perto de eclodirem, vai embora e os deixa ali, para enfrentar as gaivotas e se tiverem sorte chegaram ao mar, mas que ainda assim tem que sobreviver sozinhas.

Me sento na cadeira perto da cama do garoto, um suspiro pesado trancado em meus pulmões ao ver seu batimento cardíaco lento e quase parando, ele estava instável, qualquer coisa o colocaria direto nos braços da morte. Eu não costumava pensar muito no que poderia acontecer com essas crianças, mas com este garoto as coisas eram consideravelmente diferentes, balançando a cabeça me levantei e caminhei para fora do quarto enquanto passava a mão no rosto.

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Eu estava em meu escritório terminando algumas papeladas, quando ouvi alguém batendo em minha porta, imediatamente me levantei e coloquei o sorriso mais gentil que podia no rosto, abri a porta e me deparei com o Doutor maluco que ajudava o Mestre AFO, nunca me improtei em saber o nome dele.

-O garoto acordou.

Foi tudo o que ele disse, mas me fez ficar em estado de choque por três segundos, antes que eu me movesse indo em direção ao quarto, assim que abri a porta vi o garoto de pé em frente a janela.

-Deveria estar deitado, ainda não se recuperou totalmente.

Falei me recompondo e indo em direção dele, me mantendo afastado uns cinco passos dele.

-Médio estúpido....eu sei os meus limites! Eu conheço meu corpo melhor que qualquer um!

Assim que percebi a alteração que ocorria no temperamento do garoto eu dei mais um passo para frente, enquanto mantinha uma face séria.

-Certamente, e por isso deve saber, que ainda não está 100%, volte para a cama.

Falei enquanto o olhava, mudando meu olhar para um mais calmo e que pudesse transmitir segurança ao garoto.
Eu percebi como os olhos dele vacilaram e aquela expressão durona se desfez tão rápido quanto tinha surgido no rosto dele, eu notei como as mãos dele mexeram de forma desconfortável na barra de sua camisa, mexi em meus óculos e suspirei suavemente colocando as mãos no bolso de meu casaco.