Capítulo 26: Traição sutil

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Quando a manhã finalmente chegou, a luz do sol invadiu o apartamento de Luma. Mavi acordou lentamente, com a cabeça latejando de uma ressaca brutal. Ele piscou várias vezes, tentando entender onde estava e por que se sentia tão mal. A noite anterior parecia distante, quase irreal. Levou alguns segundos para que ele percebesse que havia adormecido no sofá de Luma.

Então, de repente, a realidade o atingiu. A reunião com o patrocinador. Ele se levantou de um pulo, o coração disparado, mas ao olhar para o relógio, seu estômago se revirou. Já passava da hora. Ele havia perdido a reunião.

O pânico o consumiu, mas, no fundo, uma sensação de traição começou a surgir. O que Luma havia feito? Ela sabia da reunião, e mesmo assim, o induziu a beber até desmaiar.A reunião perdida não era apenas um compromisso; ela era crucial para fechar um patrocínio que poderia garantir o sucesso de seus negócios por anos. Ele sabia que a falha de comparecer colocaria em risco milhões de sua fortuna, e o peso dessa perda iminente o esmagava.

" Eu... preciso sair daqui " Ele murmurou, pegando suas roupas espalhadas pelo chão com pressa. O caos ao seu redor parecia um reflexo perfeito do que acontecia dentro de sua mente. Enquanto se vestia, Mavi sentia a frustração e a raiva ferverem sob a superfície. A forma como Luma havia manipulado a noite, conduzido a situação, tudo fazia sentido agora. Ela o havia induzido a cair naquela armadilha, e ele havia permitido que isso acontecesse.

Enquanto Mavi tentava processar a mistura de raiva, decepção e vergonha, Luma apareceu na porta do quarto, trajando uma expressão despreocupada.

"Já vai?" Ela perguntou, casual, como se não tivesse a mínima noção do caos que havia causado.

Mavi a encarou, incrédulo. "Você sabe muito bem o que aconteceu, Luma. Eu perdi a reunião. Perdi uma chance de ouro. Tudo por causa dessa... dessa noite."

Luma arqueou uma sobrancelha, fingindo confusão. "Ah, Mavi, não foi minha intenção. Eu só queria que você relaxasse um pouco. Beber foi escolha sua. Como eu poderia saber que você ia perder a hora?"

Ela era dissimulada, e ele sabia disso. Ela havia conduzido cada passo da noite, mas agora se fazia de desentendida, manipulando as palavras para parecer inocente. Mavi sentiu a raiva subir, mas ele sabia que não havia como provar nada. Luma havia jogado o jogo com perfeição.

"Você sabia, sim." Mavi respondeu, o tom de voz afiado, mas com uma sensação de impotência. "Você me embriagou de propósito, sabendo o que estava em jogo."

Luma deu um pequeno sorriso, a máscara da inocência se mantendo intacta. "Eu não forcei você a nada, Mavi. Você bebeu porque quis. Eu só estava me divertindo. Não posso ser culpada por você ter se empolgado demais, pode?"

Ele fechou os punhos, querendo gritar, mas sabia que não adiantaria. Luma era uma mestre em manipulação, e a expressão de falsa preocupação que ela exibia era quase cínica. "Isso foi só uma coincidência infeliz." Ela acrescentou com uma piscadela. "Quem diria que justo hoje você tinha uma reunião tão importante?"

Mavi percebeu que havia sido derrotado em todos os níveis. Não só tinha perdido a reunião e, provavelmente, uma boa parte de sua fortuna, mas também o controle sobre a situação. Luma o havia jogado em um abismo de incertezas, onde ele não sabia mais o que era verdade ou mentira. Tudo o que ele tinha certeza agora era que havia sido manipulado, e isso o corroía.

Ele olhou para ela uma última vez antes de sair pela porta, o olhar carregado de ódio e frustração. Mas Luma, impassível, apenas o observou, mantendo a mesma expressão serena e despreocupada, como se soubesse que, por mais que ele tentasse, não havia como escapar de sua teia.

Assim que a porta se fechou, Luma se permitiu um sorriso vitorioso. Mavi estava caindo em sua armadilha, e o melhor de tudo é que ele jamais conseguiria provar que aquilo não havia sido uma simples coincidência. Ela havia jogado, e jogado bem.













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