Capítulo 28

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Enquanto isso, Luma observava seu reflexo no espelho, terminando de aplicar a última camada de batom. Ela sabia que Mavi estava furioso, confuso, tentando juntar as peças. Mas, por enquanto, ela tinha a vantagem. Sua vingança não estava completa, mas cada passo a mais que Mavi dava para tentar se afastar dela o colocava ainda mais próximo de sua ruína definitiva.

Naquela noite, Mavi sentou-se em seu escritório, os documentos do patrocinador espalhados à sua frente. Cada linha que lia o lembrava do que havia perdido, mas também o fazia perceber que a batalha estava longe de terminar. Ele precisava encontrar uma maneira de dar a volta por cima, mas, parte dele, agora entendia por que Luma agia daquela forma. Ele causava dor, e agora essa dor voltava para ele.

Mesmo assim, ele se recusava a responder à última mensagem de Luma, aquela que carregava um desafio implícito. Ele sabia que, se o fizesse, estaria caindo novamente no jogo dela. Preferiu o silêncio, esperando que isso a abalasse, esperando que ela recuasse, mas ele subestimou a determinação de Luma.

Enquanto isso, Luma decidiu que era hora de agir. A frustração por não receber resposta o havia irritado profundamente. Determinada, ela se dirigiu à casa de Mavi, ciente de que ele estava lá. Ao chegar, foi recebida pela empregada dele, que a reconheceu imediatamente. "Olá, Luma ! Mavi está ali dentro. Você pode entrar, se quiser. Ele está um pouco distraído com trabalho," disse a empregada, apontando para a porta do escritório.

Luma sorriu, um sorriso que escondia segredos e intenções. "Obrigada, eu vou entrar," respondeu, atravessando a porta.

Enquanto a noite se aprofundava, Mavi ainda se debruçava sobre os papéis, tentando desesperadamente reparar os estragos. O ambiente silencioso de seu escritório quase o sufocava com a pressão crescente. Foi nesse momento que ouviu batidas na porta. Ele não esperava ninguém, mas, ao abrir, lá estava ela: Luma, impecável como sempre, seu olhar carregado de uma mistura de provocação e segredos.

Enquanto Mavi olhava para Luma, parado à porta , algo nele parecia enfraquecer. Mesmo sabendo o que ela havia feito, mesmo sentindo a raiva borbulhando sob a superfície, havia uma parte dele que simplesmente não conseguia resistir a ela.

Enquanto Luma entrava em seu escritório , um sorriso enigmático surgia em seus lábios, mas havia algo mais profundo por trás daquele olhar. Mavi, confuso com sua presença inesperada, ficou parado à porta por um momento, tentando entender o que ela realmente queria. Ele a observou atravessar a sala com passos confiantes, como se fosse dona do espaço.

"Parece que você ainda não decorou o lugar como deveria," comentou, fingindo desinteresse nos documentos e móveis ao redor. Seus olhos, porém, estavam atentos a cada canto. Ela precisava de uma brecha.

Mavi, parado próximo à janela, cruzou os braços, claramente desconfiado. "Você veio até aqui para falar sobre decoração, Luma?"

Ela riu levemente, aproximando-se um pouco mais. "Achei que talvez pudéssemos ter uma conversa... civilizada." Sua voz era suave, convidativa, quase inofensiva. Era parte do jogo. Ela precisava que ele baixasse a guarda.

Mavi parecia hesitar. "Conversar, Luma? Depois de tudo o que você fez?" Havia uma mistura de raiva e desejo em seus olhos, como se ele não soubesse ao certo como reagir à presença dela ali.

Ele fechou a porta lentamente, ainda sem entender o motivo da visita repentina. "Luma, por que você está aqui?"

"Eu vim conversar," ela respondeu, casualmente, sem lhe dar muita atenção. Caminhou até a estante onde estavam alguns livros e objetos decorativos, examinando cada um deles como se estivesse realmente interessada. "Temos algumas pendências, não acha?"

Mavi se recostou na mesa, os braços cruzados, observando-a de longe, os olhos acompanhando cada movimento com cautela. Ele sabia que Luma nunca fazia nada sem um propósito. Ela era sempre meticulosa e estrategista. Porém, ele também não conseguia negar o magnetismo dela, a maneira como o deixava intrigado e desconcertado, mesmo quando sabia que não podia confiar.

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