Promete - Katrick 2

Capítulo 30

🛹 DIEGO SANTANA 🛹

Cecília e eu decidimos sair com Helena para jantar no restaurante de Patrick. Assim que chegamos, nos sentamos em uma mesa e fizemos nossos pedidos.

Alguns longos minutos se passaram, recebemos nossas entradas e começamos a comer em meio a conversas. Logo vi Cecília parar seu olhar em algum lugar, ela parecia assustada, fiquei preocupado.

— O que foi, Cecília? — perguntei, percebendo a súbita mudança no comportamento dela. Segui seu olhar e avistei um homem que a encarava do outro lado do restaurante — Você conhece ele?

Cecília piscou rapidamente, tentando se recompor. Helena estava ao meu lado, atenta e também preocupada com o silêncio repentino da mãe.

— Não... Não é nada — respondeu Cecília, a voz trêmula. Ela tentou disfarçar, mas era evidente que algo estava profundamente errado.

Franzi a testa, mas decidi não pressioná-la, pelo menos por enquanto. Segurei a mão de Cecília, como sempre fazia quando sentia que algo a perturbava, um gesto de carinho e apoio. Cecília sorriu para mim, mas o sorriso era frágil, forçado, como se estivesse a um passo de desmoronar.

Cecília viu o homem se aproximar e seu corpo inteiro ficou tenso. Não entendi o motivo.

— Cecília — ele disse calmamente e sorridente.

Olhei para ela, confuso. De onde ela conhecia ele? 

Cecília respirou fundo, tentando manter o controle.

— Louie... — Cecília sussurrou, sem conseguir conter a surpresa em sua voz. — O que você está fazendo aqui?

Ele deu um sorriso que não chegava aos olhos, até agora ele não tinha falado comigo ou Helena, era como se nem estivéssemos aqui.

— Só vim jantar — ele disse, de forma casual. — Mas que coincidência te encontrar aqui, não é? Faz tanto tempo, Cecília. Parece que você tem uma nova vida agora.

O homem parecia assustador para Cecília, a cada frase sentia ela tremer.

— O que está acontecendo, Cecília? — perguntei, olhando de Louie para ela.

— Diego... — começou ela, com a voz trêmula. — Eu... Eu preciso te contar uma coisa.

Diego se inclinou para frente, preocupado, enquanto Louie cruzava os braços, se divertindo com a cena.

— Não me diga que você não contou pra ele, Cecília — provocou Louie, com aquele sorriso maldoso. — Não contou sobre mim? Me senti ofendido agora — Helena e eu o encarávamos sem entender.

— Louie, por favor, nos deixe em paz — fala a ruiva receosa.

— Claro, até mais, ruivinha — ele fala irônico e sai do restaurante, já havia jantado e pago.

— Mãe, quem era ele? — Helena perguntou confusa.

— Preciso contar algo para os dois, peço que não fiquem bravos, por favor, eu só não queria ter que contar essa história a alguém... ela me dói, por isso optei pela mentira... — Cecília fala e respira fundo.

— Amor, confie em nós, nos conte a verdade. Seja ela qual for... iremos te amar e perdoar você pela mentira, deve ter bons motivos para mentir sobre algo.

— Isso aí, mãe.

— Eu... O pai de Helena não foi um caso de uma noite... eu namorava com ele, mas não era um namoro normal, no primeiro mês... Louie era um homem bom e confiável, mas com o tempo ele foi mudando, começou a me manipular e me machucar, física e psicologicamente... eu morava sozinha e às vezes ele passava a noite lá comigo... um dia ele chegou bêbado e me obrigou a... — ela fala e suspira com a voz embargada — enfim... eu acabei engravidando, quando descobri isso... optei por fugir, ele nunca aceitaria terminar comigo sem me machucar... fugi para proteger Helena.