Capítulo 7

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Nos dias que se seguiram, Archie continuou sua rotina como professor em Hogwarts, mergulhado entre as aulas, as obrigações com os alunos e as lembranças que constantemente lhe assaltavam. Ele se via frequentemente envolvido nas lembranças do tempo em que estudava ali, mas também em seus novos compromissos. A vida em Hogwarts era ocupada, e Archie tentava equilibrar a seriedade de ser professor com sua natureza mais brincalhona e despreocupada.

Entre as tarefas diárias, ele trocava conversas com alguns colegas professores e mantinha interações cordiais com Remus Lupin. Porém, uma coisa que não saía de sua mente era sua prima Andromeda. Fazia tempo que eles não se viam, e Archie sentia que uma visita à sua velha amiga seria uma boa pausa no tumulto da vida em Hogwarts.

Finalmente, em uma tarde tranquila, Archie decidiu que era hora de visitar Andromeda. A saudade, misturada com a vontade de escapar por um momento da sombra do nome Black, o impulsionou a escrever uma carta rápida, avisando que passaria por lá. A resposta foi imediata e calorosa. Andromeda estava sempre disposta a recebê-lo, como nos velhos tempos, antes das divisões familiares.

Na manhã seguinte, Archie pegou o caminho até a casa de sua prima, sentindo uma mistura de nostalgia e apreensão. Andromeda sempre fora seu porto seguro nos momentos mais difíceis, e ele sabia que ela seria uma boa companhia naquele momento em que as coisas pareciam um pouco fora de controle, especialmente com a recente fuga de Sirius.

Quando chegou à casa, foi recebido com um caloroso sorriso. Andromeda estava na porta, com seus olhos gentis e cheios de sabedoria.

- Archie, entre! Já faz tempo - disse ela, puxando-o para um abraço apertado.

- Tempo demais, eu diria - Archie respondeu, devolvendo o sorriso.

Eles entraram, e logo estavam sentados na sala de estar, com o chá de Andromeda servindo como pano de fundo para a conversa. O ambiente aconchegante trazia memórias de outras épocas, quando eles conversavam sobre suas vidas, sempre unidos contra as expectativas e pressões da família Black.

- Então, como está a vida de professor? - Andromeda perguntou com um sorriso enquanto servia chá para ambos.

Archie suspirou, misturando o açúcar na xícara.

- Bem, é Hogwarts, não é? Nada parece mudar, e ao mesmo tempo, tudo mudou. É como se eu estivesse revivendo uma parte de mim que ficou adormecida por anos. Mas, claro, com a fuga de Sirius, as coisas ficaram... complicadas. As pessoas olham para mim como se eu fosse parte da fuga.

Andromeda sorriu suavemente, compreendendo o que Archie estava passando.

- Você não é Sirius, Archie. Ele fez suas escolhas, mas isso não significa que você seja responsável por elas.

Archie assentiu, tomando um gole de chá.

- Eu sei disso. Mas às vezes é difícil me separar da imagem que as pessoas têm da nossa família. Principalmente com tudo o que já aconteceu entre nós.

- Não se deixe engolir pelas expectativas dos outros - Andromeda aconselhou, seu olhar firme, mas cheio de empatia. - Você sempre soube trilhar seu próprio caminho, e eu tenho certeza que continuará fazendo isso, independentemente das escolhas de Sirius.

A conversa fluiu para outros temas - eles falaram sobre o passado, sobre as memórias que compartilhavam e sobre Nymphadora, a filha de Andromeda, que estava ocupada com seu trabalho como auror. Archie sentia uma conexão profunda com sua prima, e estar ali, conversando com ela, o fez se lembrar de quem ele era, além do sobrenome que carregava.

A visita foi um alívio para Archie, que se viu renovado e mais leve ao final do dia. Quando se despediram, ele sabia que sempre poderia contar com Andromeda para lembrá-lo de suas raízes, mas também para reforçar que ele tinha o poder de definir seu próprio destino.

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